O motorista de um ônibus da TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) ignorou um jovem com deficiência que utilizaria o veículo para voltar para casa, após o jogo do LEC (Londrina Esporte Clube) no VGD (Vitorino Gonçalves Dias), na noite do último sábado (11).
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Eduardo Alves de Mattos, 25, é PCD (Pessoa Com Deficiência) e utiliza uma cadeira de rodas para se locomover. Torcedor fanático do LEC, ele foi prestigiar a partida que deu acesso ao clube à Série B do Brasileirão, porém, quando esperava o ônibus do transporte coletivo para voltar para a Zona Norte, onde mora, passou pelo constrangimento de ser ignorado pelo condutor.
"Aconteceu um fato esporádico, que não acontece com frequência. Eu estava voltando do VGD, por causa do jogo do LEC, e o motorista do 406 [Aquiles Stenghel] me viu, freou, mas depois acelerou e passou direto. Isso não acontece com frequência, porque os motoristas sempre dão a devida ajuda, abaixando o elevador", diz Mattos à reportagem.
O registro do momento foi publicado por ele em suas redes sociais. Na gravação, é possível ver diversos torcedores entrando no veículo, que parou fora do ponto de desembarque. Em seguida, o jovem esperava o motorista estacionar o ônibus para poder embarcar, porém o veículo acelerou, deixando Mattos e outros usuários para trás.
Segundo o jovem, que trabalha como atendende em um call-center, ele utiliza o transporte coletivo várias vezes por dia, mas a situação de ser "ignorado" não é comum. Para ele, o maior problema é a falta de manutenção nos elevadores, que possibilitam o acesso de PCDs ao interior dos veículos.
"Já tive problema de o elevador estar quebrado e eu ter que esperar o próximo. Às vezes, o motorista não liga para avisar e eu mesmo tenho que ligar. É difícil, porque eu tenho hora, trabalho, tenho coisas para fazer e não posso ficar esperando outro", afirma, destacando que passa por situações do tipo pelo menos duas vezes por mês.
Sobre os motoristas, Mattos salienta que a maioria dos profissionais está preparada para atender pessoas com deficiência, mas ainda há quem precise estudar mais para lidar com a condição.
"Vejo que a maioria está preparada, mas, com relação aos novos motoristas, sinto que falta preparo para eles, porque, frequentemente, preciso ensiná-los a mexerem nos botões [do elevador]."
Procurada pela reportagem, a TCGL afirmou que "desaprova totalmente a conduta do motorista que não parou o ônibus para o embarque de um cadeirante na noite do jogo do Londrina Esporte Clube". Segundo a nota, o motorista já foi identificado e será chamado para prestar esclarecimentos. A empresa disse ter pedido desculpas ao passageiro que não foi atendido e reforçou que "100% dos motoristas são treinados para prestar assistência no embarque de todos que necessitam".
A CMTU também foi contatada, mas disse que somente a TCGL responde pela situação.
Colaborou Jéssica Mussatti - Estagiária*
Veja o vídeo do momento abaixo: