O verão pede roupas mais leves e confortáveis. E se existe uma cultura que privilegia este tipo de vestimenta é a indiana. Seu sucesso, de acordo com lojistas e consumidores, está atrelado a aceitação do estilo pelas brasileiras. Tanto é que as batas estão substituindo as tropicais cangas nas saídas de banho em praias, porque protegem uma área maior do corpo contra os raios solares, sem contar a nova novela das oito que pode colocar o estilo ainda mais em evidência.
Vestidos, batas (compridas ou curtas), sáris, panjabis (conjuntos de calça, túnica e lenços) e o kaftan (espécie de bata) são as peças mais populares. A recém-formada em artes cênicas Danielle Maldonado, por exemplo, gosta deste tipo de roupa porque são confortáveis e ‘deixam a mulher muito feminina’. Independente da moda, ela garante que se identifica com a mulher indiana por causa ‘dessa coisa de se enfeitar e ser vaidosa’. ‘Eu tenho muito disso’, pontua.
‘Eu gosto porque é diferente da (cultura) brasileira. Tão interessante quanto o modo de vida é o de vestir. As cores são chamativas e vivas, isso dá uma noção de que tudo é bem alegre. Tem muito haver comigo’, definiu Danielle, lembrando que as peças com detalhes que brilham são suas preferidas.
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O comercianate Yassir Zighem trabalha focado em atender o público com este perfil. Ele é de descendência marroquina, mas visita a Índia com frequência para ‘sondar’ as novidades. A aceitação do seu consumidor, afirma, se dá principalmente entre ‘peças mais básicas’ como as saias e as túnicas. ‘Na Índia, as tradicionais como o sári e o panjabi são mais usadas. Mas, para importar para o Brasil e América Latina eles fazem adaptações. Os cortes são mais modernos para caírem bem quando usados no dia-a-dia.’, argumenta.
A diferença com relação aos tradicionais trajes ocidentais deixam o cliente receoso na hora comprar e sair na rua com uma roupa mais exótica. Mas mesmo assim as peças comuns acabam na preferência dos consumidores. ‘Gosto bastante dos vestidos que são bem confortáveis porque caem bem. Mas eu prefiro as batas longas que dá para usar por cima das calças’, conta Danielle.
Zighem revela que a novela ‘Caminho das Índias’ já tem aguçado a curiosidade e trazido uma clientela nova para seu estabelecimento. Porém, independente disso, ‘existe um público cativo’. ‘Eu percebo um receio até elas usarem pela primeira vez. Mas, depois que as amigas começam a elogiar, vira habitual’, analisa bem humorado.
Quanto ao preço, na sua avaliação, a maioria ainda acha que é mais caro que as habituais porque são importadas. Mas a faixa de preço varia entre R$ 29,90 e R$ 59,90 e é possível encontrar peças por R$ 590, como vestidos longos e bordados.
Dentre as peças que o comerciante elenca, lenços (R$ 19,90), saias (R$ 29,90), batas (a partir de R$ 19,90), kaftan (R$ 58,00) e vestidos (R$ 45,00) são os mais procurados. Ele garante que a qualidade das roupas são importadas e ‘vêm direto da Índia’. ‘Eu trabalho muito com algodão, porque o daquela região é muito bom. Também tem peças em seda, viscose e poliéster que são os mais comuns.’, detalha.
Zighen avalia que por ser início de ano, época em que os negócios no comércio dão uma esfriada, a procura ainda é modesta. Mas acredita na força dos meios de comunicação, afinal a novela das oito vai mostrar por mais de seis meses os hábitos da cultura indiana e isso pode ajudar seu negócio. ‘Por isso, eu acho que a tendência é aumentar a procura nos próximos meses’, confia.