Fase de aprovação
Vitórias históricas, contratações milionárias, títulos. Tudo que o torcedor precisa para tirar a carteira do bolso e gastar com a camisa do clube do coração ou time estrangeiro que simpatize. Nas lojas especializadas, opções não faltam para os fanáticos por futebol, que além de comprarem mais quando as equipes estão em alta, investem também em modelos diferenciados e modernos.
O vendedor Éverton Almeida Diniz, da Bolivar Sport Wear, comenta que a paixão é o primeiro quesito a ser apontado quando a compra é referente às camisas nacionais. ‘O exemplo da vez é o Corinthians. Após a contratação do (jogador) Ronaldo e o título da Copa do Brasil, a procura chegou a ser 15 vezes maior. O torcedor quer a camisa de qualquer jeito, independente do preço ou modelo’, salienta Diniz.
Na pesquisa realizada pela FOLHA em diferentes lojas, é possível constatar que os ‘mantos sagrados’ brasileiros mais visados na cidade ainda são os dos times dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. ‘Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras são uniformes procurados constantemente, não importa a época. Outros como os do Flamengo e Londrina também são buscados, mesmo não passando por boa fase em campo’, retrata Éverton.
Quando as camisas em questão são de times de fora, os critérios para o investimento aumentam substancialmente. Características como tecido, corte e design são bem avaliadas antes do cliente levar a peça para casa. ‘Algumas marcas mantêm um padrão para todos os clubes e seleções que patrocinam, outras criam modelos exclusivos para cada time. Tecidos mais leves, percentagem na eliminação do suor e beleza do produto são outros pontos avaliados pelo pessoal’, enumera o vendedor.
Toda essa tecnologia desenvolvida para os grandes craques tem um custo: o valor das camisas, independente da origem do clube, varia normalmente entre R$ 140 e R$ 190. O bancário viciado em futebol, Rafael Filipe de Angeli, de 24 anos, teve uma ótima ideia na tentativa de ‘driblar’ esses preços que considera ‘salgados’.
O rapaz se juntou com 11 amigos e formou uma espécie de consórcio, em que cada um deles é contemplado mensalmente com a camisa de sua preferência. ‘Sempre quis fazer coleção de uniformes e o consórcio faz com que gastemos pouco por mês, cerca de R$ 12 por pessoa. O interessante foi que nossas amigas também quiseram participar, pois os modelos femininos são tão caros quanto os masculinos’, conta Rafael, que já foi sorteado e ganhou uma camisa da Inter de Milão.
Nos cálculos rápidos de Angeli, ele possui 12 peças em sua coleção, entre elas do Barcelona, Juventus, seleção brasileira e algumas do seu time do coração. ‘Comprei uma retrô (que simula as antigas) do São Paulo e paguei quase R$ 200. Só fica complicado economizar quando se trata do clube que a gente gosta’, finaliza o bancário.
Clubes apostam em opções contra a pirataria
Não é preciso caminhar muito pelas ruas de Londrina para encontrar réplicas falsificadas de camisas dos principais clubes do país. Com os mesmos patrocinadores e distintivo bordado no peito, elas se assemelham aos modelos originais, mas com um detalhe: são em média 50% mais baratas.
Tentando abocanhar essa fatia de público que ainda compra produtos não licenciados, os times brasileiros (seguindo a tendência dos internacionais), investem em diversas opções de uniformes bem mais em conta para o consumidor.
São camisetas comemorativas, básicas ou com menos detalhes do que as utilizadas pelos atletas profissionais. Outras muito procuradas são as camisas de treino das equipes. ''O torcedor às vezes só quer algo que represente o clube que ele gosta. Essas são boas opções para fugir da pirataria'', explica Éverton.
O vendedor ainda ressalta que esses produtos podem ser ainda mais baratos que os falsificados. ''Existem peças de algodão que giram em torno de R$ 60 a R$ 75. As de treino atingem a faixa de R$ 100'', complementa.