Cinema, teatro, parque de diversões, excursões, lanches, refrigerantes e demais guloseimas. As férias escolares fazem a alegria de crianças e adolescentes, mas pesam no bolso dos pais. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que fora da rotina escolar, o público infanto-juvenil passa a consumir em maior quantidade alimentos e serviços que comprometem em média 7% do orçamento familiar.
A lista pesquisada compreende 28 itens e foi dividida em dois grupos: alimentos e serviços. Ambos registraram aumentos acima da inflação medida pelo IPC/FGV nos últimos 12 meses, que foi de 5,41%. Os alimentos tiveram alta de 5,54% e os serviços de 6,78%.
Entre os itens alimentícios preferidos por crianças e jovens, os que mais subiram foram salsichas (12,69%), refrigerantes/supermercado (11,21%) e polpa de frutas (9,64%). Entre os serviços, as maiores altas ficaram com teatros (14,57%), hotéis (10,71%), fast-foods/sanduíches (10,26%) e excursões e tours (9,85%). A pesquisa também aponta queda nos preços de alguns itens. Os biscoitos, por exemplo, tiveram queda 0,62%, enquanto as passagens aéreas ficaram 18,36% mais baratas.
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A administradora Silvana Martins Cavicchioli nunca parou para fazer as contas de tudo, mas afirma que os gastos aumentam nas férias escolares das filhas Carolina, 7 anos, e Marina, 4. A família não costuma viajar em julho, mas tem o hábito de arrumar programas para entreter as crianças. Isso significa gastos com cinema, colônia de férias, cursos de artes e teatro (quando tem alguma peça em cartaz).
''Atividades de entretenimento são importantes para que elas (as filhas) não passem o tempo todo dentro de casa. Cinema, por exemplo, é certo. Durante o ano, assistimos apenas aos filmes de mais destaque. Mas nas férias é tudo o que aparece mesmo'', conta. Uma ida ao cinema, segundo os cálculos de Silvana, sai mais de R$ 70, levando em conta os ingressos (dela e das filhas), os gastos com pipoca, refrigerante e outras guloseimas durante a sessão e o lanche na praça de alimentação do shopping.
Além do cinema, Silvana costuma levar as filhas a ateliês de artes e colônias de férias. ''Não tem jeito de não gastar, pois geralmente todas essas atividades são pagas'', diz Silvana. Como atividade gratuita, ela cita os passeios ao Lago Igapó nos finais de tarde.
Mesmo em casa, crianças em férias representam mais gastos. Carolina e Marina, por exemplo, se divertem muito dentro de casa ou na área de lazer do prédio onde moram. Mas, asssim como na maioria das famílias, a despensa tem que ser reforçada. ''Nas férias, quando vamos ao supermercado temos que comprar mais bolachas, bebidas achocolatadas, pipoca. É a tarde inteira comendo, a casa vira de pernas para o ar'', conta Silvana.
Mais movimento no cinema e no fast-food
O movimento nos cinemas cresce mais mais de 100% durante o período de férias e o mesmo acontece com as vendas de alimentos e bebidas que são consumidos durante a sessão, afirma Eliana Regina de Oliveira, gerente administrativa do Multiplex Catuaí, em Londrina.
Ela diz que, tradicionalmente, os melhores lançamentos de filmes e desenhos são programados para os meses de férias. Dois exemplos neste mês de julho são: ‘A Era do Gelo 3’, já em cartaz, e ‘Harry Potter e o Enigma do Príncipe’, que estreia dia 15. ‘Lançamentos como esses são programados para as férias com foco no público infanto-juvenil’, observa Eliana. Os preços dos ingressos em julho permanecem os mesmos do restante do ano.
A franquia Burger King, que tem como carro-chefe os sanduíches, espera vender 20% a mais em julho em comparação aos meses fora das férias escolares. ‘Estamos há menos de um ano em Londrina, mas fazemos essa projeção (de vendas) tendo como base a franquia em Curitiba’, afirma o gerente André Bonifácio.
Durante este mês, a franquia vai estender para todos os dias da semana uma promoção que normalmente só acontece de segunda a sexta. Na compra de dois lanches juntos, o consumidor tem 30% de desconto, incluindo os acompanhamentos de batata frita e refrigerante.