O forte temporal que atingiu todo o Paraná no início do fim de semana segue revelando estragos em Londrina. Por conta dos expressivos danos causados aos moradores, o prefeito Tiago Amaral (PSD) decretou situação de emergência nas áreas comprovadamente afetadas pelas chuvas, queda de granizo e vendavais. A medida busca maior agilidade na mobilização dos órgãos municipais para minimizar os impactos sobre a população e os serviços públicos, com vigência de 30 dias.
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O Município fica autorizado a convocar voluntários para reforçar as ações de resposta aos desastres; realizar contratações verbais; promover campanhas de arrecadação de materiais e insumos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência à população necessitada; efetivar convocações para a realização de horas extraordinárias; dispensar licitação para aquisição de bens e serviços; e captar recursos dos fundos municipais, do Estado e da União, atendendo os requisitos legais.
A Defesa Civil pode utilizar equipamentos, técnicos e demais estruturas dos órgãos da administração para o atendimento das necessidades de urgência. Os órgãos que ela coordena devem promover a busca ativa dos danos causados pelas intempéries climáticas.
O secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, considerou que “o decreto vem para somar”, para que Londrina seja atendida por recursos estaduais. Ele antecipou que “o prefeito está trabalhando sobre isso, em contato direto com o governador (Ratinho Jr.) para poder trabalhar e ver onde o governo do Estado pode nos auxiliar”.

Força-tarefa
Equipes da Prefeitura foram para as ruas no domingo (9) promovendo um mutirão de limpeza e retirada de árvores caídas, além da entrega de lonas a moradores que tiveram suas casas destelhadas. O trabalho em conjunto da CMTU (Companhia Municipal de Urbanização e Trânsito) e das secretarias de Obras, Agricultura e Ambiente (Sema) também é realizado na zona rural.
Juliani pontuou que foram registradas 179 quedas de árvores e mais de 100 casas parcialmente destelhadas, com “poucas” perdendo totalmente seus telhados. Aproximadamente, cinco mil m² de lona foram entregues.
Das árvores caídas em vias, o secretário disse acreditar que 100% já foram desobstruídas. “Agora vem aquele serviço de limpeza de via mesmo, um pouco mais moroso, mas o que comprometia o deslocamento das pessoas já foi praticamente resolvido”, garantiu.
A Zona Leste é a mais necessitada de ajuda, seguida da região norte, central, oeste, sul e os distritos. Um trecho não pavimentado da Estrada do Limoeiro, que estava totalmente alagado, foi drenado no domingo. Não há notificações de vítimas fatais, feridos, desabrigados ou desaparecidos. Em caso de emergências, os moradores devem discar 199 para contatar a Defesa Civil.

A situação reacendeu o estado de alerta em Londrina, acarretado pelo temporal da última semana. Entre a madrugada de sexta (7) e a manhã de sábado (8), ápice do temporal, uma árvore de grande porte foi arrancada da calçada na Rua Mossoró, no centro, e caiu em cima de um carro estacionado.
Próximo ao HU/UEL (Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina), ao lado de um supermercado, o que sobrou de outra árvore também foi retirado por uma equipe municipal neste domingo, totalizando 16 somente pela CMTU. Vários semáforos pela cidade seguiam sem funcionamento no domingo.
As equipes de limpeza vão retomar os trabalhos na segunda-feira (10), a partir das 7h30, e a equipe do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) irá percorrer as áreas mais vulneráveis impactadas pela chuva.
Saúde
No âmbito médico, todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde) e serviços de saúde funcionam normalmente na segunda. Na rede de emergência, a Prefeitura destacou o PAI (Pronto Atendimento Infantil), UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Sabará, UPA Centro, PA Leonor (24h), PA Maria Cecília (das 7h às 13h), PA União da Vitória (das 7h às 23h), Maternidade Municipal Lucilla Ballalai e CAPS 3 (Centro de Atenção Psicossocial).
Dos 54 serviços de atendimento em Londrina, incluindo UBSs e PAs, 13 sofreram algum tipo de avaria neste fim de semana, seja com pontos de infiltração, telhas quebradas, falta de água e luz ou necessidade de transferências de vacinas. Deste número menor, sete situações já foram resolvidas e seis estão em andamento.
Educação
As aulas seguem normalmente em todas as unidades municipais na segunda, após quatro receberem reparos no sábado. Foram contempladas as Escolas Municipais San Izidro, Maria Cândida P. Salles e Ignez Corso Andreazza, além do CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Dirce de Almeida Barros. Outras seis unidades sofreram remanejamento de merendas.
Uma escola enfrenta danos severos em sua cobertura, enquanto 30 lidam com calhas entupidas ou telhas deslocadas. Houve comprometimento no abastecimento de energia elétrica em 14 unidades - já resolvido -, no abastecimento de água em cinco, portas de vidros estouradas em duas e árvores e galhos caídos em 10. Foram 76 unidades não afetadas.

O abastecimento de água foi restabelecido em Londrina e Cambé, informou a Sanepar, mas segue em recuperação gradual no decorrer deste domingo. Já dois distritos de Londrina, Maravilha e Guaravera, estão com a produção de água tratada comprometida por falta de energia.
A companhia solicitou que os munícipes façam uso responsável da água, priorizando a alimentação e higiene pessoal. Pontuou que atividades que demandam maior volume de água devem ser adiadas.
A pedido da Prefeitura neste domingo, um caminhão-pipa da Sanepar levou água aos moradores do bairro Novo Horizonte, Jequitibá e do assentamento Aparecidinha, na região norte da cidade. A população formou uma fila com baldes e garrafas para receber a água potável.
Energia elétrica
Equipes da Copel seguem trabalhando para restabelecer a energia em municípios no domingo, afetados por danos na rede elétrica. No auge do evento climático, cerca de 300 mil unidades chegaram a ficar desligadas, com o Norte do Paraná sendo uma das regiões mais prejudicadas.
Em Londrina, que registrou uma rajada de vento de 92,6 km/h durante o ápice do temporal, há 3,2 mil unidades consumidoras desligadas em atendimento. Os trabalhos envolvem a recomposição da rede até o religamento total dos clientes.
Ajuda a Rio Bonito do Iguaçu
A Prefeitura passou a arrecadar doações para as vítimas do tornado que assolou Rio Bonito do Iguaçu, Centro-Sul, destruindo 90% da cidade e deixando mais de mil pessoas desalojadas e desabrigadas, além de cinco mortas. O município se encontra em estado de calamidade pública.
A sede da Defesa Civil, na Rua Joaquim de Matos Barreto, 333 – Jd. Maringá, solicita água, fraldas, papel higiênico, leite para crianças até um ano, produtos de higiene pessoal, alimentos não perecíveis que não precisam de cozimento, ração para cachorros e gatos, velas, isqueiros e fósforos. O horário de atendimento é das 8h às 18h.