A juiza Deborah Penna decidiu que Natália Bueno Nascimento, 20 anos, detida em julho do ano passado pela Guarda Municipal com algumas porções de crack na rua Ouro Preto, Vila Nova, região central de Londrina, terá que repassar o valor de um salário mínimo para uma entidade social da cidade e prestar serviços à comunidade durante cinco horas semanais. O entendimento da magistrada foi que a ré deveria cumprir as medidas impostas em regime aberto em vez de permanecer reclusa por dois anos e seis meses.
A pena foi reduzida pela metade pelo fato de Natália nunca ter sido detida, por ser menor à época dos fatos e porque, conforme a juíza, "não há provas de que se dedique às atividades criminosos". Segundo o Ministério Público, a jovem foi flagrada com 43 porções de crack, com peso aproximado de três gramas. Ela teve a prisão preventiva decretada por audiência de custódia, mas ganhou liberdade, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.
O benefício foi suspenso no dia 17 de janeiro, quando descumpriu as determinações. Convocada para se defender, Natália explicou que, por ser usuária de drogas, havia comprado as pedras de crack por R$ 60 e que consumiria tudo ao longo da noite. No dia seguinte, a rotina iria se repetir. Ela garantiu que gostaria de adquirir mais entorpecente, tendo assim uma despesa de aproximadamente R$ 1,8 mil no final do mês. O custo não seria sanado com o salário da jovem, que ganhava R$ 450 como diarista.
Aos guardas municipais que atenderam a ocorrência, Natália apresentou uma versão diferente. Ela afirmou que estava no centro da cidade para comprar feijão, argumentando que era garota de programa. Depois de algumas revistas, a jovem resolveu confessar a posse do crack. A GM informou que tudo já estava embalado para compra e venda na região, até porque o ponto onde Natália foi presa é conhecido pelo tráfico.