Verão pede investimento em roupa de banho. Nesta época, as vitrines já começam a exibir biquínis, maiôs, sungas, saídas de praia e outros itens que remetem às férias bem perto do mar. A indústria acelera a produção e coloca no mercado peças antenadas com as últimas tendências. ''Hoje temos muita variedade de tecidos com elastano. Eles trazem um toque aveludado, conferindo melhor caimento, conforto e segurança às peças. Bem diferente da lycra de antigamente que era áspera'', compara Elizeo Penco, gerente comercial da Indústria e Comércio de Confecção La Playa, em Londrina, que produz moda praia há 20 anos.
Apesar de o biquíni ser o carro-chefe, ele informa que o maiô, que estava em baixa há vários anos, voltou a ter lugar de destaque nas coleções. ''Hoje, ousa-se muito mais no design do maiô. As mulheres o utilizam também como 'body''', afirma. A saída de praia é outra peça obrigatória na produção das indústrias, já que durante as férias as mulheres a usam para ir ao supermercado, ao restaurante. ''A moda de saída é uma coleção à parte. Tem camisão, vestido, bata, short, calça. Às vezes, as pessoas olham na vitrine e não acham que é uma 'saída'. Os tecidos mais usados são musseline, tule, viscolinho, seda'', diz Penco.
Entre os biquínis, a tendência é de calcinhas ''um pouco mais largas'', inclusive na linha jovem. A proposta é conforto com elegância. Mas o fio dental sempre tem público e não sai de linha. ''Jamais vai acabar. É item obrigatório em todas as coleções'', destaca o gerente comercial.
Na parte de cima dos biquínis o bojo continua em alta. ''A tendência é tão forte quanto na lingerie'', observa Penco. Para atender o público siliconado, a indústria investe na produção de peças ''maiores em cima e menores em baixo''. ''Hoje, é uma necessidade de mercado''.
Quanto às cores, Penco diz que o foco está no marrom e nos diversos tons de uva. Muitas peças são florais (misturando estas cores), mas ainda há espaço para as estampas que imitam pele de animais (onça, cobra, entre outros). Os acessórios nas peças também continuam, incluindo pedras, metais, resinas.
A Indústria La Playa trabalha com duas marcas: a que leva o nome da empresa e a Lua Morena. A primeira segue a linha mais comercial e a segunda mais elaborada, concorrendo com demais grifes badaladas do país. O tema da coleção 2009/2010 é o ecoturismo, baseado em Bonito (MS). Para o consumidor, os modelos da La Playa custam entre R$ 50 a R$ 100; e os da Lua Morena, de R$ 100 a R$ 200.
Com 250 funcionários, a empresa produz 500 mil peças por verão - além da linha feminina, tem a masculina, a juvenil e a infantil. Dez por cento da produção é exportada para países do Mercosul, Europa e Ásia.
Consumidoras preferem biquíni
No comércio, as roupas de banho expostas ajudam a lembrar que as férias estão chegando. As estampas imperam. ‘As peças lisas são poucas e quase ninguém procura’, conta a vendedora Aline Freitas Rosa. O estabelecimento trabalha com uma grife de moda praia, cujos preços dos biquínis e maiôs vão de R$ 80 a R$ 130. As saídas de banho ficam entre R$ 120 e R$ 130.
Segundo Aline, a coleção que a loja comercializa destaca o sutiã com bojo estruturado e versão tomara-que-caia. A cor predominante é o marrom. Ela diz que as vendas aumentaram em outubro. ‘Muita gente já se prepara para os cruzeiros agora em novem-bro’, observa.
Entre as consumidoras, o biquíni é o preferido. A estudante universitária Fernanda Liz Vitorazzo tem ‘uns 10’ e já comprou mais um para este verão. ‘Gosto do (estilo) cortininha para ficar com a marquinha de sol’, conta. Ela diz que acha difícil encontrar uma opção a seu gosto porque prefere os modelos lisos e o que mais tem nas lojas são estampados.
A auxiliar de escritório Joana Klemiant costuma comprar um biquíni toda vez que vai para a praia. ‘Hoje as lojas têm muitas opções. A maioria dos modelos tem estampa, mas eu prefiro os lisos’, diz.