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Terno, sinômimo da elegância masculina

31 dez 1969 às 21:33

Na hora da compra do terno, há detalhes que fazem toda diferença. Oponente, soberbo e inegavelmente elegante. Os ternos são a peça de maior valor agregado do guarda-roupa masculino (alguns chegam a custar verdadeiras fortunas) e é, sem dúvida, o mais complexo também. Formado pela calça, paletó e por vezes o colete (traje completo), existem uma série de detalhes importantes para se chegar à conclusão de que todas estas peças tiveram ''caimento perfeito''.

Quem já precisou comprar um terno sabe que hoje se encontram vendedores e alfaiates qualificados para sugerir modelos, combinações e ajustes. No entanto, estar bem informado sobre as opções no mercado e o que deve ser observado num terno é aconselhável a qualquer homem. Para isto, a reportagem da FOLHA visitou lojas, alfaiatarias e contou com os conselhos do designer de moda - e também consumidor - Alisson Rodrigues. ''Ter algumas noções básicas ajuda saber se estão ou não lhe empurrando qualquer coisa'', alerta.


Lição número um: ternos não obedecem às mudanças constantes da moda. Algumas influências existem, porém o que o consumidor encontrará é, basicamente, o modelo clássico italiano. ''Não temos coleção de inverno ou de verão. Os ternos vêm em cortes mais quadrados, para o cliente ajustar como quiser'', explica Fabrício Fagundes Mercio, gerente e consultor de moda da Brooksfield. Ele diz que a preocupação com a saúde e com o corpo tem levado homens modernos a usar paletós mais acinturados, com o cós da calça mais baixo e a barra afunilada.


Outro ponto importante é a escolha do tecido. Não só dentro dos paletós como na parte de fora, eles são essenciais para definir a qualidade de um terno. A matéria-prima mais utilizada é a lã, encontrada em diferentes graus de espessura e leveza, como as lãs ''super 100'', ''super 120'' e ''super 150''. Fabrício Mercio conta que o caimento vai de acordo com o tamanho do fio: ''Com fios mais longos o terno escorre pelo corpo, dando movimento''. Além da lã fria, o alfaiate Aparecido Marques de Lima ainda usa o ''tropical inglês'', tecido de bom caimento que mistura algodão e poliéster.


Teoricamente, quanto mais leve é a lã, mais chique é o terno. Mas a lã não é conhecida como um material quente? No caso dos ternos, muito pelo contrário: ''A lã tem a propriedade de manter a temperatura do corpo. Funciona bem para o inverno e verão, além de permitir a transpiração da pele'', esclarece Alisson Rodrigues.


Dentro do vestiário, o próximo passo é prestar atenção no que diz o espelho e observar algumas regras de caimento. Segundo o designer, com os braços esticados deve-se checar se o paletó forma pregas nas costas. Se sim, é sinal de que o ombro está muito grande e você deve pedir um número menor. O comprimento da manga tem que ficar mais ou menos na altura do osso do punho. Já a calça ideal tem o cós de dois a quatro dedos abaixo do umbigo, ajustada à cintura sem ajuda de cintos ou suspensórios.


Poucos privilegiados podem abrir mão dos ajustes. Entre os mais comuns estão o comprimento do terno (logo abaixo do bumbum), ajustes do paletó ao corpo, o comprimento da manga, a barra e o cós da calça. ''Dificilmente alguém vai aceitar desmanchar um terno inteiro para arrumar o ombro'', diz o designer de moda Alisson Rodrigues. Se o terno pedir muitos ajustes, é aconselhável recorrer a um modelo feito sob medida. ''O problema de comprar ternos prontos é que eles são confeccionados para um tipo padrão que a marca propõe'', diz.


Na hora da compra do terno, há detalhes que fazem toda diferença. Oponente, soberbo e inegavelmente elegante. Os ternos são a peça de maior valor agregado do guarda-roupa masculino (alguns chegam a custar verdadeiras fortunas) e é, sem dúvida, o mais complexo também. Formado pela calça, paletó e por vezes o colete (traje completo), existem uma série de detalhes importantes para se chegar à conclusão de que todas estas peças tiveram ''caimento perfeito''.


Quem já precisou comprar um terno sabe que hoje se encontram vendedores e alfaiates qualificados para sugerir modelos, combinações e ajustes. No entanto, estar bem informado sobre as opções no mercado e o que deve ser observado num terno é aconselhável a qualquer homem. Para isto, a reportagem da FOLHA visitou lojas, alfaiatarias e contou com os conselhos do designer de moda - e também consumidor - Alisson Rodrigues. ''Ter algumas noções básicas ajuda saber se estão ou não lhe empurrando qualquer coisa'', alerta.


