Seu bolso

Som sobre quatro rodas

04 nov 2009 às 12:02

Curtir uma boa música enquanto se dirige não é novidade para quem enfrenta o trânsito caótico das grandes cidades. Entretanto, montar um equipamento de som de alta qualidade e tecnologia de ponta no interior do veículo pode propiciar uma experiência de entretenimento digna de mega shows e concertos musicais. As novidades do setor abrangem rádios diferenciados, instalações de auto-falantes e acessórios, além de investimentos que dependem do bolso e ouvidos aguçados de cada um.

Marcio Goulart é vendedor especialista na instalação de equipamentos de som da Garagem Motors. Ele expõe quais são os aparelhos mais procurados pelos seus clientes. ''As pessoas procuram rádios, que além do CD, tenham entradas multimídia para pen drive, cartão de memória e mp3 player. Basta conectar um desses acessórios e escutar toda sua lista de músicas favoritas instantaneamente. Rádios como esses já são produzidos no Brasil e encontrados por R$ 300'', explica.


Quem prefere uma conexão sem fios pode aproveitar a tecnologia dos aparelhos com bluetooth aliada aos celulares de última geração. O sistema é simples: a partir do momento que o motorista aciona o bluetooth do celular, o equipamento de som reconhece e passa a tocar as músicas que estão armazenadas no telefone. ''Se celular tocar, a música para e o motorista passa a ouvir, por meio dos auto-falantes, quem está na ligação'', ilustra o especialista, que ressalta que a tecnologia ainda não está muito difundida e gira em torno de R$ 800.


Para os que procuram uma maior definição sonora, conhecida como ''alta fidelidade'', não basta investir no rádio em si. Os auto-falantes (ou caixas de som) e amplificadores são fundamentais para que se consiga uma maior precisão dos sons. Auto-falantes conhecidos como tweeter reproduzem os sons agudos, os woofers reportam as frequências graves e os mid-bass e mid-range as intermediárias. ''Não basta ter uma boa quantidade de auto-falantes, é preciso saber posicioná-los dentro do carro. O som traseiro nunca deve ser mais potente que o dianteiro, pois a pessoa pode se sentir fadigada'', comenta Marcio, que orça em R$ 1.500 o mais básico desses sistemas.


Orçamento que pode ser facilmente ultrapassado caso o cliente queira elevar seu grau de diversão. O empresário José Carlos Martins dos Santos, proprietário da John Som, explica que é viável instalar sistemas capazes de simular sons de grandes shows. ''É um surround 5.1, na qual chamamos de efeito palco. Adaptamos todo o carro com peças de fibra de vidro para instalar a aparelhagem. Um sistema em conta desses sai por volta de R$ 6 mil'', exemplifica.


A busca pela alta definição do som é tão impressionante, que é possível montar a afiação dos aparelhos com cabos que ultrapassam os 800 dólares o metro. ''São cabos banhados a ouro 24 quilates, que eliminam qualquer tipo de ruído. A pessoa é capaz de escutar o cantor pegando fôlego entre as notas musicais ou perceber se o dedilhar no violão é com o uso de dedeira ou com o dedo diretamente encostado na corda'', completa Marcio.


Tecnologias alternativas inibem furtos

Em contrapartida a altos investimentos, diversas pessoas que apreciam um bom som em seus veículos estão improvisando de diferentes maneiras para evitar roubos e maiores prejuízos.


Funciona da seguinte forma: ao invés de se comprar um rádio moderno para o carro, instala-se um cabo P2 (próprio para conexão de Ipods, celulares, etc) a um amplificador. ''Quando sai do carro, o cliente leva seu equipamento e não há nada que o ladrão possa roubar. Para baratear ainda mais, o pessoal usa os auto-falantes originais do veículo. A instalação do cabo e do amplificador fica em R$ 180'', conta o especialista Marcio Goulart.


Ainda nessa linha de prevenção contra furtos, existem aparelhos barateados que não possuem toca CD, apenas entrada para pen drive e outras mídias. ''O prejuízo é menor caso haja um furto. Esses aparelhos acabam sendo menos visados pelos ladrões'', diz o vendedor.


A vendedora Neiryane Ozetto é apaixonada por som automotivo, já participou de campeonatos específicos do assunto e chegou a possuir uma aparelhagem que valia mais de R$ 10 mil. ''Agora estou com um radio básico, para o dia a dia. Procurei investir nos auto-falantes, amplificador e afiação, deixando o som com excelente qualidade sem chamar a atenção.'' Ela revela que gastou R$ 2,5 mil com seu som atual.


Mas quem não dispensa um rádio sofisticado, uma alternativa é ''maquiar'' o painel do veículo. No mercado, não é difícil encontrar envolventes removíveis (o famoso ''tapa-buraco''), que escondem tranquilamente onde o som está localizado. ''Antigamente, era comum a instalação (do som) no porta-luvas do veículo. Hoje, existem envolventes que imitam, por exemplo, os botões do ar-condicionado'', finaliza Goulart.


Multas salgadas para quem exagera no volume

Apesar da alta tecnologia no setor oferecer equipamentos que podem ser comparados a verdadeiros trios elétricos, é bom ficar atento. A Lei dos Crimes Ambientais é rigorosa para os que cometem infrações que envolvam poluição sonora.


Em Londrina, os policiais da 2 Companhia de Polícia Ambiental Força Verde são os responsáveis por autuar quem extrapola o volume dos sons automotivos em vias públicas. ''O normativa diz que, durante o dia, o som não pode ultrapassar os 70 decibéis e, durante a noite, 60 decibéis. Se a aferição com o decibelímetro constatar números maiores do que esses, as multas partem dos R$ 5 mil, somada a apreensão de toda a aparelhagem'', relata o soldado Willian Fabiano da Silva.


No caso dos DVDs, segundo a resolução nº 153 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), fica proibido a instalação de aparelhos que gerem imagens na qual seja possível ao condutor do veículo assistí-las.

Em relação aos aparelhos de DVD com GPS (que agora vêm de fábrica em alguns veículos), o motorista pode consultá-los normalmente, desde que o carro não esteja em movimento. ''Os aparelhos de DVD próprios para carros vêm com um sistema de fábrica o qual a imagem é desligada a partir do momento que o freio de mão é liberado. Porém, esse sistema é muito fácil de ser burlado no momento da instalação'', salienta o vendedor Marcio Goulart.


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