O Instituto Retornar, organização sem fins lucrativos com atuação nacional em ações filantrópicas, veio a público nesta quarta-feira (6) alegando que a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Alvorada do Sul (Região Metropolitana de Londrina) se negou a receber representantes da instituição que fariam a entrega de doações à associação.
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Segundo nota oficial da entidade, prepostos do instituto se dirigiram até a sede da Apae no município, no dia 5 de junho, após agendamento prévio com a direção da associação e com o objetivo de entregar uma doação sem contrapartida, como já havia feito anteriormente.
Entretanto, ao chegarem ao local, os representantes teriam sido informados que não seriam atendidos pela diretora nem por qualquer outro representante da associação. De acordo com o Retornar, a Apae se recusou a receber a equipe, mesmo ciente do propósito da visita.
Em nota, a direção do Instituto Retornar classificou o episódio como um “lamentável descaso institucional” e ressaltou a frustração com a postura da direção, que teria “agido em descompasso com os valores de empatia, transparência e responsabilidade social esperados de uma entidade que representa a rede Apae”, descreve.
Ainda assim, o instituto afirma que mantém o interesse em realizar a doação. A organização encaminhou ofício à Federação Nacional das APAEs, solicitando apuração do ocorrido e apoio para viabilizar a ação solidária, com o objetivo de não penalizar as pessoas atendidas pela associação.
“O Instituto Retornar permanecerá comprometido com sua missão de transformar vidas, e confia no apoio da Federação para garantir que o trabalho social legítimo e transparente prevaleça”, conclui a nota.
O OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com a diretora da Apae de Alvorada do Sul, Marcia Bavia, segundo a qual o episódio não passou de um desencontro de agendas, não havendo qualquer recusa em receber doações do Instituto Retornar.
De acordo com Bavia, no dia agendado para receber os representantes do instituto, a diretora acionou também o presidente da associação, João Luiz de Godoy Donadio. Contudo, em razão do atraso dos prepostos do Retornar, não foi possível atendê-los naquele momento.
“Nós ficamos aguardando e demorou 1h30. Eu tinha uma reunião [na sequência] e o presidente também tem o trabalho dele e teve que ir embora. Só foi uma questão de incompatibilidade de horário”, defende Bavia.
A diretora afirma que a Apae nunca se negou a receber doações e que a secretaria da associação contatou o Instituto Retornar para reagendar a visita em outro momento, frisando a importância da participação do presidente na reunião. Contudo, não teria recebido retorno até então.
O INSTITUTO RETORNAR
O Instituto Retornar é uma associação civil sem fins lucrativos de natureza assistencial e educacional vinculado à Retornar Tecnologia, empresa limitada de comércio de eletrônicos e de conteúdos do universo automotivo na internet.
“O Instituto Retornar faz sorteios filantrópicos com absoluta chancela do poder público e aplica cem por cento do que arrecada na subsistência do instituto e nas ações periódicas e pontuais que ele patrocina no Brasil”, afirma Sérgio Oliveira, diretor jurídico do grupo.
Segundo informações da organização, doações foram feitas às Apaes de Centenário do Sul (Norte), Lupionópolis (Norte) e à própria Apae de Alvorada do Sul, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021.
A Apae de Centenário do Sul teria recebido R$ 20 mil, enquanto a Apae de Lupionópolis somado mais de R$ 100 mil em doações com um veículo adaptado para cadeirantes, no valor de R$ 90 mil, e mais R$ 14 mil em espécie.
Já a Apae de Alvorada do Sul teria recebido como doação um veículo para sorteio no valor de R$ 21 mil e arrecadado mais de R$ 190 mil com a ação.
Oliveira afirma que o episódio ocorrido com a Apae de Alvorada do Sul não é incomum e alerta que muitas associações não atendem ao instituto ou demonstram desinteresse nas ações da organização, inviabilizando doações.
“A gente quer que as pessoas que representam essas instituições tenham consciência de que a atuação delas tem que ser absolutamente empática, pois o que elas fazem ali tem que objetivar o bem dos beneficiários que estão na ponta e dependem tanto das ajudas”, comenta Oliveira.
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