A comissão formada na Prefeitura de Londrina para investigar os servidores públicos Eduardo Reale e José Hilário concluíram os trabalhos nesta semana. Os funcionários investigados, do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), são suspeitos de comandar um esquema de cobrança de propina de dentro do prédio da prefeitura. De acordo com investigações do Ministério Público (MP), os servidores pediam vantagem indevida a empresários em troca da doação de terrenos públicos. Eles foram alvos de um processo administrativo disciplinar.
A comissão de investigação, formada por ex-corregedores adjuntos do Executivo, reiterou decisão de uma sindicância feita pela própria Codel em agosto do ano passado e apontou para a demissão dos servidores por justa causa. O presidente da Codel, Bruno Veronesi, acatou a decisão e determinou pelo desligamento imediato dos dois profissionais.
O veredicto final do caso foi publicado na edição desta terça-feira (26) do Jornal Oficial do Município. A decisão, entretanto, não foi publicada na íntegra, já que todo o trabalho de investigação precisou ser feito sob sigilo, "com fundamento no art. 5º, inc. XII, da Constituição Federal e por expressa ordem do juízo da 4º Vara Criminal desta Comarca, que autorizou a utilização, neste PAD (Processo Administrativo Disciplinar), das degravações das conversas telefônicas interceptadas no inquérito policial nº 112.193/2013 (IP 54/GAECO/2013)".
De acordo com a decisão, Reale e Hilário foram demitidos por infringirem o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e "por afronta ao Princípio da Moralidade Administrativa". Bruno Veronese lembrou que os servidores já estavam afastados dos cargos e que, agora, terão cinco dias para recorrer da decisão da Codel junto ao prefeito Alexandre Kireeff.