O Brasil é o terceiro maior produtor de massas do mundo. Em 2009 o País produziu e consumiu 1,2 milhão de toneladas de macarrão, ficando atrás da Itália, que produziu 3 milhões de toneladas, e Estados Unidos, com 2 milhões de toneladas. Ao dividir essa produção pelo número de habitantes, no entanto, o País cai para a 13ªposição no ranking do consumo per capita mundial, com 6,4 quilos por habitante por ano, bem longe da capital das massas, a Itália, onde o consumo por pessoa é de 26 quilos por ano.
Aumentar esses números é o desafio enfrentado pela Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). ‘O macarrão está presente em 100% dos lares brasileiros, ele não precisa de propaganda, o problema é sua baixa frequência nas refeições’, avalia o presidente da Abima, Claudio Zanão.
Para impulsionar o consumo, a entidade e suas associadas vêm desenvolvendo várias ações, como a Campanha ‘Comprou, Ganhou’, que acontece junto com o Dia Mundial do Macarrão, comemorado ontem. A campanha pretende distribuir em todo País 1,5 milhão de espaguetômetros, utensílio que tem duas funções: pegador de macarrão e medidor da quantidade de espaguete a ser preparada de acordo com o número de pessoas a servir. No Paraná, a cada quatro pacotes de macarrão, o consumidor ganha um espaguetômetro.
No ano passado, campanha parecida conseguiu um aumento de 20% nas vendas durante a promoção. Em 2009, o setor faturou R$ 6 bilhões, 4% a mais do que em 2008, e nos últimos cinco anos, acumulou um crescimento de 18% no faturamento. Hoje, chega a gerar 40 mil empregos diretos.
Zanão ressalta que o principal concorrente à mesa é a dupla arroz e feijão, que assim como o macarrão faz parte da cesta básica, mas tem a vantagem da isenção fiscal. A Abima já solicitou ao Governo Federal a desoneração fiscal também para o macarrão e, segundo ele, há ‘sinal verde do Planalto’ nesse sentido, uma vez que o produto é consumido em grande parte pela população de baixa renda.
Para a Abima, é preciso, ainda, mostrar ao consumidor a diversidade de produtos e receitas existentes. ‘Nem eu consigo comer espaguete ao sugo todo dia’, brinca Zanão. Ele lembra que o Brasil fabrica 30 tipos diferentes de macarrão, entre massas secas, que correspondem a 84% do consumo, instantâneas, por 13% e frescas, por 3%.
O engenheiro da computação Rafael Ferreira França, de 24 anos, é o consumidor ideal para a Abima. De origem italiana, adquiriu o gosto pelas massas comendo o macarrão feito por sua avó. Hoje ele mesmo faz suas macarronadas, pelo menos duas a três vezes por semana, com massa fresca ou seca. ‘Meu preferido é talharim a carbonara’, conta ele, que, para não deixar os quilos a mais vencerem a balança, mantém uma dieta equlibrada e frequenta academia.
Congresso mundial
Durante esta semana, acontece no Rio de Janeiro, o 4º Congresso Mundial de Macarrão, que reúne os principais representantes da indústria de massas do mundo. Este ano, em paralelo está sendo realizado um Congresso Científico, no qual 15 cientistas da nutrição de 13 países, discutem a ‘saudabilidade’ da massa.
O grupo promete divulgar hoje a Declaração do Consenso Científico sobre a Saudabilidade do Macarrão, que levou em conta estudos nutricionais sobre carboidratos, dietas tradicionais e obesidade infantil, entre outros itens.
Talharim com molho pomodoro
Ingredientes
1 cenoura ralada
1 colher de chá de açúcar
Manjericão
Tomates italianos pelados vendidos em lata
Cebola
Alho
Sal
500 gramas de talharim
Manteiga
Como fazer
Fritar a cebola e o alho com um pouco de manteiga. Em seguida, colocar o tomate, o açúcar e a cenoura ralada e cozinhar por uma hora. Acrescentar água, se necessário. O sal e o manjericão devem ser colocados no final.
Para quem gosta de uma variação mais picante pode usar no final do cozimento do molho ingredientes como pimenta calabresa, alcaparras e azeitonas.
O macarrão deve ser cozido observando o tempo da embalagem e as dicas que fazem parte desta reportagem.
A cenoura é usada para absorver a acidez do tomate.
Dicas para não errar no preparo
O preparo de um bom macarrão depende de alguns cuidados simples mas fundamentais para obter um prato saboroso e com consistência adequada. A primeira dica é utilizar cinco litros de água para cada meio quilo de massa. O macarrão só deve ser colocado quando a água estiver borbulhando. Outra sugestão é colocar na água 5% a mais da quantidade deseja.
As dicas são do proprietário do restaurante Armazém Italiano, Bruno Draghi. Ele recomenda não escorrer toda a água no final do cozimento e deixar um pouquinho na travessa que será colocado o macarrão. O líquido evapora e mantém o macarrão mais tempo úmido, além de aquecer a travessa que, geralmente, por estar fria, rouba o calor da massa. A travessa também pode ser aquecida com água quente antes de colocar a massa. Outra dica é dar um choque térmico com água fria depois de escorrer para parar o cozimento.
Uma recomendação que também faz a diferença é colocar um filete de óleo na massa e misturar antes de jogar o molho. Isso torna o macarrão mais solto, não resseca e não sai tão rápido a umidade. Assim, não acontece a típica situação de a massa grudar uma na outra. Draghi ensina ainda colocar o molho em cima da massa e não misturar, assim as pessoas podem escolher se gostam da comida com mais ou menos molho.
‘Por incrível que pareça, a ciência de fazer massa tem muitas variáveis’, disse Draghi. Um dos segredos que ele ensina é desligar o fogo um pouquinho antes do final do tempo de cozimento. Continuar fervendo até terminar o tempo indicado na embalagem ‘lava a massa, abre os poros e os sabores’.
Cada tipo de massa tem uma característica. Uma das mais conhecidas é a massa seca. A vantagem dela é durar mais tempo estocada, não exigir refrigeração e ser mais fácil de manusear.
O macarrão grano duro é elaborado com um trigo mais resistente e compacto que não permite penetrar muita água e amolecer facilmente. Esse tipo de produto pode ficar quente sem perder o famoso ‘al dente’ por mais tempo. Também conserva mais os sabores dos ovos e da farinha.
Outra variação é a massa fresca que tem mais sabor, é mais leve, cozinha mais rápido, além de ser a preferida dos brasileiros. A característica do macarrão instantâneo é o cozimento muito rápido. Já para fazer uma massa pré-cozida é preciso deixar o macarrão quase pronto e só jogar água quente por cerca de dez segundos para aquecer na hora de servir. (Andréa Bertoldi/Equipe Folha)
Serviço
Armazém Italiano
Avenida Sete de Setembro, 4.750
Curitiba
(41) 3244-1044