Seu bolso

Traje country completo pode ficar em R$ 1 mil

31 dez 1969 às 21:33

Uma região com vocação agrícola e considerável influência da música sertaneja. Está formado um terreno fértil para o mercado de roupas e acessórios no estilo country. Londrina e municípios vizinhos já têm comerciantes investindo especificamente no setor, que ganha impulso com eventos do gênero como a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, aberta hoje.

Os adeptos do estilo inspirado nos cowboys norte-americanos buscam jeans justos e de corte reto, camisas com estampas xadrez ou listrada, botas de cano alto, cintos com fivelas que se destacam e chapéus com grandes abas. A procura pelos produtos acontece durante o ano todo, mas março e abril correspondem ao Natal do setor.


Segundo a comerciante Marcia Maria Martins Ferreira, a grande movimentação começa com o Rodeio de Colorado (85 km ao norte de Maringá), em março, e prossegue com a ExpoLondrina, em abril. ''Tanto que a esta altura já estou com vários produtos em falta. Ainda tem gente pedindo, mas para a Exposição não dá mais tempo de repor o estoque'', diz Marcia, que já teve uma loja no Centro de Londrina e desde janeiro trabalha em casa.


Nesta época do ano, a comerciante afirma que consegue alcançar um público que não é fiel ao estilo country, mas está disposto a consumir durante os grandes eventos do gênero. Para os que pretendem ir à ExpoLondrina como manda o figurino, o traje completo pode ficar em média R$ 1 mil, incluindo itens de qualidade, muitas vezes importados.


As calças que mais fazem sucesso entre esse público são as de uma tradicional grife norte-americana, que podem custar até R$ 180. Marcia trabalha com várias marcas, com preços a partir de R$ 70. Entre os modelos, destacam-se as ''lonadas'', ideais para aguentar trabalho pesado. ''É o jeans bruto, sem ser lavado. Tem maior durabilidade'', diz a comerciante. Mas também há jeans estonados, amaciados, de diversos tons.


As camisas, em muitos casos, seguem o estilo ''country americano'', com dois bolsos na frente e botões tipo tic-tac. Além do xadrez e do listrado, há espaço para os modelos neutros (apenas uma cor). Para mulheres, os modelos são acinturados. Os preços vão de R$ 70 a R$ 180.


Os cintos (de R$ 70 a R$ 180) são indispensáveis. Segundo Marcia, os modelos que mais saem são feitos em couro e em crina de cavalo. Eles podem vir trabalhados com rebites em metal, metal cromado, pedras de strass, entre outros. As fivelas aparecem de vários tamanhos e são removíveis.


''É um item opcional. A maioria dos cintos já vem com a possibilidade de você trocar a fivela'', conta Marcia. O detalhe é que este item pode sair mais caro do que uma peça de roupa: em média R$ 80 (nacional) e até R$ 1 mil (importada). A justificativa é que são banhados em ouro ou prata.


A comerciante trabalha com chapéus (de R$ 70 a R$ 180) feitos em pelo (de coelho) e lã e de palha (ou materiais que imitam palha). O item mais caro do visual country são as botas em couro. Vão de R$ 300 a R$ 750 na loja de Marcia, mas podem custar bem mais (cerca de R$ 3 mil) se forem feitas com pele de avestruz ou de cobra. ''Esses modelos com materiais diferenciados são mais por encomenda'', diz Marcia.


Para atender o público, as lojas especializadas no estilo country também trabalham com camisetas pólo, bonés de grifes variadas e demais acessórios. A inclusão de outros itens na hora de compor o visual vai depender do gosto e do bolso do consumidor.


Exclusivo para o público masculino


O público masculino adepto do estilo country na região têm em Jataizinho (21 km a leste de Londrina) um local de compra específico. ''O homem sai daqui vestido dos pés à cabeça'', afirma Maria Elaine Pinto, da Agropecuária Azevedo. Atenta à demanda da região, a comerciante agregou uma sessão de roupas, calçados e acessórios country ao seu negócio que tem como foco produtos agropecuários.


A comerciante só trabalha com artigos nacionais, com qualidade garantida e preços mais acessíveis do que os importados. Ela diz não sentir muito impacto nas vendas na época de eventos rurais como a ExpoLondrina. ''Os clientes, geralmente, são sempre os mesmos, a maioria jovem. Nesta época do ano, eles comentam que vão à Exposição de Londrina quando vêm comprar alguma coisa, mas as vendas se mantêm como no restante do ano'', observa.

O negócio de Maria Elaine atende quem trabalha na zona rural e quem busca roupas para frequentar boates, festas. Há calças jeans (entre R$ 90 e R$ 95), chapéus de palha (R$ 10 a R$ 15) e de couro (R$ 90 a R$ 95), botas em couro no estilo texano (R$ 260), além de camisas, camisetas pólo e bonés.


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