O Twitter recusou uma proposta de compra de US$ 10 bilhões apresentada pelo Google, segundo a revista Fortune. Uma reportagem intitulada "Trouble @ Twitter" (problema no Twitter) apontou que a Microsoft, o Google e o Facebook avaliaram a compra do serviço de microblogs.
"Desde que o Twitter foi inventado, gigantes da internet vêm tentando comprá-lo, por acreditarem que ele é um serviço de mídia social com o potencial de competir com o Facebook", escreveu a jornalista Jessi Hempel. "A Microsoft nunca fez uma proposta, de acordo com fontes, mas o Facebook teria oferecido US$ 2 bilhões pelo Twitter e o Google, de longe o mais interessado, chegou a oferecer até US$ 10 bilhões."
Além da recusa de ofertas bilionárias, a revista identifica outros problemas com o Twitter. A empresa teve três presidentes em menos de três anos. O cofundador Jack Dorsey foi substituído pelo também cofundador Evan Williams, que acabou sendo trocado por Dick Costolo, diretor de operações.
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Depois disso, Dorsey acabou voltando ao Twitter, como diretor de produtos, sem deixar a presidência de outra empresa, a Square, de sistemas de pagamento. Sobre essas mudanças, o blog de tecnologia TechCrunch observou que a troca de comando não é um bom sinal e que o posto de visionário de produto é um trabalho em tempo integral.
Existe uma percepção crescente, de acordo com a Fortune, que a inovação foi paralisada e que a administração da empresa está uma bagunça. Outro motivo de preocupação é que, no último ano, o tráfego do Twitter nos Estados Unidos deixou de crescer. Apesar de ter mais de 200 milhões de contas registradas, somente 10% usuários usam o serviço a cada mês.
Modelo de negócios. Um ponto importante na análise da situação do Twitter é que o site ainda não conseguiu apresentar um modelo convincente de geração de receitas. Apesar do desejo das empresas de anunciar no serviço, o Twitter só conseguiu faturar US$ 45 milhões com publicidade no ano passado, comparados a US$ 1,86 bilhão do Facebook.
A briga entre os dirigentes do Twitter, com seus cofundadores transformados em celebridade, tem impedido que a empresa possa conseguir bons resultados a partir de sua base de bons engenheiros, anunciantes ávidos de publicidade e usuários leais, de acordo com a Fortune.
O Twitter está bem capitalizado, tendo levantado mais de US$ 360 milhões, mas perdeu o posto de empresa mais quente do setor de tecnologia para outras companhias, como o Groupon, que levantou mais de US$ 1 bilhão em investimento e tem um modelo bem definido de negócios.
"O Twitter ainda precisa descobrir o que quer ser quando crescer", escreveu Jessi Hempel. O presidente Dick Costolo costuma dizer que o serviço é uma rede social. A revista questiona se, na realidade, o Twitter é uma empresa de mídia, uma ferramenta de comunicação ou alguma outra coisa.
O Twitter foi criado por acaso. Ele nasceu de uma empresa chamado Odeo, que produzia podcasts, mas acabou deixando de fazer sentido quando a Apple lançou o iTunes. Inicialmente chamado Twttr, sem vogais, a ideia era permitir que as pessoas respondessem à pergunta "o que você está fazendo agora?", usando mensagens de texto de celular. Foram os usuários que descobriram para que o serviço servia, criando coisas como hashtags e retweets.