A um dia da eleição, quase 200 candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador do Paraná ainda aguardam uma manifestação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, sobre seus registros no pleito. São 198 recursos contra decisões de primeira instância, ou mesmo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado, especificamente relativas a registro de candidaturas. Na esfera estadual, também há pendências registradas contra decisões de primeira instância, mas a assessoria de imprensa do TRE não soube informar quantos casos estão na fila.
O TSE reforçou que os 198 candidatos com pendências podem concorrer normalmente ao pleito de amanhã. Outros 97 casos paranaenses já foram julgados pelo TSE. O número de processos já julgados e o número de processos na fila correspondem à situação registrada pelo TSE até as 18 horas de ontem.
Um dos candidatos que aguarda decisão do TSE é Cezar Manfron (PSB), que concorre à Prefeitura de Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba). As prestações de contas de Manfron nos anos de 2000, 2001 e 2002, enquanto era prefeito daquele município, foram rejeitadas, daí o pedido de impugnação de candidatura proposto pelo adversário Vilson Goinski (PMDB), atual prefeito da cidade e candidato à reeleição. A Justiça Eleitoral local acatou o pedido da oposição e indeferiu a candidatura de Manfron. O recurso ao TRE não vingou e Manfron agora aguarda resposta do apelo feito ao TSE.
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Mas o próprio adversário de Manfron também chega às urnas amanhã com pendências. Goinski teve o seu registro cassado pela Justiça Eleitoral local por abuso de poder político e de autoridade, além de uso indevido dos meios de comunicação. O peemedebista recorreu ao TRE, mas, até ontem, ainda não havia decisão a respeito. A investigação judicial que resultou na cassação da candidatura de Goinski foi proposta por Manfron.
O candidato pelo PSDB à Prefeitura de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, Albanor José Gomes, o ''Zezé'', também está na fila do TSE por conta de uma situação que se arrasta desde 2004, quando também era candidato ao pleito. A falência de uma empresa de Zezé, no ano de 2001, teria deixado um prejuízo de cerca de 70 milhões a clientes, o que, por lei, o torna inelegível - até as dívidas serem resolvidas. A defesa do candidato alega que Zezé não era o responsável principal pela empresa, que seria conduzida por seus irmãos.
Seu adversário Olizandro José Ferreira (PMDB), atual prefeito de Araucária, também enfrenta a Justiça Eleitoral para tentar a reeleição. Em função de contas rejeitadas enquanto era presidente da Câmara daquele município, a candidatura do peemedebista foi alvo de um pedido de impugnação do adversário. A Justiça Eleitoral local, entretanto, não acatou o pedido. A negativa foi confirmada pelo TRE. A defesa do candidato à reeleição alega que as contas reprovadas apresentavam erros formais, de caráter técnico. A oposição ainda pode recorrer das decisões favoráveis ao candidato à reeleição.
Também na Região Metropolitana da Capital, a atual prefeita de Campina Grande do Sul, Nelise Dalprá (PSDB), é outra candidata que segue para as urnas sem ter uma posição final da Justiça Eleitoral. Por abuso de poder político e de autoridade, além de abuso dos meios de comunicação, em função de propagandas feitas numa publicação da cidade, Nelise teve seu registro cassado pela Justiça Eleitoral local. Seu recurso ao TRE ainda não foi analisado.