Tecnologia

Empresa cria óculos que protegem os olhos de quem vive conectado

13 abr 2016 às 12:16

Ficar sem acessar as mensagens do celular, e-mails, redes sociais ou até assistir televisão, mesmo que por poucas horas, é para muitos uma missão quase impossível. Sem contar os diversos jogos entre uma tarefa e outra. A verdade é que com o advento das novas tecnologias, cada vez mais exigimos dos nossos olhos, ficando por muito mais tempo diante das mais variadas telas, com luminosidades distintas.

A boa notícia é que já é possível amenizar os efeitos nocivos da tecnologia sobre os olhos por meio de lentes que permitem aos usuários "relaxar a vista" do estresse digital.


"Consultar várias telas ao longo do dia é um novo estilo de vida que exige bastante dos olhos e os deixa mais expostos. Para fazer frente a esta nova realidade e aumentar a capacidade de leitura com menos cansaço ocular, novas tecnologias em lentes oftálmicas estão disponíveis", explica o ofalmologista, Marcus Sáfady, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).


Desenvolvida pela multinacional francesa Essilor - fabricante das lentes Varilux – a Eyezen é uma lente que filtra os raios UV e a luz azul-violeta, nociva à saúde visual e que está presente na luz artificial ao nosso redor, como computadores (35%), TV's, lâmpadas fluorescentes (26%), lâmpadas de LED brancas e frias dos tablets e smartphones.


De acordo com o diretor de marketing da empresa, Mauricio Confar, é justamente a luz azul que contribui para o desenvolvimento de doenças oculares, como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). "Com a nova tecnologia, somente a luz essencial, a chamada Luz Azul-Turquesa (96%), que ajuda a prevenir o envelhecimento dos olhos, passa através da superfície da lente", afirma, acrescentando ainda que essa luz preserva as funções visuais (percepção de cores) e não visuais (relógio biológico).


O oftalmologista Marcus Sáfady reforça que a DMRI é uma doença degenerativa e o seu surgimento pode estar relacionado a aspectos genéticos, mas outros fatores podem contribuir para o agravamento do mal, como o tabagismo, uma alimentação rica em gordura e a exposição à luz artificial, UV ou Luz Azul-Violeta. "A exposição dos olhos a esse tipo de luz tem um efeito duplo: contribui para o aparecimento da degeneração macular e a morte das células da retina", afirma.


Segundo Confar, uma pesquisa realizada pela empresa em parceria com o Instituto da Visão de Paris, comprovou que a tecnologia reduz a morte das células da retina em 25% e diminui a absorção da luz azul-violeta em 20%. "A nova lente é para todos que não podem ou não querem ficar longe dos seus gadgets favoritos e, em alguns casos, necessários no dia a dia", disse ele.


Confar chama a atenção para o fato de, num mundo altamente tecnológico, a preocupação com a saúde visual é algo que preocupa o setor industrial como um todo. A Apple, por exemplo, lançou recentemente a atualização do seu sistema operacional, o iOS 9.3, que possui um modo noturno. Com o recurso ativado, a tela do smartphone ou tablet ganha cores quentes. De acordo com especialistas, isso possibilita que o gadget agrida menos os olhos durante a noite. "Foi nessa direção que desenvolvemos essa tecnologia", diz Confar.

A novidade será lançada durante a Expo Abióptica, que acontece entre os dias 13 e 16 de abril, em São Paulo, e poderá ser usada por qualquer pessoa, até mesmo por quem não precisa de correção visual. O produto será comercializado on-line pelo site da empresa, a partir do dia 15 de abril.


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