No dia 7 de fevereiro, mais de 46 mil alunos da rede municipal de Londrina vão retornar às salas de aula para iniciar o ano letivo de 2022. Com isso, os pais já começam a se organizar para comprar os materiais escolares dos filhos.
Devido à grande quantidade de lojas e marcas, os preços dos produtos escolares oscilam. De acordo com um levantamento do Procon (Núcleo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor), feito entre os dias 12 e 17 de janeiro, a variação de preços dos itens que compõem a lista de material escolar é de até 4.100%.
Para evitar imprevisto na hora das compras, o ideal é que os pais façam uma pesquisa prévia a respeito dos preços em cada estabelecimento e defina um limite de gastos de acordo com as finanças da família.
“É necessário avaliar a condição financeira da família, avaliar quais as receitas e despesas mensais e determinar quanto poderá dispor para a aquisição do material escolar”, explica Thiago Mota, diretor executivo do Procon Londrina.
Cada instituição de ensino tem uma lista específica de materiais escolares. Antes de ir às compras, é importante consultar estas listas para comprar somente o necessário.
Mota alerta para os produtos que as escolas podem pedir, pois, segundo ele, a lista deve conter única e exclusivamente o material de uso individual do aluno, não podendo exigir materiais de uso coletivo, como giz, bastão de cola quente ou papel higiênico.
A compra do material escolar é uma data muito aguardada pelas crianças, elas tendem a ficar mais ansiosas querendo escolher os itens que consideram mais bonitos ou de personagens e pessoas que admiram. Apesar de alguns pais ficarem com receio de levar os filhos e a compra ficar mais cara, esse pode ser um momento de ensinar educação financeira para a criança.
“Respeito às opiniões contrárias, mas acredito que envolver a criança em todo o processo de compra, como planejamento de quanto irão gastar, pesquisa de preço e a compra em si, traz inúmeros benefícios à criança e até mesmo financeiros. Podemos incentivar os pequenos a ter senso de responsabilidade, criatividade, aumento de memória e de autoestima”, afirma Mota.
Dicas para economizar
A demanda por materiais escolares aumenta no início do ano, e as lojas tendem a encarecer os produtos. Para as pessoas que estão com o orçamento curto, o economista Emerson Guzzi Zuan Esteves, professor do Departamento de Economia da UEL e delegado do Corecon da Regional de Londrina, listou algumas dicas para garantir itens de qualidade e com bons preços.
A primeira orientação é fazer compras em grupo, com familiares, amigos e vizinhos. As compras por atacado são mais baratas devido ao volume, por isso, quanto mais pessoas comprarem juntas, maior será o desconto.
Caso a compra seja feita individualmente, uma dica para conseguir desconto é fazer o pagamento à vista. Se isso não for possível, os pais podem negociar o melhor prazo e condições de pagamento.
Outra sugestão é trocar materiais em boas condições com outras pessoas. Dessa forma, os pais conseguem materiais diferentes para os filhos sem gastar nada. Essa troca também ajuda no consumo consciente, gerando menos lixo para o planeta.
O reaproveitamento de materiais também é uma alternativa. Antes de ir às compras, os pais devem verificar o que pode ser reaproveitado no material do ano anterior, como folhas em branco dos cadernos, estojos e mochilas. Para deixar esses materiais diferentes, pode ser feita uma customização junto com a criança, como encapar cadernos e colagem de figurinhas. Além de economizar, é um momento para pais e filhos se divertirem.
Os materiais simples, sem desenhos ou personagens, costumam ser mais baratos. Portanto, eles são ideais para quem pretende economizar. Caso a criança não queira esses materiais, é importante explicar que a única diferença entre eles é a estampa ou a marca.
“Mostrar para a criança que, às vezes, um produto que tem uma marca, vamos supor de algum filme ou desenho, é igual ao outro que não tem essa marca. E não tendo a marca, ele geralmente custa mais barato, então é mostrar quais são as prioridades”, explica o economista.
Para garantir que os materiais são de boa qualidade, Esteves afirma que é importante observar as embalagens e os produtos para ver se estão em perfeitas condições de compra e uso. “Os pais devem ficar de olho nas embalagens para evitar dor de cabeça no futuro”, expõe. “Às vezes, se você compra um produto que é muito barato, mas não tem uma qualidade boa, depois você vai ter que comprar novamente”, reforça.
Para finalizar, o economista sugere organizar a compra por ordem de prioridade, comprando primeiramente os materiais usados no primeiro bimestre e, no decorrer do ano, o restante.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia