Rafael e Gabriela Kaczor, com o CD personalizado: convidados cantaram junto o refrão que fala dos encontros e desencontros do casal
Com ou sem crise, a indústria do casamento segue inabalável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registra mais de 900 mil casamentos por ano. A estimativa, conforme profissionais ligados ao setor, é de uma movimentação anual em torno de R$ 8 bilhões. Não importa o tamanho da festa, o importante é fazê-la e, se possível, deixar a melhor impressão entre os convidados.
A organização de um casamento hoje envolve mão-de-obra especializada de dezenas de profissionais de gastronomia, decoração, música, vestuário, fotografia e filmagem, entre outros. A concorrência é grande. A tendência dos eventos é ditada pelos mercados paulistano e carioca. O que é moda lá também vai ser aqui, o que mais cedo ou mais tarde acaba igualando o perfil das festas.
Aí entra a criatividade na prestação de serviços. O músico Kiko Jozzolino, por exemplo, pinçou do próprio casamento a ideia de um trabalho que está agradando noivos de Londrina e região. Ele compôs uma música para sua noiva, que foi executada ao vivo durante a cerimônia em 2004. A iniciativa não só emocionou como gerou comentários positivos entre os convidados.
‘Depois de um tempo, percebi que as pessoas gostavam muito e achavam diferente quando eu mostrava a gravação da música, então passei a oferecer este tipo de trabalho, que se encaixa em casamentos e também em outras ocasiões em que a proposta é homenagear alguém’, conta o músico, que é proprietário do estúdio Jozzolino Audio, em Londrina, e tem uma banda que toca em casamentos (Acústico Blues Trio) há seis anos.
A letra da canção é composta pela equipe do estúdio com base no relato da história do casal. Definido o estilo, os profissionais fazem a música, o arranjo e a gravação. O CD é entregue com capa personalizada com os nomes e foto do casal. ‘Pode ser qualquer estilo, o importante é que seja uma balada bonita, com refrão que empolgue, destacando sempre o nome do homenageado’, explica Jozzolino.
Há casos mais particulares, segundo o músico, em que a pessoa apresenta a letra já escrita (para ser adequada à música) e também pede para gravar a canção com a própria voz. ‘A pessoa pode nem ser tão afinada, mas o que vale aí é a intenção, a emoção que ela quer passar’, observa. Em 80% dos casos, a música é um elemento surpresa no casamento e pode ser executada de forma mecânica ou ao vivo, geralmente, ao mesmo tempo em que são exibidas imagens do casal em um telão. A produção do trabalho, com qualidade digital, tem preço médio de R$ 500.
Na área de filmagem, as inovações também agradam. Sempre atento aos comentários de que vídeo de casamento era ‘uma coisa muito chata’, o profissional Fernando Ribeiro começou e pesquisar o que tinha de novo nesse mercado. Descobriu em São Paulo um detalhe que faz a diferença no seu trabalho: em algum momento da festa, a câmera vai para as mãos dos noivos para que eles façam as imagens da forma que quiserem. O momento é registrado pelo profissional com outro equipamento.
‘Isso gera uma interação com os convidados. Quando são os próprios donos da festa filmando, as pessoas brincam, ficam mais à vontade’, diz Ribeiro, que trabalha com filmagem de eventos há 12 anos. Ele explica que o ‘take’ feito pelos noivos recebe destaque na edição do vídeo, mas este é apenas um detalhe do trabalho, que segue a linha do videojornalismo, onde as imagens são mais dinâmicas. O produto final, que reúne making-of, cerimônia religiosa e festa, e tem uma hora de duração, é entregue aos noivos em DVD e blu-ray. O preço é a partir de R$ 3,5 mil.