Reencontrar pessoas queridas e inteligentes é sempre uma alegria. Foi muito bom rever minha
ex-professora e atual presidente do Sindicato da Construção Civil Norte do Paraná (Sinduscon
Norte PR), Celia Catussi.
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Celia faz parte do celeto grupo da pessoas otimistas e que buscam melhorar o ambiente em que
vivem. Conversamos muito sobre inovação e também sobre outro assuntos, como o quanto a
tecnologia está mudando as relações humanas. Aspecto que vem afetando a todos, inclusive a
indústria da construção civil. Ela me falou sobre as dificuldades do setor para contratar mão de
obra e das parcerias que a entidade vem fazendo para o desenvolvimento de inovação.
A presidente do Sinduscon Norte Paraná me falou sobre o Construhub, espaço de inovação para
estudantes de cursos do setor da construção civil, startups, profissionais que prestam serviço no
setor da construção civil e construtoras que precisem de um local de trabalho propício à
criatividade e a ideias inovadoras. Também merece menção o Curso de Gestão Empresarial para
Empreiteiros, que atua na melhora da qualidade dos serviços realizados e ainda ajuda
profissionais a terem uma formação técnica.
O setor da construção civil é bastante forte em Londrina, com empresas de destaque em nível
nacional e de atuação internacional. Isso demanda toda uma rede de profissionais e serviços
para abastecer uma cadeia de suprimentos, desde insumos básicos, como material de construção,
até atividades manuais que dependem de pessoas capacitadas. Ao criar espaços propícios à
inovação e ao empreendedorismo, o Sinduscon contribui significadamente. Ao realizar cursos,
mostra que as áreas técnicas demandam de maior suporte na nossa região, algo que entidades do
Sistema S, como o Senai, vem procurando suprir.
Quem me acompanha sabe que defendo a inserção de profissionais com doutorado no processo
de desenvolvimento de inovação como condição sine qua non. Sem pesquisa acadêmica, a
inovação será sempre incremental. Para chegar na inovação radical ou disruptiva, aquela que
muda mentes e sistemas de produção, é necessário ter sólida base científica. Como são
pouquíssimas as empresas que fazem ciência no Brasil -o número de doutores trabalhando nas
firmas é irrisório- são as universidades públicas, em sua maioria, que assumem o papel de
produzir ciência. Diante do quadro de escassez de recursos, burocracia e outras barreiras que
elas convivem, a inovação brasileira fica limitada a tímidas cópias daquilo que é feito fora do
país, reduzindo a capacidade das empesas de gerar empregos mais qualificados, aumentar a
renda dos empregados, gerar riqueza em forma de impostos, sem contar a possibilidade de o
Estado investir em políticas públicas.
Penso que as empresas poderiam incluir dentre suas ações prioritárias a contratação de doutores
para que seja possível aplicar pesquisa e inovação na resolução dos problemas diários. Quem
sabe assim criamos um círculo virtuoso e profícuo? ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)