Pesquisar

ANUNCIE

Sua marca no Bonde

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
meio ambiente

Estudos apontam melhora na qualidade da água do Igapó 2 após chuvas

Douglas Kuspiosz - Grupo Folha
10 out 2025 às 19:49

Compartilhar notícia

Foto: Emerson Dias / N.Com
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O resultado de um estudo realizado pela UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) com amostras do Lago Igapó 2 demonstra que as fortes chuvas desta semana contribuíram para a melhora da qualidade da água, apesar de o cartão-postal continuar esverdeado.


A estiagem dos últimos meses havia favorecido o aumento de cianobactérias tóxicas e provocado um processo chamado eutrofização, o que deixou o Igapó com coloração verde-escura devido à proliferação de microalgas.

Receba nossas notícias NO CELULAR

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.
Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
Publicidade
Publicidade


O professor Orlando de Carvalho Júnior, do Departamento Acadêmico Ambiental e integrante da equipe da UTFPR que atua em parceria com a Prefeitura, explica que as amostras coletadas na quinta-feira (9) indicam que a chuva ajudou a diluir os poluentes. O estudo foi finalizado e divulgado nesta sexta-feira (10)


“Os valores de nitrogênio e fósforo estão abaixo do nível de detecção, e os níveis de oxigênio estão adequados para a vida aquática”, afirma Carvalho Júnior.

Publicidade


Por outro lado, o resultado de um bioensaio realizado por pesquisadores indica um aumento da toxicidade da água do Igapó em razão do adensamento das cianobactérias.


Segundo o professor Rodrigo Torres, um dos coordenadores do Lagea (Laboratório de Genômica Ambiental), vinculado ao Departamento Acadêmico Ambiental e ao PPGEA (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental) da UTFPR, foi identificado um aumento significativo de distúrbios em peixes relacionados à proliferação dessas cianobactérias, que liberam toxinas. Os testes consistiram em submeter lambaris nativos do Ribeirão Cambé à água do Igapó.

Publicidade


“Para testar se havia aumento dos distúrbios genéticos causados pelo contato com as toxinas, nós comparamos os mesmos distúrbios anteriormente contabilizados em representantes do grupo de lambaris igualmente nativos do Ribeirão Cambé. A quantidade de distúrbios apresentou aumento significativo”, explica o professor.


“Para tornar o resultado ainda mais robusto, nós quantificamos as mesmas categorias de distúrbios genéticos em exemplares de lambaris submetidos a uma água que não era do Igapó. Tal como na comparação anterior, observou-se também um aumento significativo dessas categorias de distúrbios”, explica Torres.

Publicidade


Ele acrescenta que é possível observar sinais de intoxicação nos peixes. “Essas toxinas podem afetar o fígado (hepatotóxicas) e o sistema nervoso (neurotóxicas), além do material genético (genotóxicas), como observado no bioensaio que desenvolvemos”, completa.

Publicidade


De acordo com Torres, foram identificadas as espécies Microcystis aeruginosa e Planktothrix isothrix. A Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) informou que aguarda o comunicado oficial sobre os resultados e as recomendações de especialistas para combater as cianobactérias.

Publicidade


Alfaces D'Água


Publicidade

O secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues Pereira, atendeu à imprensa nesta sexta-feira para apresentar os resultados das primeiras ações da Prefeitura na retirada das alfaces-d’água, que também se proliferaram nos lagos nas últimas semanas. Segundo ele, o trabalho consiste em uma remoção controlada das macrófitas, que não são, por si só, prejudiciais ao corpo hídrico.


“As alfaces-d’água sempre estiveram presentes no complexo do Lago Igapó. São macrófitas que ficam a montante do lago. Elas não desciam porque o canal do aterro estava totalmente obstruído”, explica o secretário, citando a limpeza feita pela Secretaria de Obras no local — ação que também contribuiu para evitar alagamentos na região. “Essas alfaces vieram dos lagos 3 e 4. Não são maléficas e cumprem um papel ambiental importante. São plantas autociclantes, que retiram da água nutrientes e poluentes e competem com as demais microalgas.”


A recomendação de especialistas é que os trabalhadores responsáveis pela retirada das alfaces-d’água utilizem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como luvas longas, botas impermeáveis, macacão, óculos e máscara facial. Pereira afirma que a Sema já recebeu e vai acatar a orientação.


“É um problema que chegou para nós na tarde de ontem [quinta, 9] em relação aos EPIs. Nossos servidores estavam usando macacões de saneamento para a remoção mecânica, e o uso do EPI é extremamente recomendado pelo Corpo de Bombeiros, que determinou que a entrada dos barcos só ocorra com salva-vidas”, esclarece Pereira.


A secretaria está em processo de aquisição de novos macacões de saneamento e, enquanto isso, a orientação é que a retirada aconteça apenas nas margens do lago. “As cianobactérias são invisíveis e podem, sim, causar riscos à saúde humana, conforme já vínhamos alertando em outras oportunidades de conversa com a imprensa”, acrescenta.


Telas


O secretário relata que foram feitos testes com barreiras físicas para conter o fluxo das alfaces-d’água. O desafio é construir uma estrutura capaz de suportar a pressão da água e o acúmulo das macrófitas. Com as chuvas da última terça-feira (7) — cerca de 25 milímetros em uma hora —, a tela acabou sendo levada. “Vamos trabalhar de outras formas. Em vez de deter essas alfaces no canal, vamos buscar a retirada nos lagos 3 e 4 e, a partir daí, fazer a remoção mecânica para evitar que elas avancem para os lagos 1 e 2.”


Poluidores


De acordo com o secretário, a Sema recebeu um mapeamento de pelo menos 60 imóveis suspeitos de fazer descarte irregular de esgoto no Igapó. A Prefeitura pretende realizar uma investigação individual para identificar os responsáveis.


“Estamos fazendo um levantamento nas margens do Igapó e, em um próximo momento, vamos realizar fiscalizações individualizadas nessas residências”, afirma Pereira. Segundo ele, há pontos em que os níveis de fósforo e nitrogênio estão acima da média, o que indica possível esgoto clandestino. “A Sema e a Sanepar vão usar equipamentos de última geração, que são sondas que realizam busca subterrânea com imagens de vídeo. Em alguns momentos, há alteração desses parâmetros, o que indica que se tratam de lançamentos intermitentes — o que dificulta a investigação.”

Cadastre-se em nossa newsletter


O titular da Sema ressaltou que, com a regularidade das chuvas, haverá melhora da condição dos corpos hídricos do complexo do Lago Igapó.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo

Portais

Anuncie

Outras empresas