Mesmo com a recente instalação e inaguração do ILS no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, alguns voos precisaram ser cancelados por causa das condições meteorológicas durante o fim de semana.
O equipamento é um Sistema de Pouso por Instrumentos que traz mais segurança para pousos em dias de clima adverso, com nevoeiro e chuva forte, além de, na teoria, ajudar a reduzir o número de cancelamentos.
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A chuva chegou em Londrina na sexta-feira (12) quando, de acordo com o balanço da Motiva - concessionária que administra o aeroporto - o ILS garantiu o pouso de duas aeronaves durante a tarde, sendo um voo Latam e outro da Gol, procedentes de Guarulhos e Congonhas, respectivamente.
Já na madrugada de sábado (13), os dois pernoites foram cancelados. Segundo a concessionária, a Azul informou um problema meteorológico na origem, no Aeroporto de Viracopos (Campinas), e a Latam arremeteu, retornando para Guarulhos.
Na madrugada de sábado para domingo (14) não houve impactos. Já no início desta segunda-feira (15), o pernoite da Latam, com saída de Guarulhos, foi cancelado devido às condições meteorológicas adversas em Londrina. A companhia informou um voo extra com chegada prevista para às 19h50 no aeroporto do município.
Abaixo dos mínimos operacionais
De acordo com o especialista em aviação e segurança de voo Moises Dornelles, o ILS de Londrina é "um dos mais básicos que existem", o que não garante que aviões pousem na cidade em períodos chuvosos. Ele explica que a característica climática não permite que as aeronaves aterrissem com a visibilidade abaixo do permitido.
"Já imaginava que isso aconteceria. A população achou que o problema estava resolvido, mas o ILS instalado em Londrina é um dos mais básicos que existem no Brasil. A visibilidade dele é para 1,2 mil metros, ou seja, essa é a distância mínima do ponto de toque na pista. Se as condições meteorológicas estiverem abaixo de 1,2 mil metros, a aeronave se aproximará da cabeceira e, caso não visualize a pista até essa distância, vai arremeter."
Dornelles ressalta que o modelo instalado no Aeroporto José Richa é da categoria 1, que "resolve parte dos problemas, mas não todos". "Criaram uma expectativa muito grande de que o ILS resolveria tudo, mas os especialistas sabiam que isso não aconteceria. Ajuda em parte, pois algumas aeronaves conseguem pousar."
Em comparação, o ILS instalado no Aeroporto de Silvio Name Júnior, de Maringá (Noroeste), que é da mesma categoria que o de Londrina, recebe aviões com até 700 metros de distância, pois tem equipamentos auxiliares que permitem esse aprimoramento. Já Curitiba, que tem a categoria 2 do ILS, permite aterrissagens com até 350 metros.
"O categoria 2, como o de Curitiba, traz até 350 metros. É bem mais avançado. São poucos os aeroportos que têm categoria 2. São três ou quatro no país. Guarulhos é o único de categoria 3. Mesmo que a tripulação não consiga ter um contato visual, ela vai, normalmente, até 400 metros de distância da pista. Se não conseguir visualizar nessa distância, arremete", pontua.
Chuva em Londrina
De acordo com dados divulgados pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), Londrina registrou entre sexta-feira, sábado e domingo ao menos 139,4 milímetros de chuva. O grande volume de chuvas causou ao menos oito quedas de árvore e um destelhamento, além de três solicitações de vistoria pelo risco de dano estrutural em imóveis, de acordo com balanço da Defesa Civil de Londrina.
Com 287,2 milímetros de chuva nas duas primeiras semanas de dezembro, Londrina já superou a média história de chuvas para o mês, que é de 176,3 milímetros.