A juíza da 2ª Vara Criminal de Arapongas, Renata Maria Fernandes Sassi Fantin, revogou a prisão temporária do vereador Valdeir José Pereira (PHS), mais conhecido como Maringá, e mais três presos na operação do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que investiga possíveis fraudes em contratos quando Pereira era presidente da Câmara Municipal de Arapongas, entre 2015 e 2016. Os outros detidos que ganharam liberdade são Ederson Leiva de Freitas, Nedson Gomes dos Santos (empresários) e Manoel Martins de Oliveira, que até então ocupava a presidência do Conselho de Comunidade.
A soltura foi solicitada pelo próprio Ministério Público, que quis a decretação da prisão domiciliar e monitoramento através de tornozeleiras eletrõnicas para Valdeir e Manoel. O pedido foi negado pela Justiça. A justificativa é de não há "nada de concreto, ao menos até a presente fase do processo, que evidencie que, em liberdade, os réus influenciarão testemunhas ou ocultarão documentos, visando prejudicar a instrução do feito. Ao contrário do que constata, vêm demonstrando que estão colaborando com as investigações".
Para a juíza, não há provas de que os investigados, agora soltos, possam fugir. "É uma situação hipotética não amparada em fatos apurados do que foi produzido até agora". O Ministério Público também encaminhou a suspensão dos direitos políticos de Valdeir Pereira, mas a decisão foi prorrogada para quando os promotores oferecerem a denúncia. Porém, conforme a decisão, Manoel Martins de Oliveira não poderá mais atuar no Conselho de Comunidade.
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Todos serão submetidos a algumas medidas cautelares, como não se ausentar de Arapongas por mais de oito dias, não deixar o Brasil sem autorização judicial, comparecer ao Fórum quando forem intimados, comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço e não entrar em contato, por qualquer meio, com os demais investigados e testemunhas relacionados no processo.
De acordo com o Gaeco, os donos das empresas contratadas pela Câmara para digitalizar documentos pagavam propina para o ex-presidente do Legislativo através de repasses bancários feitos pelo presidente do Conselho de Comunidade. Este atuava como "laranja" no esquema. Conforme as investigações, os pagamentos mensais giravam em torno de R$ 22 mil, mas o valor total ultrapassa R$ 355 mil.