A primavera começa oficialmente no hemisfério sul na manhã de domingo (22), indo até o dia 21 de dezembro. Conhecida por, normalmente, ter temperaturas mais amenas, a estação neste ano deverá ser atípica em Londrina e na região Norte do Paraná e uma prévia do que esperar do verão, que vai do final do ano até março. A expectativa é de que o calor vivenciado ao longo do inverno se repita, com as temperaturas ficando com frequência acima dos 30 graus.
Isso é uma consequência do fenômeno La Niña, que é o resfriamento das camadas mais superficiais do oceano Pacífico Tropical. “O La Niña deve ficar em atividade entre o final deste mês e início do outro. Deveremos ter chuvas abaixo da média histórica em praticamente todo Estado. Talvez em outubro pode ter chuva, porém, quando acontecer, poderá ser intensa, com queda de granizo e vento forte”, detalhou a agrometeorologista Angela Costa, do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná).
A previsão é de que o bloqueio atmosférico impeça o ingresso de massas de ar frio e chuvas. “Teremos ondas de calor. Essa falta de chuva faz com que tenha uma baixa umidade relativa do ar, o que é prejudicial para a saúde, atingindo, principalmente, idosos e crianças”, frisou.
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Com a seca gerando prejuízos para a agricultura desde o início do ano, prejudicando a colheita das safras de soja, milho e feijão, a tendência é de que os produtores sigam tendo problemas no campo. “Pessoal que vai fazer o plantio da próxima safra, infelizmente, poderá ter uma primavera prejudicial. Por isso, será importante fazer o acompanhamento com a previsão e ir se adaptando”, destacou.
Abaixo da média
A especialista comentou que o Paraná teve um inverno – também com La Niña agindo - incomum se comparado com anos anteriores. “Várias ondas de calor, irregularidades nas chuvas, quando choveu foram pancadas fortes e tudo no mesmo dia. As massas de origem polar não foram severas. Nós e o Simepar, por exemplo, não disparamos nenhum alerta geada para a proteção das mudas de café e de outras culturas”, exemplificou. “Temos visto temperaturas acima da média climatológica em todo o planeta”, alertou.
Em agosto choveu na região apenas 40,4 milímetros, enquanto que a média histórica é 66,6. Em setembro, até o dia 19, foram 40 milímetros, contra 111 da média para o mês. “Em cada mês choveu um ou três dias, ou seja, a chuva foi mal distribuída. Mesmo que alcance a média histórica ou se aproxime, não ajuda muito a agricultura e a saúde porque fica sem chover muito tempo”, observou a agrometeorologista Heverly Moraes, do IDR-PR.
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