A Microsoft anuncia nesta terça-feira (6) seu primeiro centro de tecnologia avançada no Brasil. O empreendimento ficará em um edifício histórico do Rio de Janeiro (RJ), na zona portuária, que depois de intensa reforma passou a ser chamada de "Porto Maravilha". Destinado à criação e desenvolvimento de novos produtos, o centro será o quarto da Microsoft no mundo: a companhia tem complexos semelhantes na Alemanha, em Israel e no Egito.
Com apoio do governo federal e da prefeitura carioca, o centro de tecnologia avançada da Microsoft deve consumir cerca de R$ 200 milhões ao longo de quatro anos. Os recursos são todos da companhia americana. O investimento é muito superior aos R$ 10 milhões aplicados pela Microsoft no início do ano, quando iniciou seu centro de pesquisa e tecnologia em São Paulo.
O anúncio será feito em duas partes: amanhã em Brasília, pela manhã, no auditório do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com a presença dos ministros Marco Antônio Raupp (MCTI) e Aloizio Mercadante (Educação), e no Rio, na quinta-feira, na futura sede do empreendimento, ao lado do prefeito Eduardo Paes.
As negociações entre a Microsoft e o governo de Dilma Rousseff acontecem há mais de um ano. A empresa entende que o Brasil já dispõe de recursos humanos especializados, e que novos produtos com o perfil de consumo do País e dos vizinhos latino-americanos devem ser desenvolvidos em território nacional.
Do lado do governo, a visão é que o consumo das famílias começa a mudar de padrão, tomando um perfil mais sofisticado, como a demanda por smartphones, televisores mais capacitados e outros produtos.
A Microsoft deve trazer também no mesmo pacote o centro de pesquisa da Intel, sua fornecedora de softwares. Com este complexo de tecnologia e pesquisa, a gigante americana vai se unir a IBM e General Eletric (GE), que também contam com centros de P&D no Brasil.
"Trata-se da tropicalização da pesquisa tecnológica avançada", afirma Luis Antonio Elias, secretário executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Um dos principais articuladores da política de atração de centros de pesquisas de multinacionais, Elias avalia que o empreendimento da Microsoft vai impulsionar a chegada ao Brasil de mais três centros de tecnologia avançada de multinacionais até 2014. Essa é a previsão oficial do programa TI Maior, lançado pelo ministro Marco Antonio Raupp no fim de agosto.
Competitividade
Uma das prioridades do governo Dilma Rousseff é aumentar a competitividade da economia. Para a equipe econômica do governo, aumentar a inovação na indústria e, em especial, ampliar a capacidade produtiva do parque tecnológico do País, é crucial para atingir o objetivo traçado pela presidente Dilma.
Hoje, Elias participa do lançamento da "Sala de Inovação", na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Idealizada no âmbito do programa industrial Brasil Maior, lançado por Dilma no ano passado, a sala de inovação conta com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A ideia do governo federal é, junto dos empresários, criar um espaço para que as companhias absorvam ideias já testadas de investimento em pesquisa e inovação.