Nem só de ração vivem os bichos de estimação. Há diversos outros tipos de petiscos disponíveis no mercado para agradar ao paladar animal. Além dos conhecidos biscoitos, ossos e palitos, há bifinhos, bolos, wafer, e até chocolates, ovos de páscoa, panetones e ''cãolombas'' pascais. A maior parte das novidades em alimentos animais é destinada ao ''melhor amigo do homem''. Isso porque os cachorros são os preferidos pela maioria dos donos de pets. Só neste ano, o Brasil deve chegar a ter 33 milhões de cães, 17 milhões de gatos, 8,5 milhões de peixes, 17,5 milhões de pássaros e 2,04 milhões de outros animais, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet).
Mesmo com a crise econômica, que acarretou ligeira queda de volume faturado, representando mais de 1.7 milhão de tonelada no acumulado do ano (-1.8% em relação a 2008), o segmento chamado de pet food foi responsável por 64% do mercado pet, movimentando mais de R$ 6 bilhões no ano passado, de acordo com dados da Anfalpet. Os resultados do faturamento em reais representaram 6% de crescimento se comparado ao ano anterior. Já a projeção para 2010 é de aumento de 3% no mercado de alimentos para os bichinhos.
Há diversas opções de petiscos preparados especialmente para cães e gatos. De wafer (R$ 0,80) a nugget coberto com chocolate (R$ 2,50), bolinho (R$ 3,00) e pote de biscoitos (R$ 12). Outras guloseimas servem para auxiliar os bichinhos e seus donos, como biscoitos que refrescam o hálito (R$ 7,00), snacks que eliminam odores (R$ 4,00). Mas as novidades não param por aí, o mercado pet oferece mais petiscos ''funcionais'', como os que eliminam bola de pelo dos gatos e auxiliam a digestão, grama artificial que funciona como fibra quando está no estômago dos felinos, biscoitos que ajudam a limpeza de tártaro e palitos probióticos - para evitar diarréia nos bichinhos quando há troca de ração.
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A nova demanda fez aparecer até novidades empreendedoras, como uma panificadora instalada em São Paulo que desenvolve produtos alimentícios eepecificamente para os pets. A Panetteria di Canni faz biscoitos de chocolate, biscoitos sabor bacon, sticks de mel e aveia, bolinhos nos sabores laranja, frango e chocolate, panettone doce e salgado, ovo de páscoa, colomba pascal, grissini (petisco nos sabores tomate seco, bacon e alho e salsa). Os produtos têm formas divertidas e coloridas, como ovo frito, rosca, e frutas.
Mas para quem insiste em oferecer outros alimentos não específicos para os bichinhos de estimação, a médica veterinária Juciany Garcia Tonhon recomenda cautela. As frutas estão liberadas, desde que não sejam ácidas, para não causar gastrite. Quando se faz um churrasco, por exemplo, e o cão ficar impacientemente pedindo, o ideal é oferecer frango ou carnes magras, jamais linguiça ou embutidos.
''Apesar de serem originalmente carnívoros e adorarem comida, as rações contêm os nutrientes ideais para o bom desenvolvimento dos pets. E o bicho que não estiver acostumado a comer carne, quando o fizer, pode passar muito mal'', alerta.
Vale lembrar que os donos precisam fazer escovação diária, com pasta de dentes específica para os caninos, e limpeza em clínica, uma vez ao ano.
Petisco não substitui a refeição
Cheiros e apetitosos, molhos e carnes são alguns dos atrativos que a indústria alimentícia utiliza para ganhar o paladar dos animais. No entanto, deve-se ter em mente que este tipo de comida precisa ser oferecido ao animal com critério. A veterinária Juciany Garcia Tonhon orienta que só se deve dar petiscos específicos para animais e, mesmo assim, nada em excesso. ''Não se pode viver só de pestiscos, apesar de eles adorarem.''
O ideal, ensina a veterinária, é oferece-los como forma de recompensa, quando o animal pratica alguma conduta aprovada pelo dono, ou ligar às coisas que o dono quer que o animal faça. Em excesso, eles ficam mal acostumados e podem passar a recusar a ração. Portanto, recomenda-se no máximo dois petiscos por dia. Mais do que isso, atrapalha o desenvolvimento. Esse hábito deve ser ensinado desde cedo. ''É no filhote que começam a se desenvolver os costumes'', ressalta.
Para Juciany, a alimentação é tudo para o animal. ''Reflete na pele, nos pelos, dentes sadios.'' E a nutrição adequada depende da ração oferecida, já que há um tipo de alimento específico para cada raça, que contém os nutrientes adequados às necessidade de cada pet.
Apesar da enorme gama de marcas de rações disponíveis no mercado, elas são classificadas em três tipos: ração de combate, premium e super premium.
A ração de combate é a mais barata por conta das matérias primas e formulações utilizadas. Por ser menos balanceada, o animal precisa ingerir mais desta ração para saciar sua fome. Além disso, ao optar por esse tipo de alimento, deve-se estar muito atento, porque há muitas marcas boas, mas outras muitas ruins. ''Há quem misture restos e farelos não ideais'', diz Juciany.
A premium é intermediária, pois apresenta formulações mais balanceadas do que a de combate, mas preços mais acessíveis do que a super premium.
Já a super premium é o top de linha. Bem balanceada, selecionada e com formulação melhor, é considerada a ideal para os bichos - mas também custam mais caro. Algumas delas, inclusive, trazem outros benefícios para os donos, como diminuição da quantidade de fezes, de odores, queda de pelos. ''Pondo na balança, por conta de todos os benefícios, o ideal é comprar no mínimo a premium'', recomenda Juciany.
A quantia ideal para cada animal já vem indicada nas embalagens. ''Recomendo pesar o animal e seguir as orientações do fabricante'', comenta.
O preço das rações varia de acordo com o estabelecimento. É possível encontrar de R$ 9 a R$ 40 o quilo.