Os brindes têm sido uma ferramenta utilizada pelas empresas para atrair e fidelizar clientes. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos apontou que, no Brasil, 52% dos entrevistados compraram produtos com brinde promocional, sendo que 51% da amostra afirmou ter adquirido algum item promocional nos últimos três meses. Os produtos mais consumidos com brindes foram alimentos (52%), produtos de higiene pessoal (33%) e de limpeza (29%).
O levantamento mostrou ainda que a promoção ‘leve 3, pague 2’ foi identificada como a mais popular do mundo, com 45% das preferências, seguida pela ‘ganhe um terço a mais de produto’, com 36%.
A pesquisa – realizada com 1.500 pessoas no Brasil – apontou que o consumidor prefere brindes úteis, de boa qualidade, que possam ser escolhidos e recebidos na hora da compra.
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Para o vice-presidente da Associação de Marketing Promocional (Ampro) e da Impact, Alexis Pagliarini, o brinde tem diversos usos e aplicações. Pode ser desde um presente institucional de final de ano até gerar vendas no curto prazo. Ele lembrou que, como os produtos estão cada vez mais semelhantes, o objeto promocional permite diferenciar da concorrência.
Para dar resultado, deve ser novidade e acompanhar as tendências. Uma alternativa é oferecer produtos de valor mais alto como carro e casa. No caso de um veículo de R$ 35 mil, a empresa oferece um único prêmio, mas tem a participação de muitos consumidores. Em uma promoção ‘achou, ganhou’ é necessário oferecer um número bem maior de brindes e montar postos de troca, o que pode sair mais caro.
Segundo ele, na região Sul, 85% dos entrevistados preferem brindes úteis e 30% se mostraram atraídos pelo valor afetivo do brinde.
A pesquisa mostrou ainda que os consumidores latinos gostam mais de ganhar ‘presentes’. Ações promocionais com premiação têm mais aceitação em países como o Brasil, México e Espanha. Já na América do Norte (Estados Unidos e Canadá) impera o cupom.
‘Um brinde acaba sendo o diferencial quando os produtos são muito parecidos e quando a fidelidade ainda não foi estabelecida’, disse o professor de marketing da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Aldin Freitas. Ele acredita que para fidelizar o consumidor com brindes é preciso ter uma política regular de distribuição. As ofertas precisam ser inesperadas, não utilizar sempre o mesmo brinde.
Ele explicou que, geralmente, o consumidor soma o valor do brinde com o preço do produto e compara com o concorrente para ver o que vale mais a pena. Freitas destacou que a pessoa precisa estar atenta às promoções ‘leve três, pague dois’. Ele alertou que, quando o consumidor precisa de apenas uma unidade do produto e compra mais, acaba gastando um volume maior do produto porque sabe que está sobrando. Por este motivo, a comparação de preços nunca deve ser deixada de lado.
‘Os consumidores acham que tudo que é promoção é mais barato’, disse. Ele lembrou que, às vezes, há produtos com preços altos em promoção.
Objetos funcionais lideram as preferências
Os consumidores entrevistados pela Folha disseram que preferem brindes funcionais, ou seja, que tenham utilidade. ‘Todo mundo gosta de ganhar alguma coisinha’, afirmou a farmacêutica Michelle Sawczen. Ela prefere brindes como bloquinhos de anotações, canetas e potes.
A empresária Raquel Adriana de Oliveira disse que o brinde atrai o consumidor. ‘Gosto de coisas úteis como brinquedos e utilidades domésticas’, afirmou. Os brindes são uma boa estratégia para atrair o consumidor na opinião da técnica contábil Maria Rodrigues. Ela disse que gosta de receber canetas, blocos de anotações e procura aproveitar as promoções ‘leve três, pague dois’. (A.B.)