Após julgamento de quase 12 horas no Tribunal do Juri de Londrina nesta terça-feira (7), Sandro de Jesus Machado, 28 anos, foi condenado a 40 anos e 10 meses de reclusão por estupro de vulnerável e feminicídio triplamente qualificado cometido contra a enteada Sara Manuele da Silva, que tinha apenas 9 anos de idade. O réu está preso desde o dia do crime, mas cabe recurso da sentença definida pelo juri.
A menina foi encontrada morta no dia 21 de julho de 2013, com sinais de estupro e esganadura em um matagal perto de sua casa, segurando uma nota de cinco reais. O acusado era seu padrasto, que segundo o Ministério Público já teria abusado sexualmente da menina por diversas vezes e teria ceifado sua vida com esganadura para encobrir os crimes sexuais que cometeu, já que a menina não aceitou ficar calada mesmo com o recebimento do dinheiro.
O corpo da menina foi encontrado com marcas de esganadura, sem roupas da cintura para baixo, num fundo de vale, com a nota na mão e um preservativo usado ao lado de seu corpo. Sandro, tinha 25 anos de idade na época do crime e foram apurados indícios de que o acusado já teria abusado sexualmente por diversas vezes da enteada, antes do crime de feminicídio.
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Entre as testemunhas ouvidas no Tribunal do Juri estavam profissionais da escola onde a vítima estudava informaram que notaram uma mudança de comportamento dela no meio de 2019, quando se tornou mais agitada e reclamava de forma reiterada de dores na barriga. Observaram também que a menina surgiu com materiais escolares mais caros, que não condiziam com a realidade da família. Com a suspeita de algo errado, a escola notificou a rede de proteção.
A rede de proteção ouviu a criança na escola, longe dos familiares, no dia 07 de junho de 2019. Porém, Sara não relatou que sofria abuso sexual, apenas que sua mãe e seu padrasto brigavam muito e que Sandro bebia. Assim, encaminharam a mãe para o CAM, relatando que fizeram todas as orientações e medidas preventivas de violência com a menina.
Ainda, consta no processo que diversas testemunhas afirmaram que Sandro não ajudou a procurar pela menina em nenhum momento, bem como demonstrou extrema frieza com o desaparecimento da mesma que ocorreu um dia antes do corpo ser achado.
No curso do inquérito policial ele afirmou que estava embriagado e sob efeito de cocaína e que por isso matou a vítima, pois perdeu a noção das atitudes que tomou. Após ter cometido o crime, Sandro confessou que tomou banho para tentar apagar os vestígios do crime e que essa teria sido a primeira vez em que abusou sexualmente de sua enteada.
Contudo, quando ouvido em juízo, mudou a versão e negou que teria estuprado a enteada, alegando que sua confissão extrajudicial se deu em razão de ter apanhado e que a motivação do crime de feminicídio teria sido pelo fato da vítima afirmar que o denunciado não era seu pai.