O Senai no Paraná foi o grande vencedor da categoria de tecnologias inclusivas do
Inova Senai 2014, mostra de inovação realizada paralelamente à Olimpíada do
Conhecimento, em Belo Horizonte (MG). O projeto vencedor é o Dispositivo para
Transpor Obstáculos (DTO), que garante acessibilidade aos cadeirantes. Desenvolvido
pela equipe de Santo Antônio da Platina, o DTO é um conjunto de rampas para ser
acoplado a qualquer tipo de cadeira de rodas, facilitando o acesso do cadeirante a
obstáculos e guias de calçadas.
O projeto foi desenvolvido por uma equipe formada por 18 integrantes, entre
professores, técnicos e alunos do Senai . "Nosso objetivo é conseguir um investidor
para a nossa ideia, para que ela se torne um negócio e com isso possa ser produzida
em larga escala, ajudando a melhorar a vida das pessoas com deficiência", disse um
dos professores da equipe, Eliseu de Souza.
Ao todo, a exposição reuniu 50 criações desenvolvidas para atender às demandas da
indústria e do mercado, e premiou os melhores nas categorias tecnologias industriais
(produto e processo), tecnologias educacionais, tecnologias inclusivas e voto
popular. Os finalistas foram escolhidos em um universo de 240 ideias avaliadas por
uma banca que levou em consideração itens como viabilidade do projeto e inovação.
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Pernas robóticas – Outro destaque da delegação do Senai do Paraná foram as pernas
robóticas, desenvolvidas por dois estudantes do Senai da Cidade Industrial de
Curitiba (CIC). A prótese funciona por meio de comando elétrico manipulado pela
pessoa com deficiência com um joystick. Timna Aversa, uma das criadoras do projeto,
explica que a grande vantagem do seu projeto é a simplicidade, já que um
exoesqueleto operado por ondas cerebrais - como o apresentado na abertura da Copa do
Mundo de 2014 - seria complexo e muito mais caro para ser desenvolvido. O
equipamento conta também com um sensor de proximidade, evitando acidentes.
O projeto foi seu trabalho de conclusão do curso de aprendizagem em eletrônica
industrial, junto com seu colega Patrick de Souza. "Estávamos discutindo o tema de
nosso trabalho e a irmã do Patrick sugeriu o desenvolvimento de um projeto que
permitisse a uma pessoa paraplégica voltar a andar. Topamos o desafio e decidimos
arriscar. Buscamos então uma forma de transformar essa ideia em realidade", conta a
aluna.
As pernas robóticas seriam feitas de estruturas leves como alumínio naval, PVC - na
parte que fica em contato com a pele - e revestimento externo de plástico. A ideia
ainda busca financiamento para sair do papel e ser comercializada.
Além destes projetos, o Paraná também apresentou a Bebida Láctea Fermentada de Baixo
Teor de Fenilalanina, desenvolvida pelo Senai de Toledo. O produto, feito a partir
do soro do leite, viabilizaria o consumo por pessoas portadoras de fenilcetonúria -
doença rara cujas vítimas não têm a habilidade de quebrar adequadamente o
aminoácido, causando sérias restrições alimentares.
Fórum de Investimentos – Todos os projetos apresentados no Inova Senai 2014 passaram
por um fórum formado por investidores de todo o país. O Fórum foi organizado pela
equipe de Capital Inovador do Senai Paraná, que durante quatro meses ofereceu um
treinamento de empreendedorismo inovador aos participantes. "Mostramos para eles
como fazer pesquisa de mercado, planejamento financeiro, estratégias comerciais e
como se apresentar para potenciais investidores e parceiros", conta Ricardo
Barcellos, coordenador do Núcleo de Capital Inovador. "A ideia é que eles passem a
enxergar seus projetos como oportunidades de negócios, pois o Inova é o berço onde
nascem esses novos empreendedores", completa.
João Kepler, da Rede Anjos do Brasil, foi um dos investidores que participou do
Fórum. "Vi aqui muitos projetos que resolvem os problemas da sociedade, da
indústria, do varejo. Isso mostra a capacidade de criar coisas diferentes e de
inovar que esses jovens têm", conta. Segundo Kepler, que já foi empreendedor, o
perfil do investidor-anjo brasileiro é diferente. "Aqui no Brasil, nós acompanhamos
todo o processo de desenvolvimento do negócio no qual investimos, apoiamos no que é
necessário. Isso é fundamental quando se está começando: é preciso que alguém
acredite nas nossas ideias", finaliza. Existem, atualmente, mais de 6 mil
investidores-anjo no país. São pessoas físicas que investem capital próprio em
empresas nascentes com grande potencial de crescimento.