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Blu-ray: a revolução no mercado de filmes

26 jan 2011 às 09:14

Em 1997, a criação do DVD (Digital Video Disc) revolucionou o comércio de filmes. As tradicionais locadoras de vídeo trocaram todo o acervo de VHS (Video Home System) e as pessoas mudaram o videocassete pelo moderno aparelho de DVD. Hoje, este formato está quase ultrapassado e cada vez mais filmes são lançados no formato Blu-Ray Disc, disco óptico de alta definição e armazenamento. Ele possui o mesmo formato do DVD, mas só pode ser lido por um aparelho específico (Blu-Ray Players) ou pelo PlayStation 3.

O novo formato de filmes avança de forma tímida no mercado e nas locadoras de vídeos, mas já fez alguns fãs, inclusive no Brasil. O empresário Flávio St Jayme adquiriu o primeiro filme em Blu-Ray em dezembro de 2009. Pouco mais de um ano depois, o cinéfilo já possui 80 títulos em casa. ''A maior dificuldade de comprar Blu-Ray é o preço, que ainda é alto, se comparado ao DVD. O maior benefício é a qualidade da imagem. Tem filme que é possível ver até uma pequena marca no rosto da atriz, que antes era imperceptível'', comenta Jayme. Ele cita ''Avatar'' e ''Mamma Mia'' como filmes de excelente qualidade no novo formato. Os extras nos Blu-Rays também costumam ser maiores, já que o disco suporta capacidade de até 50 gigabytes. O DVD carrega apenas oito gigabytes.


Os preços dos filmes em Blu-Ray variam bastante e dependem de cada produtora e distribuidora. Mas é possível estabelecer uma média entre os lançamentos. Enquanto um filme em DVD é vendido ao preço de R$ 29,90, o Blu-Ray sai por R$ 72,00. Nos seriados a diferença também é grande. A primeira temporada de Glee custa em DVD R$ 129,00 e em Blu-Ray R$ 230,00. Em compensação, o filme Tropa de Elite 2 está disponível em pré-venda ao preço aproximado de R$ 29,90 no novo formato.


Para alavancar as vendas dos Blu-Rays, as distribuidoras têm criado ações especiais com brindes exclusivos. O clássico ''A Noviça Rebelde'' possui edição com duas caixas e fotos do filme. O mesmo ocorre com as edições de luxo de ''Bastardos Inglórios'' e ''A Origem'', vendidos em caixas com objetos que remetem ao universo cinematográfico de cada história. Estas edições especiais não são facilmente encontradas, mas estão disponíveis em lojas especializadas.


Os lançamentos em 3D e os boxes com brindes dos filmes são uma tentativa das empresas de diminuir as perdas com a quantidade de pessoas que baixam filmes pela internet. Mas Jayme opina que não acredita que os dois mercados saiam prejudicados. ''Eu já comprei filme em Blu-Ray depois de tê-lo baixado na internet, pois busquei uma qualidade maior no produto''.



Produto começa a invadir prateleiras das locadoras


Nas locadoras de vídeos o número de DVDs ainda é maioria, mas aos poucos os Blu-Rays invadem as prateleiras e caem no gosto dos clientes. Porém, segundo Leonardo Castelo, da Cartoon Vídeo, ainda vai demorar um tempo para a nova mídia dominar o mercado de locação. ''Não é todo mundo que pode bancar uma televisão de alta definição e um sistema de som eficiente para aproveitar as qualidades do Blu-Ray. Mas a participação do novo formato é cada vez maior'', explica.


Na locadora em que Castelo trabalha, aproximadamente 8% do estoque de filmes é composto pelo formato Blu-Ray, sendo o restante em DVD. Mas as distribuidoras têm lançado cada vez mais filmes antigos no formato de alta definição e o aluguel deste tipo de filme aumentou. O preço do aluguel de um lançamento em DVD e em Blu-Ray é o mesmo, em média R$ 8,00, sendo que o catálogo sai por R$ 6,00.



Tecnologia é um ‘fenômeno’ em alta definição


O arquiteto e professor universitário Juliano Caldas de Vasconcellos possui um site chamado BlogdoJotacê. Lá ele posta informações sobre o mercado de DVDs e Blu-Rays no Brasil e exterior. Colecionador assumido, ele compra filmes no novo formato deste que o Blu-Ray começou a ser disponibilizado, em 2007. Antes disso, já comprava com frequência muitos DVDs.


Segundo Vasconcellos, o preço dos Blu-Rays tem caído no decorrer dos anos. ''Em relação ao DVD, a nova mídia ainda não é tão popular no Brasil, mas como hi-def (High Definition), considero o Blu-Ray um fenômeno, pois este segmento nunca foi tão popular''.


O colecionador, que mora em Porto Alegre, diz que o download de filmes ainda vai demorar para ser uma realidade no Brasil. ''Temos enormes deficiências de infraestrutura e nossa banda larga é uma das mais ineficientes e caras do mundo. Para o brasileiro, a mídia física ainda é o principal meio de distribuição de filmes, séries e shows, seja por meios legais ou ilegais (filmes piratas)'', opina.

Os aparelhos de Blu-Ray, que custavam em média R$ 600,00, hoje são encontrados por R$ 400,00. Mas para aproveitar ao máximo a qualidade dos filmes neste formato, uma televisão com tela plana e um home theather são indicados. Já o kit com televisão em 3D, aparelho de Blu-Ray especial e óculos são vendidos atualmente por R$ 8 mil.


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