Pelo menos onze brigadistas do Corpo de Bombeiros foram acionados para atuar em um incêndio de grandes proporções em uma área verde entre os bairros Abussafe e Tauá, na zona leste de Londrina, na tarde desta quinta-feira (26). Um caseiro perdeu a casa, três veículos e animais devido às chamas.
Segundo o tenente Jonathan Prado, do Corpo de Bombeiros, o fogo começou por volta do meio-dia e foi se alastrando pela vegetação seca, com a ajuda do vento. Eles combatiam três focos que comprometeram uma área estimada em aproximadamente 50 mil metros quadrados.
Três equipes, vindas em dois caminhões e uma caminhonete preparara para incêndios florestais, foram empregadas para combater para evitar a propagação. “[Estamos batalhando] Desde a nossa chegada, foi uma chegada rápida, mas, infelizmente, com o vento muito forte neste horário, a vegetação bem seca, foi totalmente comprometida. O foco de incêndio alastrou rapidamente", afirmou. Dois bombeiros também precisaram de socorro por conta da exaustão provocada pelo calor.
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Só as roupas do corpo
No fundo de vale nas proximidades da Avenida dos Pioneiros, do lado do Tauá, o fogo consumiu a casa de Dejacir Lino Ramos. Embora ele não estivesse no local no momento, sua mulher, Tereza de Fátima Marques, e o enteado ficaram presos na propriedade e só escaparam porque a Polícia Militar, durante patrulhamento, chegou antes dos bombeiros – foram pelos menos seis ocorrências de incêndio nesta quinta em Londrina, dos quais cinco em vegetação.
A sargento Valéria pulou a cerca da propriedade para ter acesso à casa e, junto com pessoas que estavam no local, retiraram Tereza e seu filho. Ambas precisaram de atendimento médico por conta da inalação de fumaça. Elas foram levadas para o Hospital Universitário.
A residência, entretanto, foi totalmente consumida. Segundo Dejacir Ramos, foi possível salvar a maioria dos porcos adultos e todos os filhotes – um acabou morrendo nas chamas. Embora cachorros também tenham se salvado, gatos de estimação não tiveram a mesma sorte.
Junto com a casa e todos os pertences, Dejacir perdeu os dois veículos de uso e um terceiro, que estava em processo de desmanche. “Só me sobrou a roupa do corpo”, contou Ramos, em frente a propriedade incinerada, após ser atendido pela Defesa Civil de Londrina. Em meio a uma fumaça densa que era espalhada pelos ventos, bombeiros ainda combatiam pequenos focos que poderiam retornar com as chamas.
Como tudo começou?
Embora tanto o Corpo de Bombeiros quanto a Defesa Civil afirmem categoricamente que não é possível determinar o que iniciou o fogo, ambas as corporações receberam denúncias de possíveis atos que teriam dado início ao fogaréu.
Dejacir Ramos e algumas outras pessoas contaram aos bombeiros que um homem teria incendiado alguns descartes irregulares nas proximidades da chácara onde ele vivia e que, a partir dali, o fogo teria se alastrado. Entretanto, do outro lado da área de mata, já nos arredores do Jardim Abussafe, várias pessoas teriam descrito um possível autor, que teria passado em uma motocicleta incinerando o mato seco – os bombeiros confirmaram que havia vários focos de início.
O chefe da Defesa Civil em Londrina, Pedro Ramos, afirma, entretanto, que são indícios a serem investigados, mas que não é possível descartar outros processos de combustão espontânea por conta da estiagem prolongada e das altas temperaturas. “Nestas situações, um caco de vidro pode receber luz do sol e esquentar o suficiente para iniciar a chama”, exemplifica.
Ele diz que a população pode ajudar tanto evitando o descarte de forma consciente e correta e, ao detectar fogo, acionar os Bombeiros e a Defesa Civil imediatamente.
(Atualizado às 19h10)