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Começam as aulas

Mochilas a caminho da escola

Cláudia Palaci / Equipe Folha
31 dez 1969 às 21:33

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O reajuste médio foi de 20% no preço das mochilas - Reprodução
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A correria de compras de material escolar até meados de fevereiro, com pesquisa de melhores preços e procura por todos os itens da lista, não pode tirar a atenção de um assunto que reflete diretamente na saúde dos estudantes: qual modelo de mochila é mais adequado e como deve ser usada no retorno às aulas. É neste ponto que entra o dilema entre a mochila da moda (preferida dos estudantes), a de qualidade e melhor preço (a disputada pelos pais) e ergonomicamente correta (unânime entre os ortopedistas).

Na papelaria Avenida, na Capital, a expectativa é comercializar cerca de 600 unidades ao mês, no período de dezembro e fevereiro - 20% acima da temporada anterior. ''O reajuste foi bem baixo neste ano, o consumidor não sentirá impacto na compra'', afirma o proprietário Paulo Henrique Plombom.

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O vendedor da casa, Valdemir Fontoura, afirma que os modelos mais procurados são aqueles com figuras de desenhos animados, temas de carros, de histórias infantis, cinema e desenhos japoneses. ''Os lançamentos são os disputados e os pais procuram unir preço e qualidade no momento de satisfazer a vontade do filho. As marcas consagradas são as de maior sucesso'', diz.

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No local, os preços variam de R$ 19,99 até R$ 189. Os modelos com rodinhas de silicone são bastante disputados e podem chegar R$ 150. Os do tipo ''costas'' que têm apenas as correias, apresentam grande variação de preço, dependendo do tecido e marca do fabricante. O trio mochila - estojo - lancheira da mesma linha de produto pode chegar a R$ 200.

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Um dos modelos ''da moda'' é uma mochila 2 em 1 feita em lona. Ela tem rodas de silicone com puxador de alumínio e correias para as costas. Outra novidade é uma mochila que traz na parte frontal uma pista de corrida e um porta-carrinhos de seis lugares. ''Lona e silicone são materias de muita saída pela durabilidade. Mesmo assim, é importante que o consumidor verifique os reforços nas costuras, os selos de certificação e os zíperes, por exemplo'', indica o vendedor Fontoura.


A dona-de-casa Patrícia Haddad levou os dois filhos à loja para a escolha das novas mochilas. André, 9 anos e Pedro, 6 anos optaram por modelos de cores sóbrias, mas cada estilo de acordo com o gosto de cada um. ''Eu compro aquela que eles pedem, no entanto, a única exigência é que tenha rodinhas, que foi uma deteminação da escola'', afirma.

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Diferente dos dois meninos, a estudante Eduarda, de 7 anos, deseja uma mochila rosa com motivos de princesa, bem chamativa. A mãe, a professora de educação infantil, Juliana Carla Ribeiro de Almeida Jesus, não abre mão de fazer a vontade da filha, mas não antes de uma vasta pesquisa de preço. ''Já encontrei diferença de até R$ 20 de uma loja para outra'', constata. Ela prefere as marcas mais conhecidas ''porque duram cerca de dois anos''. Na compra deste ano, Juliana pesquisou na internet sobre o peso ideal que a filha pode carregar e também os cuidados necessários para que a coluna da criança não sofra. ''Se ela tiver uma postura errada agora, crescerá com problemas que podem ser irreversíveis. Ela sabe que deve carregar a mochila com as duas alças e sem muito peso'', orienta.


Muito além da moda, uma questão de saúde

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O ortopedista e especialista em coluna vertebral, Fabio Ravaglia, também membro do Hospital Albert Einstein, alerta os pais para os riscos de uma mochila inadequada, desproporcional e muito pesada. ''Dores nas costas, postura incorreta e desvios na coluna vertebral são alguns dos efeitos colaterais. O peso em excesso, por exemplo, pode dar origem a danos vitalícios, sobretudo comprometer a qualidade de vida e a mobilidade futura'', aponta.


Os males mais comuns do excesso de peso são a cifose (corcunda), a escoliose (desvio lateral) e a lordose (desvio para cima no final da coluna). ''Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas sentem dores nas costas decorrentes de problemas na coluna. E essa dor pode estar relacionada com o peso da mochila utilizada na infância e adolescência'', aponta o especialista.

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Um dos erros mais frequentes está no uso de apenas uma das correias no ombro, o que sobrecarrega um lado do corpo. De acordo com o ortopedista, a maneira correta é utilizar duas correias e arrumar os objetos mais pesados no fundo e próximos ao corpo. As alças compridas não são indicadas e a mochila deve ser posicionada a oito centímetros acima da cintura. É uma questão de saúde! O peso da mochila não deve nunca ultrapassar o equivalente a 7% do peso da criança ou adolescente'', orienta, ao recomendar o uso de mochilas com rodinhas. (C.P.)


Dicas do médico

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Atenção na hora da compra
- o tamanho da mochila deve ser adequado à estatura da criança, não ultrapassando os limites da cintura e dos ombros;


- o peso da mochila vazia não deve superar um quilo;

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- as alças devem ter antichoques siliconados (enchimento interno de silicone) para maior conforto e cinta abdominal associada;


- o estudante deve estar presente na hora da compra, assim os pais podem checar se o tamanho é adequado.

Fonte: Dr. Fabio Ravaglia


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