Após a derrubada do X (antigo Twitter) a pedido do ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal), na última sexta-feira (30), vários londrinenses continuam usando a rede social normalmente em Londrina. Isso porque a Sercomtel, tradicional empresa de telecomunicações com sede no município, aparentemente ainda não seguiu as recomendações da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Até a tarde desta segunda-feira (2), o X estava funcionando nas redes wi-fi da operadora. A reportagem apurou com diversos usuários que a rede social não foi derrubada pela Sercomtel desde sexta-feira. O problema - ou solução para os fanáticos em comentar no antigo app do passarinho azul - não é exclusivo da empresa londrinense. Diversos usuários das chamadas "internet de bairro" de todo o Brasil relataram o mesmo fenômeno.
No próprio aplicativo, a hashtag "No wi-fi" registrou 7 mil comentários. Além dela, as tags "funcionando" e "voltou" também tomaram conta do espaço virtual, que, com base na decisão da corte suprema, deveria estar "desabitado".
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"O meu Twitter segue vivíssimo no wi-fi. Realmente, morar na roça tem seus benefícios", brincou um internauta. "Eu não estou usando VPN. Eu não sei por que, mas meu perfil pelo wi-fi não foi bloqueado, seja na internet de casa, seja na internet dos outros. No 4G não carrega", comentou outro.
A reportagem também apurou com um usuário londrinense que o X não foi bloqueado pela empresa Hunno, que foi procurada para dar esclarecimentos sobre o assunto, mas não respondeu até a publicação deste texto.
A Sercomtel também foi procurada. A operadora comunicou, por meio de nota, que "deu cumprimento imediato à decisão judicial a partir do momento em que foi notificada pela Anatel". A empresa pontuou que "o bloqueio aconteceu de forma gradativa pelo fato de envolver vários setores e sistemas da empresa, até atingir 100% da rede".
A reportagem contatou a Anatel sobre os diversos relatos de irregularidades em Londrina. A autarquia, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que a situação está sendo analisada.
Nesta terça-feira (3), o X utilizado na internet da Sercomtel já não estava mais funcionando.
A decisão de Moraes
A suspensão do X no Brasil aconteceu após o fim do prazo de 24 horas dado por Moraes ao bilionário Elon Musk, dono da rede social, para indicar um representante legal no Brasil. O prazo às 20h07 de quinta-feira (29).
Após a decisão de Moraes na sexta-feira, ficou a cargo da Anatel cumprir a suspensão em 24 horas e comunicar as operadoras de telefonia para fazerem os bloqueios. As operadoras também deveriam, segundo a decisão do STF, bloquear o uso de VPN (Virtual Private Network) - uma espécie de rede privada utilizada na internet para escapar de restrições a sites suspensos por usuários que tentem burlar a suspensão.
A medida terá validade em todo o território nacional até que todas as ordens judiciais de bloqueio sejam cumpridas e as multas aplicadas sejam pagas.
Ao justificar a suspensão da rede social, o ministro citou o Marco Civil da Internet e disse que as empresas de internet devem ter representação no Brasil e cumprir decisões judiciais sobre a retirada de conteúdo considerado ilegal.
Moraes também afirmou que Elon Musk retirou a empresa do Brasil com objetivo de não cumprir as decisões do STF.
"A finalidade ilícita e fraudulenta desse encerramento da empresa nacional foi confessada na própria mensagem realizada em redes sociais, qual seja: permanecer descumprindo ordens do Poder Judiciário brasileiro, em especial dessa Suprema Corte", afirmou o ministro.
(Atualizada às 17h58 de terça-feira, 3 de setembro)
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