A empresa responsável pela construção da trincheira no cruzamento da avenida Leste-Oeste com a Rio Branco, na área central de Londrina, encaminhou um ofício à prefeitura solicitando mais cinco meses para a conclusão da obra, que teve início em janeiro de 2021 e após aditivo de prazo a entrega deveria acontecer em julho. Com a solicitação, caso seja aceita pelo município, a finalização ficaria para dezembro. No documento, a que a FOLHA teve acesso, a empreiteira – que tem sede em Curitiba – lista uma série de problemas que teriam provocado o atraso.
Uma das justificativas é a chuva. “Havia uma previsibilidade de eventos de chuvas para o ano de 2023 já considerados dias de paralisação ou lentidão na execução da obra, dentro de seu cronograma inicial, contudo, o ano de 2023 iniciou com uma grande quantidade de chuvas não previsíveis, com pancadas diárias atingindo uma precipitação acima da média dos outros anos”, sustentou.
A construtora também alegou inconsistências nos projetos de galerias pluviais, rede de esgoto e deslocamento de postes de energia elétrica, dificuldades com a demolição de um imóvel em razão do andamento do processo de desapropriação e o volume expressivo de pedra bola, o que também não estaria previsto. “A empresa manterá esforços para recuperar os atrasos no cronograma e será necessário um aditivo de prazo para a finalização dos serviços”, requisitou o engenheiro que assina o ofício.
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Medição de maio dos técnicos da secretaria municipal de Obras e Pavimentação apontou 55,16% de execução dos serviços, uma evolução de apenas 3,18% em relação a abril. Ou seja, teriam cerca de 45% das intervenções para serem feitas em sete meses, se a nova prorrogação for autorizada. Período que moradores, comerciantes e motoristas demonstram incredulidade que será cumprido. “Este ano essa obra não sai. Passo aqui diariamente e vejo poucos funcionários, além disso, a evolução tem sido mínima”, afirmou a pedagoga Marcela Carvalho.
O motorista de aplicativo José Carlos de Lima mora há 60 anos na avenida Leste-Oeste e afirmou que desde que a obra começou a rotina na região nunca mais foi a mesma. “Não venço limpar minha casa de tanta sujeira. Se tivéssemos perspectiva de acabar rápido, até ficaríamos mais tranquilos, mas vai demorar. Apareceram rachaduras na minha casa depois que iniciou essa obra. Quem vai pagar a conta para arrumar?”, questionou.
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