A geleia real, uma substância natural que vem da colmeia, pode combater e prevenir vários tipos de problemas de saúde. O produto, na forma in natura e em cápsulas, é um dos atrativos da Feira do Mel, que vai até domingo, no Shopping Quintino, em Londrina. A reportagem da FOLHA visitou o evento na companhia do terapeuta corporal e massagista Iukyo Onishe, que depois de pesquisar sobre o assunto passou a consumir a geléia real e indicá-la aos seus pacientes. Ele afirma que o produto funciona como um ‘ativador do corpo humano’.
‘É um alimento especial e muito poderoso, que já era usado antes de Cristo. Tem um campo vasto de benefícios, mas com pouco conhecimento por parte da maioria das pessoas’, diz Onishe. ‘Quando indico, sinto que muita gente não conhece, então vou logo avisando sobre o sabor, que não tem nada a ver com mel. É ácido e meio picante’, completa.
A geleia real é produzida pela abelhas operárias para alimentar a abelha rainha. Com essa dieta exclusiva, a rainha vive em média cinco anos. Já as outras, que se alimentam de mel, duram em torno de 45 dias. O poder do alimento despertou a atenção dos pesquisadores, que começaram a se aprofundar no assunto há cerca de 20 anos. Hoje a geleia real é produzida em escala ‘industrial’ (ver matéria nesta página).
O processo envolve conhecimento especial por parte dos apicultores, o que torna o produto caro para a maioria da população brasileira. Na Feira do Mel, a geleia in natura é vendida por R$ 95 (o pote de 100 gramas) e R$ 18 (15 gramas). A embalagem com 60 cápsulas custa R$ 20. Quem já utiliza o produto, porém, destaca a relação custo-benefício. ‘É bem mais barato que remédio, por exemplo, levando em conta os resultados que você alcança’, defende Onishe, que recomenda o produto in natura.
O terapeuta conheceu a geleia real na década de 1980, mas passou a utilizá-lo com regularidade quando voltou para a faculdade. Ele tinha 44 anos e sentia que não conseguia mais memorizar os conteúdos. ‘Comecei a usar a geleia e em poucos dias minha memória foi ativada. Me ajudou demais’, lembra ele, hoje com 47 anos.
Onishe destaca que a quantidade de geleia real utilizada é bem pequena. Usa-se apenas a pontinha de uma espátula, o que equivale a meio grama por dia. ‘A dose tem que ser colocada embaixo da língua, em jejum. Quem tem condições econômicas deve usar todo dia’, observa.
Ele explica que as pesquisas feitas nos Estados Unidos e no Japão mostram que a geleia real contém substâncias que atuam diretamente no mesencéfalo (sistema nervoso central). O produto, afirma o terapeuta, fortalece as células e contribui para o equilíbrio do funcionamento do fígado, dos rins, da tireóide, além de ajudar a evitar derrame cerebral e infarto.
O alimento da abelha rainha, conforme Onishe, é indicado ainda como revigorante para pessoas com cansaço físico e mental, e principalmente, para quem já passou por tratamento contra o câncer e está fazendo quimioterapia. Ele informa que já comprovou os resultados em seus próprios pacientes, que não conseguiam subir um lance de escada depois das sessões de quimioterapia e ganharam vigor com a geleia real.
O produto ajuda a retardar o envelhecimento e também é usado na cosmetologia. Para amenizar rugas e marcas de expressão, a dica é usar uma ponta de espátula de geleia real diluída em um pouquinho de água mineral e passar na pele.
Para quem acha que tudo isso é milagre, Onishe argumenta. ‘As pessoas têm que buscar conhecimento e inibir a entrada de coisas que trazem malefício ao corpo. Aí sim, a geleia real se torna excelente’.
Produção exige conhecimento e tecnologia
O apicultor Gualter Torrecillas explica que a geleia real é produzida pelas abelhas operárias só para alimentar a abelha rainha. Quando uma colmeia não tem rainha, as abelhas pegam uma larva fêmea, constróem um berço diferente e depositam ali entre um a dois gramas de geleia. A larva vai se alimentar e se transformar em rainha.
Depois de descobertos os benefícios desta substância, os apicultores encontraram uma forma de aumentar a produção. ''Deixamos uma colmeia sem rainha e oferecemos às operárias dezenas de berços já prontos. Oferecemos, por exemplo, 50 berços para as abelhas encherem de geleia. Dali 24 horas, antes de a larva se alimentar, a tiramos de lá e colhemos a geleia'', detalha Torrecillas, proprietário do Apiários 2G, em Londrina, que promove a Feira do Mel.
Torrecillas diz que a produção de geleia real é diária e exige conhecimento e tecnologia por parte do apicultor. ''É uma técnica bastante apurada. Como é muito perecível, a geleia exige também cuidados especiais de higiene'', afirma. Ele produz cerca de 10% da geleia real que comercializa e compra a maior parte de fornecedores de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o apicultor, no mercado também existe geleia real importada de países como Estados Unidos e China.
O púbico consumidor são pessoas preocupadas com qualidade de vida. ''No inicio eram as pessoas adoentadas, com câncer. Hoje, muitas já procuram por problemas de cansaço, estresse, insônia. Como muita gente já obteve resultados de cura, um vai falando para o outro e hoje nem é preciso mais fazer propaganda da geleia real'', observa.
A geleia in natura precisa ser conservada no freezer. Já as cápsulas são feitas com a substância em pó, desidratada por meio da técnica desenvolvida pela Nasa. Esta variação não exige conservação especial.
A Feira do Mel pode ser visitada até domingo no Shopping Quintino, das 9 às 20 horas. São ofertadas 30 toneladas de mel e seus derivados, como geleia real, extrato de própolis, pólen e cera. Os preços praticados são abaixo da média do mercado. Um pote de mel de 500 gramas, por exemplo, sai por R$ 5, e o de 250 gramas por R$ 2,50. Também há uma programação de palestras no centro de eventos do shopping. Amanhã, às 14 horas, o terapeuta corporal e massagista Iukyo Onishe vai falar sobre como se libertar das dores do corpo. A entrada é gratuita.