Lição número um: ternos não obedecem às mudanças constantes da moda. Algumas influências existem, porém o que o consumidor encontrará é, basicamente, o modelo clássico italiano. ''Não temos coleção de inverno ou de verão. Os ternos vêm em cortes mais quadrados, para o cliente ajustar como quiser'', explica Fabrício Fagundes Mercio, gerente e consultor de moda da Brooksfield. Ele diz que a preocupação com a saúde e com o corpo tem levado homens modernos a usar paletós mais acinturados, com o cós da calça mais baixo e a barra afunilada.


Outro ponto importante é a escolha do tecido. Não só dentro dos paletós como na parte de fora, eles são essenciais para definir a qualidade de um terno. A matéria-prima mais utilizada é a lã, encontrada em diferentes graus de espessura e leveza, como as lãs ''super 100'', ''super 120'' e ''super 150''. Fabrício Mercio conta que o caimento vai de acordo com o tamanho do fio: ''Com fios mais longos o terno escorre pelo corpo, dando movimento''. Além da lã fria, o alfaiate Aparecido Marques de Lima ainda usa o ''tropical inglês'', tecido de bom caimento que mistura algodão e poliéster.


Teoricamente, quanto mais leve é a lã, mais chique é o terno. Mas a lã não é conhecida como um material quente? No caso dos ternos, muito pelo contrário: ''A lã tem a propriedade de manter a temperatura do corpo. Funciona bem para o inverno e verão, além de permitir a transpiração da pele'', esclarece Alisson Rodrigues.


Dentro do vestiário, o próximo passo é prestar atenção no que diz o espelho e observar algumas regras de caimento. Segundo o designer, com os braços esticados deve-se checar se o paletó forma pregas nas costas. Se sim, é sinal de que o ombro está muito grande e você deve pedir um número menor. O comprimento da manga tem que ficar mais ou menos na altura do osso do punho. Já a calça ideal tem o cós de dois a quatro dedos abaixo do umbigo, ajustada à cintura sem ajuda de cintos ou suspensórios.


Poucos privilegiados podem abrir mão dos ajustes. Entre os mais comuns estão o comprimento do terno (logo abaixo do bumbum), ajustes do paletó ao corpo, o comprimento da manga, a barra e o cós da calça. ''Dificilmente alguém vai aceitar desmanchar um terno inteiro para arrumar o ombro'', diz o designer de moda Alisson Rodrigues. Se o terno pedir muitos ajustes, é aconselhável recorrer a um modelo feito sob medida. ''O problema de comprar ternos prontos é que eles são confeccionados para um tipo padrão que a marca propõe'', diz.


A arte de se fazer a clássica roupa masculina


Nas décadas de 60 e 70 eles eram muitos em Londrina. Em 2009, restam apenas 10 a 12 profissionais, no máximo. Destes poucos alfaiates - costureiros especializados em criar artesanalmente roupas masculinas - Aparecido Marques de Lima mantém a tradição por 34 anos em sua alfaiataria no Edifício Julio Fuganti. ''Para fazer um trabalho fino leva-se muito tempo. Foram cinco anos de aprendizado mais cinco de aperfeiçoamento'', relata.


Não é difícil entender o porquê. Segundo o alfaiate, para se fazer um terno sob medida são necessárias, no mínimo, três provas. Toda a costura interna do paletó (o caseado) é feito a mão, e cada botão leva pelo menos dez minutos para ser pregado com perfeição.


Mas esta ainda não é a parte mais difícil. ''Costumo levar mais de duas horas para pregar uma manga. É a parte mais delicada, pois qualquer ajuste milimétrico aparece'', conta Lima. Por isso, seu prazo de entrega costuma ser de dez dias, fora os ajustes que virão com a prova. É aconselhável que se mande fazer o terno com 30 dias de antecedência, dependendo da necessidade. Cada um custa R$ 400 e com colete, R$ 500.

Ele admite que nunca lhe faltam clientes: muitos vão lá há 30 anos e trazem a geração de filhos e netos para confeccionar ternos. Neste caso, o cliente leva o tecido e precisa responder algumas perguntas antes de tirar as medidas. Por exemplo: a calça é com ou sem pregas; o terno será justo ou mais folgado; qual quantidade de botões e as aberturas no paletó. ''Enquanto isso a gente vai estudando o corpo do cliente. Nada pode estar fora do lugar'', diz o alfaiate com firmeza nas palavras - e nas mãos.


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