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Economizando

Reformas dão cara nova a roupas e sapatos

Erika Zanon/Equipe Folha
08 jul 2009 às 11:01

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"Levo para apertar, fazer a barra, dar uma arrumada; fica ótimo e com qualidade", diz a jornalista Ângela Plastina - Olga Leiria/Equipe Folha
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Em época de crise econômica todo consumidor procura economizar. Uma boa alternativa é reformar roupas e sapatos: dá-se uma cara nova aos itens, sem gastar muito.

O inverno, período em que normalmente o fluxo de clientes aumenta em sapatarias e alfaiatarias, tem provocado um movimento ainda maior este ano. Em alguns lugares a demanda tem sido até 40% superior. "A clientela geralmente aumenta nesta época do ano, mas desta vez a crise financeira apertou um pouco e o pessoal tem procurado consertar mais roupas ao invés de comprá-las novas", conta Benedito Aparecido Rodrigues, alfaiate desde os 10 anos.

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Segundo ele, além de fatores econômicos, muitos clientes optam pelo conserto porque algumas peças são muito caras, e vale a pena reformá-las, além de serem bonitas e as preferidas. "Tem gente que gosta especialmente de alguma roupa e quando ela está ficando velha dá um jeitinho de levar para o conserto e não perdê-la", reforça Rodrigues, proprietário da alfaiataria Detalhe Final. Ele conta que no local chega de tudo, de "calcinha a casacos", mas no inverno o maior volume é de blazers de lã e de calças jeans. A reforma também abrange muitos detalhes, que vai de um simples ajuste à mudança do modelo da roupa.

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"A gente orienta o cliente, mostramos o que dá para ser feito: encurtamos, cinturamos, trocamos forro, substituímos botões, tiramos e colocamos bolso, trocamos zíper, fazemos barra. Depende do que a pessoa deseja e do que é possível", diz Rodrigues. Os valores variam de R$ 7, para fazer uma barra, até R$ 100, para reformar um casaco de lã, por exemplo. Conforme o alfaiate, R$ 100 até parece um custo alto, mas quando se compara com um casaco novo o valor compensa. "Na loja, um novo, custa R$ 350, em média. Então, vale a pena reformar".

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Rodrigues observa que a demanda nas últimas semanas tem sido tão alta que o prazo para entregar a roupa pronta tem chegado a 15 dias. No local, trabalham quatro pessoas: dois atendentes e dois costureiros. A alfaiataria ainda conta com o serviço terceirizado de oito pessoas.


Na sapataria rápida Central, o cenário é o mesmo: demanda e tempo maior de espera. Segundo Ailton Bomfim, proprietário do estabelecimento, nesta época do ano o movimento aumenta 30%. Os serviços são procurados por homens e mulheres, mas segundo ele o público maior é o feminino, que leva botas e sapatos fechados para ganharem um repaginada.

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"O conserto de um sapato vale a pena. Uma pintura ou a troca de um salto deixam o produto novinho e dá um toque de elegância", comenta o sapateiro, que tem a loja há quase 40 anos. Ele acredita que neste período do ano, o fluxo seja maior porque um sapato fechado geralmente é caro, então o cliente prefere mandar reformar do que comprar outro novo.


Segundo Bomfim, é possível fazer quase tudo: trocar taco, fazer meia sola ou o solado inteiro, substituir o salto, ajustar botas, pintar, polir. O custo de um conserto pode variar de R$ 2 a R$ 40. A pintura, que pode ser feita em diversas cores, fica entre R$ 15 e R$ 20 e o polimento varia de R$ 5 a R$ 10, por exemplo. Na sapataria trabalham sete pessoas que, conforme o proprietário, quase não estão dando conta da demanda. Dependendo do serviço, o sapato só fica pronto em 15 dias.

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Cliente aparece na alfaiataria toda semana


A jornalista Ângela Plastina ‘visita’ a alfaiataria toda semana. ‘Levo para apertar, fazer a barra, dar uma arrumada. Antes, quando a roupa não estava boa, eu doava, mas depois que comecei a reformar vi que a qualidade é ótima e que fica perfeito’, conta.


Ângela destaca que na opção pela reforma estão ainda peças que gosta muito, das quais não quer se desfazer. ‘E hoje em dia as coisas são caras não dá pra ficar comprando toda hora algo novo’, reforça. A jornalista comenta que além das suas próprias roupas, que às vezes leva para reformar, ainda tem as peças que troca com a irmã e que precisam de ajustes.

Fora as suas roupas, Ângela já levou ao alfaiate peças do marido e dos filhos. ‘Tenho dois meninos, um de dois e outro de quatro anos, como um acaba usando a roupa do outro, muitas vezes preciso levar para ajustar’, comenta. Ela diz que leva ao alfaiate porque confia no serviço. ‘Eles não me enganam e sempre entregam no prazo combinado’.


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