Negócios nascidos em Londrina estão conquistando o mercado internacional com tecnologia e talento nacionais. O movimento, que começou em 2016 com o mapeamento do ecossistema de inovação local — iniciativa posteriormente replicada em diversas regiões do Paraná e do Brasil —, completa quase uma década com empresas da cidade ampliando fronteiras, exportando produtos e serviços e abrindo escritórios fora do País.
Entre os exemplos mais recentes está a Corelab, empresa londrinense de tecnologia fundada em 2022, que acaba de inaugurar seu primeiro escritório na Europa, em Amsterdã (Holanda). Atuando como venture studio e software house, a Corelab desenvolve produtos digitais escaláveis e ajuda startups e empresas a acelerar processos de inovação por meio de blocos tecnológicos prontos, que reduzem meses de desenvolvimento.
Segundo o CEO Thiago Zampieri, a presença na Europa reforça a capacidade de Londrina em competir globalmente no setor de tecnologia.
“A abertura do escritório na Holanda nos dá acesso a um mercado com tickets maiores e a um ambiente pró-inovação. Nossa presença lá fora prova que um polo de inovação fora dos grandes centros brasileiros é capaz de exportar software, talento e processos”, afirma.
O presidente do Conselho de Administração do Estação 43, Lúcio Kamiji, destaca que o avanço das empresas locais para o exterior fortalece o ecossistema londrinense.
“Ter negócios da cidade abrindo escritórios fora do Brasil significa que estamos exportando tecnologia. É uma vitrine capaz de atrair investimentos estrangeiros e gerar emprego e renda. Multinacionais têm nos procurado em busca de soluções e mão de obra local”, afirma.
A expansão também alcança a América Latina. O empreendedor Victor Martins, cofundador da Click2Pay, empresa de soluções para pagamentos nacionais e internacionais, fundou recentemente a Expression, no Paraguai. A nova empresa atua com desenvolvimento de projetos de tecnologia e marketplace automotivo, conectando compradores e vendedores de veículos, além de iniciativas voltadas ao e-commerce.
“O Paraguai tem um enorme potencial de crescimento tecnológico. Estamos aproveitando essa oportunidade para desenvolver projetos voltados tanto para o mercado local quanto para brasileiros que vivem lá”, explica Martins.
Para o presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Paulo Henrique Ferreira, o movimento de internacionalização eleva o nível de competitividade das empresas londrinenses.
“Quando empresas daqui se estabelecem fora do Brasil, a régua sobe na qualidade da entrega. Isso exige aprimoramento do modelo de gestão e da capacitação da mão de obra, que passa a atuar em padrões globais”, analisa.
O secretário estadual da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, avalia que o cenário demonstra a maturidade do ecossistema local.
“Essa expansão comprova que Londrina tem um ambiente fértil para a inovação e uma mão de obra qualificada capaz de projetar nossas soluções para o mundo”, ressalta.