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Quando a umidade do ar se torna problema

01 set 2009 às 14:21

As baixas temperaturas e o tempo mais úmido aumentaram em até 40% a procura por desumidificadores. Mas, antes de levar o aparelho para casa, o consumidor deve observar alguns detalhes para não comprar um produto que não seja adequado para o tamanho do ambiente.

Caso a umidade do ar esteja próxima de 100%, existe o risco de formação de bolor e propagação de certas bactérias. Quando os cômodos são mal ventilados a umidade produzida nos banhos, na cozinha, pelas plantas e pelas próprias pessoas não é eliminada. O desumidificador controla a umidade evitando a corrosão, ferrugem e paredes úmidas. Conserva quadros, roupas, documentos, aparelhos de som e fotográficos, instrumentos de precisão e móveis protegendo-os contra a umidade causadora do mofo.


Nesses equipamentos, o vapor d’água entra em contato com a superfície fria de uma serpentina no interior do desumidificador. Um ventilador conduz o ar úmido por esta superfície fria transformando o vapor em gotas d’água que são recolhidas em seguida em um recipiente instalado na parte traseira.


O desumidificador pode ser programado para operar de três formas: contínuo, seco e extra-seco. A diferença destes ciclos está na umidade relativa desejada para o ambiente. No seco a umidade ficará entre 50% e 60%, no extra-seco em 50% e contínuo quando se deseja a desumificação máxima. O ciclo reinicia sempre que esta umidade se altere porque o desumidificador é equipado com um umidostato que conforme a programação liga e desliga automaticamente.


O equipamento deve ter algumas características essenciais como desligar automaticamente quando o reservatório está cheio de água, umidostato, combinação de desumidificador e aquecedor, compressores e ventiladores silenciosos, facilidade de limpeza e carcaça resistente à ferrugem.


A característica mais importante é a capacidade de remoção da água do ar em litros por hora. Outras dicas são deixar o aparelho longe da parede, pelo menos 20 centímetros, evitar colocá-lo num canto da sala ou ao lado de um móvel grande. Também é importante fechar portas e janelas da área a ser desumidificada. Nos primeiros dias de operação, a dica é deixar o aparelho em extra-seco para retirar a umidade nos móveis e paredes.


A empresa de equipamentos de controle de qualidade Labstore comercializa o produto a partir de R$ 1,2 mil. Este modelo é indicado para ambientes de até 150 metros cúbicos. O equipamento com a maior capacidade atinge 500 metros cúbicos e custa cerca de R$ 3,1 mil. O sócio-gerente da Labstore, Sérgio Battu, disse que houve um aumento de 40% na procura pelo produto a partir de junho. Para definir o modelo a ser comprado é calculada a altura do ambiente multiplicada pela largura e pela profundidade. O gasto de energia é equivalente ao de uma geladeira. Ele explicou que para lugares muito carregados de materiais, livros e móveis pode haver a necessidade de dois aparelhos. O desumidificador mais simples e com menor valor no mercado é da marca Nilko, custa R$ 115 e pode ser encontrada até em lojas de material de construção.


Ar muito seco ou muito úmido faz mal à saúde, diz médico


A umidade do ar ideal para o ser humano é de cerca de 70%


A umidade do ar ideal para o ser humano é de cerca de 70%. Quando não é possível atingir esta situação naturalmente, as pessoas procuram amparo tecnológico. As afirmações são do chefe do setor de pneumologia do Hospital Cajuru e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o médico Paulo Sandoval.


Ele disse que os aparelhos usados para atingir a condição ideal de umidade são interessantes desde que sejam de boa qualidade. Sandoval explicou que o clima muito seco pode trazer problemas. A mucosa da via aérea é umidificada, ou seja, tem uma película de água que a reveste. É como se fosse uma membrana de água. Quando o ar tem pouca umidade, essa película se rompe, ou seja, perde a continuidade. A partir disso, permite a passagem de substâncias que geram infecções, tosse, rinite alérgica, faringite, laringite, piora de asma e bronquite.


No outro extremo, o clima úmido favorece o crescimento de fungos. Os micro-organismos são nocisos, ficam no ar e nas paredes. O desumidificador tem o papel de diminuir a umidade para acabar com esses problemas. A umidade em excesso provoca ou piora problemas alérgicos, asma, rinite e conjuntivite.


O médico destaca ainda que o ar condicionado só faz mal quando não tem manutenção adequada e quando os filtros não são trocados. Pode trazer algum tipo de problema quando fica atrás das costas da pessoa.


Sandoval explicou que quando os equipamentos são bem adaptados podem ajudar a manter a condição de temperatura e umidade normais para o corpo e trazer conforto.


Ele recomenda que o consumidor procure o equipamento certo para o tamanho do ambiente, compre produtos com marcas de qualidade e leia atentamente o manual antes de usar o aparelho.


Aparelhos que liberam vapor de água


Quando a umidade do ar fica abaixo de 45% pode ser necessário usar um umidificador. Pessoas mais sensíveis sentem dor nos olhos, dor de cabeça, ressecamento de garganta, nariz e pele. Os umidificadores apenas liberam vapor de água no ar ambiente. Eles chegam a transferir 12 litros de água para o ar em 24 horas.


Há vários tipos de equipamentos no mercado. Há aparelhos por evaporação que transferem o vapor de água em pequenas quantidades para o ar, pela sua passagem por um meio esponjoso umidecido. O ultrassônico transforma água em vapor por meio de vibrações ultrassônicas. O aparelho de névoa fria transmite umidade para o ar por uma névoa. A água é convertida em névoa por uma força centrífuga. Os vaporizadores são os mais conhecidos e tradicionais umidificadores. Estes aparelhos convertem água em vapor, fervendo-a dentro de um recipiente por meio de um elemento elétrico de aquecimento ou eletrodos.


Alguns aparelhos possuem um regulador que mede a umidade do ar e desliga o aparelho quando o nível desejado é atingido. O equipamento deve ser colocado a uma distância mínima de dois metros de televisores, caixas de som ou outros eletrodomésticos. O aparelho nunca deve ser colocado perto de cortinas, de fogões ou outras fontes de calor.

A farmacêutica da loja de materiais médicos, Victória Régia, Fernanda Miyake, disse que a procura pelo aparelho quando o tempo está seco aumenta 50%. A vendedora da Aqualoja, Ana de Oliveira, disse que houve aumento da procura tanto de aquecedores como de umidificadores no último mês. O valor dos produtos varia de R$ 46,00 a R$ 349,00, dependendo do modelo.


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