O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, informou que a taxa de juro do crédito livre, de 40% ao ano em maio, foi a maior desde fevereiro de 2009. Já as taxas do cheque especial, que atingiram 185,4% ao ano, são as mais elevadas desde abril de 1999, quando eram de 193,7% ao ano.
Maciel disse que os juros do cheque especial são tradicionalmente mais altos que em outras modalidades. "O cheque especial tem como característica o auxílio de liquidez no curto prazo", afirmou.
Inadimplência
Maciel destacou o recuo dos atrasos de pagamentos de até 90 dias como indicação de que a tendência da inadimplência no segundo semestre é de acomodação. De acordo com os dados do BC, os atrasos de até 90 dias no crédito livre para pessoa física tiveram queda de 0,3 ponto porcentual em maio ante abril, para 6,3%. Ele lembrou que, em março, esse indicador estava em 6,7% e que, na ocasião, o BC já antecipava um aumento da inadimplência por conta da trajetória de alta dos atrasos que se verificava naquele momento.
Apesar de já atingir a maior taxa em um ano, a inadimplência total do crédito livre de 5,1% não preocupa por conta do ambiente econômico brasileiro, que é favorecido pela trajetória de crescimento do emprego e da renda. "A inadimplência só preocupa em ambiente econômico desfavorável", disse Maciel, lembrando 2009, quando houve alta súbita no indicador em uma situação de crise.