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Guloseimas

Coloridos e saborosos: mercado movido a doces

Andréa Bertoldi/Equipe Folha
18 ago 2010 às 12:11

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A estudante Letícia Ramalho Oliveira controla o consumo de chocolates – uma vez por semana –, mas saboreia balas todos os dias - Diego Singh/Folha de Londrina
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Não há quem resista a um doce bem colorido e saboroso. As guloseimas fazem parte do dia a dia não apenas das crianças, mas dos adultos também. As indústrias vêm se especializando cada vez mais para oferecer produtos inovadores, com formatos, ingredientes e gosto diferenciado. Há até o uso de soja no lugar do leite para quem tem aversão à lactose.

Mas, a grande aposta é nos doces com brinquedos para divertir a garotada. A sacada dos fabricantes é vender os produtos em unidades fracionadas para que o preço fique acessível para o consumidor final. Os doces mais simples são vendidos no varejo a partir de R$ 0,20, mas os que trazem brinquedos movidos a pilha não passam de R$ 10.

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A fabricante de Rolândia, Brinquedos União, há oito anos no mercado, tem como carro-chefe confeitos colocados em um bastão de plástico que vêm com um cata-vento na ponta. O produto custa de R$ 1,20 a R$ 2,00 e vende cerca de 500 mil unidades por mês. A empresa também importa brinquedos da China como motos, pistolas d'água, peixes, sorvetes com espuma para vender junto com os doces que custam de R$ 3 a R$ 10. O diretor financeiro da empresa, Ronaldo Agnoletto, disse que o segundo semestre é sempre melhor que o primeiro em vendas devido ao Dia das Crianças e ao fim do ano.

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A empresa Olvebra de Eldorado do Sul (RS), que fabrica a marca Choco Soy, utiliza leite de soja nos chocolates. Com isso, atende a um público que procura produtos sem lactose, sem glúten e gordura trans. A empresa tem um produto de chocolate preto que leva 50% de cacau e ingredientes como linhaça, gergelim e castanha de caju. Segundo a gerente de marketing da companhia, Maria Margarete Scherer, a Choco Soy foi a primeira empresa a fabricar o extrato de soja em pó e já tem 55 anos de atuação no mercado.

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Outra aposta grande do mercado são as balas de gelatina e os marshmallows. A multinacional espanhola Fini lança no final de agosto balas de gelatina junto com brinquedos relacionados ao tema princesa que vem em embalagens de 25 gramas em formatos como castelo, sapatinho e coração. São três pacotinhos mais a bonequinha de princesa por R$ 5,80. Para os meninos, a novidade são embalagens de balas de gelatina em formato de ''dentadura'' em pacotes com 50 gramas que vêm junto com Gogo's (bonequinhos) em glitter ou metalizados. O preço é de R$ 3 a R$ 4.


A companhia tem uma fábrica no Brasil em Jundiaí (SP) há nove anos e quer ganhar mercado no filão de oferecer ''lembrancinhas'' para as crianças junto com os doces. O carro-chefe em balas de gelatina são denturas, responsáveis por 70% das vendas, segundo a coordenadora de trade marketing da marca, Andréa Vasconcelos.

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A Prodasa de Arapongas, há 42 anos no mercado, produz os tradicionais doces que remetem à infância como suspiro, canudinho de leite, paçoca, maria-mole, ''tremendão'' (canudinho com gelatina vermelha), gelatina com marshmallow por R$ 0,20 a unidade - produto que tem muitos adultos como compradores e representam 8% do faturamento. De acordo com o assessor de marketing da marca, Cleber José Vorussi, esse tipo de item acaba sendo mais comercializado no interior do Estado e na Capital vende bastante na época de festa junina e Dia da Criança.


A marca DTC aposta em personagens infantis como Ben 10 e os do filme Toy Story para vender doces junto brinquedos. A unidade varia de R$ 0,50 a R$ 10.

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Os produtos estão sendo apresentados na 13 edição da Feira Sweet Brazil Internacional. Organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). O evento acontece em conjunto com a 30 Convenção Anual do Atacadista Distribuidor, organizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), no Expotrade, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O encontro reúne atacadistas brasileiros e importadores, de diversos países, de chocolates, balas, confeitos e amendoim, e termina amanhã (19).



Coma com moderação

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O consumo de doces precisa ser controlado para não trazer problemas de saúde no futuro como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol elevado. A nutricionista Jeninez Rezende das Chagas Duarte disse que uma das saídas para consumir uma quantidade menor de doces é usar a stevia, um adoçante natural. O ideal é não ultrapassar em açúcar a quantidade de até 10% da ingestão calórica. Em uma dieta de 2.000 Kcal, o consumo não deve exceder 200 Kcal, o equivalente a duas colheres de sopa.


''O adulto é o espelho para a criança e, se come muitos doces, não pode dar o exemplo'', destacou. A ideia é não ter doces na despensa de casa e, caso a pessoa armazene esses produtos, deve determinar apenas alguns dias da semana para consumi-los. ''Não aconselho ingerir doces todos os dias'', disse.

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Só para citar alguns exemplos, uma bala de goma tem 11 Kcal, dois pés-de-moleque contêm 200 Kcal, uma bala simples possui 20 Kcal e duas paçocas trazem 200 Kcal.


A estudante Letícia Ramalho Oliveira disse que costuma comer chocolate uma vez por semana, mas saboreia balas todo dia. ''Eu como quando tenho vontade'', contou.

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A gerente da loja de doces Comercial Yudi, Nizair Aparecida do Vale, conta que os produtos que mais vendem são o Top Bel e a teta Bel de maria-mole cobertos com chocolate a R$ 0,40 cada um. A loja que fica no Mercado Municipal de Curitiba, também comercializa muito as balas de gelatina que saem por R$ 30 o quilo. ''Vendo muito marshmallow'', contou. O público é bem variado e formado por adolescentes, jovens e terceira idade. Os doces mais tradicionais como suspiro, paçoca e de abóbora em formato de coração vendem muito.


Nos shoppings centers é muito comum ter lojas e quiosques com doces vendidos em buffet, principalmente, com balas de gelatina e chocolates. Na B & C Bomboniere do ParkShoppingBarigui, os produtos custam, em média, R$ 55 o quilo. Segundo a gerente da loja, Magali Kuwaki, a maior parte dos clientes é de adultos e o gasto por pessoa fica entre R$ 10 e R$ 20.

A vendedora Karina Manenti acaba comprando doces toda vez que vai ao shopping com a filha Malu de 2,4 anos. ''O controle do doce vai no tamanho da vontade'', brincou.


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