O aumento do acesso ao crédito nos últimos anos foi responsável por um crescimento considerável na comercialização de imóveis no Brasil. Com isso, muitos investidores começaram a pensar na possibilidade de ganhar dinheiro com a compra e venda desses bens, ou através de contratos de locação.
Assim, a compra do imóvel por meio de consórcio se tornou mais uma opção de investimento. Entretanto, para o professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), José Nicolau Pompeo, é preciso cuidado, especialmente devido ao cenário econômico atual, com os imóveis cada vez mais valorizados.
Para ele, o momento não é favorável para este tipo de aquisição. "Os imóveis estão sobrevalorizados, subiram muito de preço por conta da facilidade de acesso ao crédito", diz.
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Apesar de achar o consórcio uma alternativa interessante para a compra de bens, Pompeo ressalta que a tendência atual é que o preço dos imóveis recue daqui para frente e, por isso, investir nesse tipo de bem não é uma boa opção.
"Acredito que o preço está no topo e que não deva subir mais. Se subir, deve ser algo insignificante. Portanto, comprar um imóvel agora não é uma boa opção de investimento, mesmo através de consórcio", aponta.
Bolha
Para ele, a situação imobiliária do País está criando uma bolha, com imóveis muito caros e uma grande quantidade de pessoas tomando crédito com facilidade, talvez sem ter condições para arcar com as dívidas. "Há um risco muito grande de inadimplência e de que tenhamos problemas no futuro por conta disso", alerta o professor.
Entretanto, ele ressalta que, se os imóveis não tivessem passado por uma trajetória de ascensão tão acentuada, o consórcio seria, sim, uma boa opção para investimento. "Neste caso, o cliente ganharia na valorização do imóvel e ainda poderia alugá-lo pelo mesmo valor da parcela, por exemplo", aponta.
Outro lado
Já o presidente da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), Paulo Rossi, enxerga o consórcio imobiliário como uma alternativa para investimento e acredita no aumento de preços das casas. "O imóvel tende a ter uma valorização bastante grande", aponta.
Mas ele lembra que o consumidor tem de saber qual é o seu próprio perfil. "É claro que se a pessoa precisa do bem imediatamente talvez o consórcio não seja a melhor opção", afirma.
"Já para aqueles que pensam em fazer um upgrade no seu apartamento, ou comprar um imóvel na praia ou campo ou até um imóvel para investimento, é uma excelente alternativa", diz Rossi.
Vantagens e desvantagens
Entre as vantagens do consórcio, o professor da PUC aponta o valor das parcelas, bem menores do que no financiamento. "A economia em 10 anos é significativa em relação a um financiamento", aponta.
Já entre as desvantagens, se você for o último a receber, não terá nenhuma vantagem de ter escolhido por esta opção de pagamento.
Outro risco é com relação à idoneidade da empresa de consórcios. O especialista aconselha que só sejam feitos consórcios em instituições sólidas. "É importante procurar grandes bancos e instituições financeiras para fazer o consórcio, a fim de evitar ser enganado e perder todo o valor investido", afirma.
Outra dica de Pompeo é não aceitar IGP-M (Índice Geral de Preços- Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), como indexador. "A base deve ser a TR (Taxa Referencial)", aponta.
Além disso, ele lembra que, caso atrase o pagamento das parcelas, o cliente perde direito a sorteio e há multa de 2% mais 1% de juros ao mês. (Fonte: InfoMoney)