A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) deu parecer desfavorável ao ILS (Instrument Landing System, ou Sistema de Pouso por Instrumentos) do Aeroporto de Londrina e pediu ajustes para que o equipamento possa funcionar. É mais um capítulo da novela que envolve o sistema, cuja inauguração está prevista para 10 de dezembro, no aniversário de 91 anos do município, mas sem garantia de que a operação terá início nessa data.
O ILS é considerado indispensável porque auxilia as aeronaves em procedimentos de aproximação e pouso, especialmente em condições meteorológicas adversas, aumentando a segurança operacional e garantindo maior regularidade dos voos. É uma demanda que se arrasta há décadas em Londrina.
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Em nota técnica, a Anac apontou uma série de pendências que impedem, por ora, a homologação do ILS na cabeceira 31. O principal problema identificado é que as luzes de cabeceira não estão instaladas conforme o padrão exigido para operações de precisão, o que exige correção e nova comprovação técnica por parte da concessionária.
A agência também afirma que não conseguiu avaliar outros requisitos obrigatórios porque as informações enviadas não foram suficientes. Entre eles, as posições de espera necessárias para operações de precisão, a sinalização vertical, as luzes de proteção de pista e a definição das áreas críticas e sensíveis do ILS.
O documento ainda cita a possível necessidade de ajustar a posição de espera da via de serviço que acessa a pista, hoje situada a apenas 75 metros do eixo, distância que pode não atender aos parâmetros regulamentares.
De acordo com o especialista em segurança de voo pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) Moisés Dornelles, os itens elencados pela agência dizem respeito à infraestrutura do aeroporto e são requisitos mínimos que devem ser cumpridos. “Se esses requisitos não estão implantados ou não conformes, não haverá homologação”, pontua Dornelles, que avalia que algumas pendências são fáceis de resolver, como a distância da posição da espera da via de serviço.
“Porém, as adequações de lâmpadas de cabeceira e sinalizações requerem um pouco mais de tempo e adequações de projeto. Acredito que o item mais crítico seja a adequação das luzes de aproximação”, acrescenta o especialista.
Dornelles reforça que a Anac e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) trabalham com prazos padronizados que devem ser cumpridos e que, diante das pendências apontadas, a operacionalidade do ILS no dia 10 de dezembro pode não ocorrer.
Além das pendências apontadas pela Anac, ainda há um documento da Aeronáutica restringindo o uso do sistema até fevereiro de 2026.
A Prefeitura de Londrina disse, em nota, que os apontamentos da Anac dizem respeito à sinalização horizontal e à documentação que precisam ser ajustadas ou complementadas para atender integralmente aos requisitos do RBAC (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil) nº 154.
“Em um processo de homologação, são pontos normais de ajuste. A área de engenharia da Motiva já está trabalhando para realizar as adequações solicitadas. O processo não está suspenso. Seguimos acreditando que a autorização do Comando da Aeronáutica virá em tempo para a inauguração no dia 10 de dezembro”, destacou a Prefeitura.
Em nota, a administração do Aeroporto de Londrina afirmou que solicitações de ajustes por parte do poder concedente são comuns em processos de homologação como este. “A equipe técnica está analisando as demandas da Agência Nacional de Aviação Civil e ressalta que todas as etapas sob sua responsabilidade para a instalação do ILS estão dentro do prazo estabelecido no contrato de concessão”, frisou.