As atuais técnicas de administração pregam que a qualidade do profissional sofre forte influência do seu local de trabalho. A disposição do mobiliário, dos objetos de decoração dispostos no lugar podem torná-lo mais alegre e agradável. Atento a isso o mercado tem inovado na oferta de produtos. Desde porta-canetas, porta-retratos, até mesmo em móveis com cores e desenhos diferenciados. Com uma boa pesquisa de preço é possível encontrar opções para bolsos de todos os tamanhos.
A dica inicial para quem está disposto a (re)criar um ambiente de trabalho é priorizar a funcionalidade no projeto. Visitar lojas, selecionar o mobiliário perfeito e garimpar cuidadosamente os objetos de decoração é a hora mais gostosa do evento, sem dúvida. Mas há dicas que podem facilitar o projeto e evitar frustações antes do trabalho ser finalizado.
A personalidade da pessoa é o primeiro item a que se atrelha a arquiteta Renata Almeida, especialista em projetos de escritório. ''O cliente é quem vai mostrar como será o projeto. Pela personalidade dele vejo se ele gostaria de ter uma varanda ou uma interligação com outro ambiente. E também como ele gostaria que tudo estivesse organizado''. Em segundo lugar, a especialista analisa o ritmo do trabalho, se recebe muitas visitas no espaço, e quem são essas pessoas. O ideal, diz Almeida, é o espaço ter poltronas ou uma sala de estar, para os momentos de descontração e leitura. ''O mobiliário será de acordo com a profissão do indivíduo e com o tamanho do ambiente'', acrescenta.
Luciana Muricy, proprietária da papelaria Lou Papeterie, em Curitiba, oferece em sua loja produtos exclusivos de escritório. O carro-chefe das vendas são os notebooks Moleskines, marca italiana de bloquinhos de anotação. A loja dispõe de toda variedade de produtos, de vários tamanhos e para todos os gostos.
Os preços variam conforme o tamanho de R$ 20 a R$ 72. A principal característica dos produtos é a funcionalidade dos itens, com design e estética diferenciados. Ao ver de relance um objeto exposto no balcão da loja supõe-se tratar de uma barra de chocolate, pela cor, cheiro e embalagem, mas o detalhe das teclas, off, on, % e os números, notamos que se trata de uma calculadora estilizada que custa R$ 25. Questionada sobre o público-alvo, Luciana diz que são designers, publicitários, arquitetlos e decoradores, que negociam alguns itens para compor projetos assinados por profissionais renomados no mercado ou para decorar o seu próprio escritório. ''Meu público são os amantes dos produtos de papelaria'', afirma.
Para quem trabalha com a área financeira, Luciana sempre encomenda o touro da Wall Street, que remete à rua norte-americana que concentra o maior número de instituições financeiras de Nova York. O profissional que escolher esse objeto para compor a decoração de seu escritório certamente irá mostrar estar antenado com a fonte das transações financeiras, que comandam o mercado de capital no restante do mundo. Fazer uso dos ícones pode ser uma boa quando o objetivo é transmitir profissionalismo e impressionar. A loja recebe novos produtos nos meses de agosto e março. Há site e o sistema de e-commerce está em fase de implantação.
Na Tok Stok, há uma variedade de puffes das mais diversas cores e modelos. O preço dos produtos varia se a compra for realizada na loja ou via internet, de R$ 119 a R$ 198.
Dicas de especialista ajudam a organizar ideias
Na hora de decorar, lembra a arquiteta Renata Almeida, é preciso usar a iluminação para causar conforto. Tudo tem de estar de acordo com os móveis e com o trabalho que a pessoa executa. ''Dependendo da atuação, um pêndulo sobre a mesa está mais de acordo do que várias luzes direcionadas pela sala''. As fiações dos equipamentos devem ser colocadas no interior dos móveis, permanecendo escondidas, caso contrário não haverá capricho na receptividade.
Os decoradores em geral não indicam cortinas de tecido em escritórios, pois pesam o ambiente além de comprometer a luminosidade do espaço. Por último, ela sugere que as mesas e estantes acomodem objetos de recordação do profissional, algo que remeta a uma viagem, pode ser uma foto, diz. Se a pessoa se sentir à vontade pode ser um porta retrato com uma imagem dos membros da sua família.
Foi pensando assim que o diretor de criação da empresa curitibana de design gráfico Brainbox, Zeh Henrique Rodrigues, criou o seu espaço para trabalhar. Tratou de acumular em sua estante itens que trazem boas recordações e cartazes de propagandas francesas que lhe dão referência cultural na hora de criar os seus produtos.
Desde menino Zeh tem gosto por anões, por esse motivo o Atchim dos Sete Anões do desenho da Branca de Neve lhe faz companhia na hora de trabalhar. ''Me lembro de amigos. Ganhei o Atchim de pessoas queridas. Trabalhar com tudo isso perto é melhor'', fala Rodrigues. Outro objeto que fez questão de preservar no ambiente de trabalho foi o seu primeiro computador, um Apple 13 polegadas. Hoje ostenta os opostos da evolução tecnológica numa única sala. Em sua mesa há um notebook macintoch dos grandes que lhe serve de ferramenta na hora de desenhar os gráficos.
Os bonequinhos de porcelana ao lado Atchim foram comprados há cerca de dois anos na loja do Museu Oscar Niemeyer (MON). Para o diretor, a presença deles diariamente remete reconhecimento profissional. Ele sente orgulho em falar que o MON é um de seus principais clientes.
Líder, a chefe da House Cricket Marketing Direto, Maria Fernanda Bruni, faz uso de uma sala privativa com puffs que projetou em seu escritório para tocar uma reunião com sua equipe. Ela precisa bolar uma campanha e recorre a um ambiente inovador, com pinturas vibrantes e ao invés de poltronas convencionaus, puffs coloridos, a fim de estimular o pensamento criativo nas pessoas com que trabalha. ''Mudando o jeito de sentar e a maneira de ver as coisas damos condições para que surjam novas ideias.'', resume Bruni.