Pesquisa da Fecomércio PR
A londrinense Elisa Delalibera Soni, de 10 anos, recebeu na última quarta-feira (22) uma medalha em Brasília (DF) por sua participação no Programa Caça Asteroides, promovido pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) em parceria com a Nasa. A estudante detectou dois asteroides - um em fase provisória e outro preliminar - a partir de imagens captadas por um telescópio localizado no Havaí (EUA). Agora, a menina aguarda o processo de confirmação do ineditismo do achado.
De acordo com o programa, uma detecção preliminar não é considerada 100% uma descoberta, o que não tira a importância do trabalho da londrinense. O processo até a confirmação é longo, mas Elisa está no caminho. As etapas são: Preliminar, Provisório, Numerado e Batizado. Durante as checagens, os cientistas averiguam se o asteroide preliminar está vinculado a um outro já conhecido ou se foi encontrado anteriormente por um observatório diferente.
Orgulho para a mãe
Além das etapas burocráticas, o empenho de Elisa é motivo de orgulho para a mãe dela, Ana Carolina Delalibera Soni, de 38 anos. Ela relembra que a filha sempre gostou de temas relacionados à imensidão do universo.
“Ela sempre foi fascinada pelo espaço. Com 3 anos, ela já falava muito sobre isso. Tinha um foco muito grande em astronomia, conhecia todos os planetas do sistema solar, planeta anão, os que são sólidos, os gasosos e tudo isso foi se aprimorando. Aos 4, pediu uma festa com o tema de planetas”, conta a mãe.
Clube de astronomia
O interesse crescente levou Elisa a integrar um clube de astronomia, por meio do qual começou a participar do programa Caça Asteroides, que envolve estudantes e entusiastas de todo o país e disponibiliza imagens reais feitas pelo telescópio Pan-STARRS. A missão dos participantes é identificar padrões que indiquem a presença de asteroides ainda não catalogados.
"Recebemos bancos de imagens e procuramos por um padrão específico. Quando participa de campanha, a Elisa acaba dedicando horas olhando as imagens em busca desse padrão. Ela já tem um asteroide provisório e outro preliminar. Se forem confirmados como inéditos, poderá nomeá-los futuramente”, explica Ana Carolina, ressaltando que a filha ainda não pensou em nomes para os possíveis batizados. A menina fez as descobertas durante a campanha de abril deste ano, uma das várias promovidas entre março e setembro.
Descoberta como superdotada aos 9 anos, Elisa também se destaca em matemática e já foi convidada para representar o Brasil em competições internacionais em Nova Iorque (EUA) e na Tailândia. “Não conseguimos levá-la, mas estamos nos planejando para o próximo ano”, diz a mãe.
Para Ana Carolina, a conquista da filha vai além da medalha concedida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo ela, o objetivo maior é divulgar a ação para que crianças e adolescentes de todo o Brasil conheçam o programa. O Paraná teve apenas oito representantes no evento em Brasília. “É importante divulgar que existem programas acessíveis, que é possível participar e que a educação transforma realidades. Essa é a mensagem mais importante”, afirma.
Evento em Brasília
A cerimônia de entrega das medalhas, organizada no Museu Nacional, integrou a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e reuniu cerca de 700 estudantes, pais e professores de todo o Brasil. Durante a solenidade, o secretário de Sedes (Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social) do MCTI, Inácio Arruda, destacou a importância de aproximar a ciência da população, especialmente nas escolas brasileiras.
“O Brasil entendeu que a ciência é importante para a geração de riquezas, mas, mais do que isso, é importante para manter nosso planeta vivo, e a participação de vocês é fundamental para isso”, afirmou Arruda. O secretário ainda parabenizou os condecorados pela determinação e contribuição para o conhecimento científico e acadêmico do país.