No palco e na plateia, a manhã desta quarta-feira (20) transformou o dia de dois grupos de idosos em Londrina. O show ficou por conta do Coro Cênico formado pelas idosas do CCI (Centro de Convivência da Pessoa Idosa) da região oeste. Para prestigiá-las, idosos atendidos pelo Lar São Vicente de Paula.
Sob palmas, sorrisos discretos e ouvidos atentos, os pés da plateia e também seus olhares acompanharam toda a cena musical. Entre as canções, "Tiro o ao Álvaro", eternizada pelo cantor e compositor Adoniran Barbosa e pela cantora Elis Regina, marcaram o encontro. De acordo com o coordenador e professor do projeto, Paulo Vitor Poloni, as alunas do CCI participaram de aulas todas as semanas.
"Nesse período, preparamos esse repertório com músicas que fazem sentido aos idosos e e misturamos clássicos da música brasileira e passeamos diversos estilos: música nordestina, música carioca", cita.
"Ano passado, fizemos repertório mais caipira com um enfoque regional e nossas influências da música do interior também. Dessa vez, fizemos um passeio pelo Brasil cantando canções que chegaram para a gente aqui no Paraná, no interior, via rádio, mas que tem uma memória afetiva", detalha.
VOZ E PROTAGONISMO
Para as alunas que se formaram nesta manhã, a apresentação é bastante significativa no que diz respeito ao protagonismo em cena e até mesmo pela iniciativa de terem se deslocado ao CCI e feito a inscrição.
"O objetivo da apresentação é que as alunas tenham uma experiência artística: que é pensar a roupa que vai usar, se preparar, ensaiar e serem vistas como artistas, terem voz e protagonismo", observa.
Apoloni reconhece que muitos de seus alunos e hoje suas formandas não tiveram a oportunidade de vivenciar isso em outras épocas.
"São mulheres na casa dos 70 anos, na maioria das vezes donas de casa, e ficaram cuidando dos filhos a vida toda, então só nesse momento têm esse direito de vivenciar arte, uma experiência estética e serem protagonistas do dia", comenta.
Nesse outro papel, a elevação da autoestima é evidente, segundo o professor. "Isso tem uma uma importância na autoestima, no bem-estar inestimáveis", acrescenta.
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