As meias que até pouco tempo podiam ser consideradas secundárias passaram a ser um item indispensável no guarda-roupa, principalmente no inverno. As lojas especializadas trazem meias com estampas de todos os tipos e uma infinidade de modelos soquete ou cano normal, medicinais, aquáticas, superquentes e até com solado de borracha.
De olho nesse mercado, os fabricantes estão melhorando o produto e introduzindo novos materiais e tecnologias: tecidos, amortecimento e outros fatores podem fazer a diferença ao lidar com a umidade do pé, circulação sanguínea, pressão, temperatura corporal e postura.
As opções de tamanhos também são bastantes variadas. As lojas comercializam desde meias para criança recém-nascida até o tamanho 45. Há também as femininas até o número 40-41 e as masculinas para quem calça 37 ou 38. "A maioria das pessoas procura conforto", resume o empresário Abdulrahman Mahairi, que há quatro anos abriu uma loja em Londrina especializada em meias. Antes de tomar esta decisão, ele fez uma pesquisa de mercado por conta própria para saber a opinião dos consumidores sobre o assunto.
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De acordo com o empresário, as indústrias se viram obrigadas a se adequar aos novos tempos porque os clientes começaram a reclamar de pequenos detalhes. ‘Antigamente, a meia era fabricada com um elástico apertado na parte de cima, deixando aquela marca e até prejudicando a circulação sanguínea; e em outros casos, a meia vinha uma costura dentro, além de uma sobra na ponta, o que muita gente não gostava’.
Como não há muitas lojas especializadas em meias, ainda é comum o consumidor ir em dois ou três lugares quando precisa comprar o produto para toda a família. ‘O dia a dia é tão estressante que a pessoa pensa duas vezes antes de encarar filas e pagar um estacionamento; o tempo está ficando cada vez mais escasso e por isso, a pessoa quer praticidade’, destaca o empresário.
Apesar da grande variedade de cores, formatos e tamanhos de meias disponíveis no mercado, a campeã de vendas é uma meia que quase não aparece. ‘Tem muita gente que gosta de usar um tênis ou sapatênis com bermuda e sem meia, mas o pé começa a suar e causar bolhas e odores. Então, a sapatilha se torna a melhor alternativa, sendo o produto de mais procurado no verão’.
Mas é no inverno que se verifica o maior volume de vendas de meias, de maneira geral. ‘No inverno, a meia se torna a segunda pele, e as opções recaem sobre as meias mais encorpadas, como as de lã ou meias calças de lã. As nossas vendas triplicam nesta época’. A loja tem ainda um modelo americano produzido com um fio diferenciado para superar temperaturas abaixo de zero. Segundo o comerciante, como estas temperaturas não são registradas com frequência no Brasil, as meias americanas são mais usadas por pessoas adeptas a esportes radicais.
Outro produto com boa aceitação no mercado é a antialérgica de lã, que não pinica e não esquenta como a lã pura. Mahairi afirma que no ano passado as vendas superaram todas as expectativas e este ano, nem o aumento de 30% na produção da indústria será suficiente para atender a demanda.
Além das meias sociais, infantis ou esportivas, há ainda vários tipos de meias para situações especiais. Têm as meias apropriadas para grávidas e que devem ser usadas apenas algumas horas em cada período do dia. As meias ortopédicas indicadas para se evitar varizes em pessoas que trabalham muito tempo em pé ou sentadas e para se evitar a dilatação dos vasos sanguíneos em períodos pré-operatórios. Há situações em que as meias são vendidas mediante prescrição médica, havendo a necessidade de tirar as medidas dos tornozelos, das panturrilhas e das pernas do paciente.
Evolução das meias
Meias masculinas
O padrão de numeração sempre foi do 39 ao 43. Se a pessoa calça 38, a meia sobra no calcanhar, e se calça 44, ela fica apertada. Hoje, há uma numeração diferenciada para homens que calçam 37 ou 38; e em tamanhos maiores, do 44 ao 50.
Meias femininas
O padrão sempre variou entre os números 34 a 38, só que algumas mulheres calçam entre 39 e 41 enquanto outras a numeração varia entre o 32 e 33. Como opção sobravam as meias masculinas ou as infantis. Atualmente, as indústras investem também em tamanhos diferentes para o público feminino.
Linha infanto-juvenil
As meias são fabricadas de acordo com a faixa etária: de zero a cinco meses, de cinco meses a um ano, entre um e dois anos, de três a cinco anos, e assim sucessivamente, até a linha juvenil. Hoje as indústrias investem também em meias para as crianças que estão dando os primeiros passos. São meias com sola de borracha, e com aderência em todo tipo de piso.
Formatos diferentes
As diferenças podem ser observadas também nos formatos. Hoje, além da linha tradicional, o consumidor pode encontrar meias de cano médio, que vão até a altura do tornozelo; as micro, que ficam na altura do calçado, e as sapatilhas, que ficam praticamente escondidas nos calçados. Há meias em formatos diferentes para homens, mulheres e o público infanto-juvenil.
Meias especiais
Há meias especiais para prática de esportes, para diabéticos, para grávidas, etc.
Fonte: Meias Mundial/Londrina
Consumidores de olho nas novidades do produto
Os consumidores reconhecem que a variedade de meias disponíveis no comércio atualmente é bem maior e que a qualidade do produto vem melhorando nos últimos anos.
A estudante e modelo Maely Bavia, de 16 anos, usa meias de acordo com a ocasião. Ela gosta das do tipo soquete para calçar com tênis, as compridas e finas para usar com botas, e também as meias-calças, que considera a segunda pele. Na opinião da estudante, é fácil perceber que as meias são produzidas com mais tecnologia. "Elas estão mais resistentes, mais macias e mais confortáveis". Para ela as meias são sinônimo de higiene e elegância.
O professor de Educação Física, Hélio Marques, e a enfermeira Tatiana Antonio e Silva tornaram-se clientes assíduos de uma loja especializada em meias. Ele sempre compra o produto para atividades esportivas; e Tatiana, além da convencionais usadas pelas mulheres, também comprou pares apropriados quando estava grávida. Agora, o casal volta à loja para comprar meias para o filho Lucas, de apenas quatro meses, mas já pensando nas de solado emborrachado para quando o menino começar a andar. "As meias, realmente, estão melhores em termos de qualidade", avalia Marques.
A professora Sabrina Reis Vasconcelos estava em uma loja à procura de meias para a filha Mariana, de quase três anos. "Ela é muito determinada e não tem paciência para escolher com calma", disse. Sabrina usou até uma cesta para colocar todas as meias escolhidas pela garotinha.
A estiticista Letícia Vasconcelos de Souza, irmã da professora, destacou a qualidade do produto atualmente oferecido no mercado. "As mulheres estão bem mais exigentes e as meias estão mais de acordo com o que elas procuram: estão mais confortáveis, se adaptam melhor aos pés, tem modelos, cores e estilos modernos", afirmou.