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Entrevista

Belinati fala sobre o quarto mandato de prefeito

Fábio Cavazotti - Folha de Londrina
31 dez 1969 às 21:33
Na Avenida Saul Elkind (Zona Norte), novo prefeito agradeceu eleitores - Marcos Zanutto/Folha
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Logo após a vitória, o prefeito eleito Antonio Belinati (PP) saiu em carreata pela cidade e foi ovacionado na Avenida Saul Elkind (Zona Norte). Em meio à festa, a reportagem da FOLHA foi colhendo as primeiras declarações do único político que venceu quatro eleições para o Executivo londrinense. Belinati disse que vai priorizar pessoas que nunca exerceram cargos políticos para compor seu secretariado e anunciou já ter em mente um nome para a Secretaria de Fazenda. O prefeito eleito afirmou também que a experência adquirida em sua última gestão - que terminou com a cassação de seu mandato, participação em dezenas de processos e até à prisão - contribuirá para evitar os erros e fazer a ‘melhor administração da história de Londrina’. Nessa entrevista, Belinati também abordou sua relação política com o governador Roberto Requião (PMDB) e com o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), que foi derrotado ontem por ele.

FOLHA - O que levou a essa vitória?

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Belinati - Isso é o povo que pode responder. Mas o ‘Estadão’ publicou a matéria (mostrando que) em inúmeras cidades a campanha que agrediu a outra foi derrotada ou caiu na pesquisa. Faz 40 anos que faço campanha sem atacar ninguém e conquistei 11 vitórias nas urnas. Sou hoje o político do Paraná com maior número de vitórias no voto.

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O que sente nesse momento?

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Gratidão, gratidão e gratidão. É emocionante. Tem gente que me agarra e passa tanto calor humano que já chorei em vários momentos desde que saiu o resultado.


E o perfil da nova administração?

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Nosso primeiro passo como prefeito eleito é buscar pessoas nas mais diferentes camadas da nossa sociedade para compor a equipe. Evidente que é um trabalho árduo porque muitas vezes você convida determinado profissional liberal e ele não aceita porque acha que o salário é muito pouco. Vamos começar a trabalhar buscando o secretário da Fazenda porque os outros cargos terão que ser afinados com ele. É ele que vai dar a diretriz do que vai se gastar.


O senhor tem nomes?

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Tenho na cabeça, da secretaria da Fazenda, mas como eu não fiz o convite (não dá para falar).


É alguém que já foi secretário?

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Não, nunca foi. Nós não temos compromisso com nenhum cacique da política então vamos ter ampla liberdade de montar uma equipe muito digna para que eu possa trilhar todos os caminhos para consagrar a minha administração como tetra-prefeito como a melhor da história de londrina.


E os outros nomes, que critérios serão utilizados para a escolha? Gente nova?

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O forte da nossa equipe serão as pessoas que ainda não participaram de cargos na administração pública. O que posso anunciar também é que cargos políticos que estão apadrinhados na atual administração e que não forem importantes para a população, cabe ao atual prefeito, pela ética, fazer as exonerações antes que deixe o cargo. Nós precisamos enxugar a máquina pública tanto na prefeitura quanto na Cohab e Sercomtel e reduzir despesas.


O senhor vai contratar menos cargos comissionados que atualmente?

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Eu não conheço a situação da prefeitura porque já estamos há tanto tempo afastados, mas é só lembrar que quem tem que arrumar o dinheiro para pagar a folha é o prefeito. Na medida em que enche a máquina de assessor, entra tudo na folha de pagamento.


O senhor sai das urnas com três vereadores. Como ampliar a base?


Vamos estabelecer uma relação de respeito total com os vereadores. Tem vereador que eu nem conheço. O vereador vai fiscalizar as contas do município e a prefeitura fará a gerência da cidade. O vereador sempre que nos procurar será atendido com a maior cordialidade, agora, barganha com cargo político, não haverá. Creio que os novos vereadores sabem que a cidade não aceita (mais isso). Tanto é que alguns não conseguiram se reeleger.


Como fica a relação com o governador Roberto Requião, que é seu adversário político?


Eu tenho que procurar, não o Roberto Requião, mas o governador do Paraná. Eu como deputado nunca tive dificuldade com ele, sempre tive ampla liberdade de votar contra e a favor - e votei mais contra ele na Assembléia. Agora, em termos administrativos quero reconhecer, por experiência própria, que o Requião sempre foi parceiro de Londrina quando eu era prefeito. Me lembro de um dia, e guardarei isso com gratidão eterna, que eu precisava de um documento de forma imediata para fazer a Maternidade Municipal de Londrina. Ele estava em Curitiba, com pressa para embarcar numa viagem de avião, e me falou para esperar na frente do Palácio do Iguaçu que me pegaria lá no caminho para o aeroporto. Fui com ele de carro e ele assinou. Seria uma injustiça dizer que teria dificuldade em me relacionar com o Requião.


Analistas indicam que seu perfil político cria uma forte divisão entre a população, entre os que lhe apóiam e os que lhe criticam. Como governar com uma oposição tão forte - a diferença de votos foi inferior a 10 mil?


Quem espalha que eu divido a cidade está com papo furado. Eu tive votos em todas as áreas da cidade, um pouco menos nas mais elitizadas, mas em contrapartida o adversário também foi rejeitado por outro tanto. Como prefeito de Londrina, administrarei com a grandeza de espírito de buscar sugestões e idéias juntos aos aliados, aos adversários, entidade de classe e em todos os segmentos.


Como aguarda o julgamento do TSE sobre seu registro de candidatura, que ainda pode ser cassado?


Dos seis ministros que vão votar, quatro declararam que são favoráveis ao reconhecimento da candidatura. Não tem porque ter medo. Nunca jogamos a toalha.


O senhor assumiu o compromisso de fazer uma administração transparente, com publicação das finanças na internet. Quando isso começa?


Não sei se o Ministério Público vai querer, mas eu pretendo que o setor de licitações, desde cartas convite, concorrências e licitações, passe tudo para a promotoria, independente de ser requerido ou não. E também colocar tudo isso na internet, até o movimento financeiro diário. E tenho também um recado muito duro. Se eventualmente algum membro da equipe não se comportar adequadamente, a gente não vai ter complacência com ninguém.


Tem algum recado para o candidato Luiz Carlos Hauly e seu grupo político?


Cumprimento a todos eles. Eles fizeram uma campanha de gigante, aguerrida. Ninguém perdeu a eleição, o Hauly tem o nosso respeito e vamos convidá-lo a nos ajudar a melhorar Londrina.


De tudo que aconteceu em seu último mandato, o senhor tirou alguma lição?


É bem verdade que alguns auxiliares que vieram compor a equipe oriundos de composições políticas criaram alguns problemas - como criaram com o Requião e o Nedson Micheleti. Agora, a experiência foi boa porque não vamos priorizar a participação dos políticos. Vamos priorizar a competência e a honradez.


Em três palavras, o que sente nesse momento?

Gratidão, gratidão e gratidão.


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