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Aulas particulares estimulam o raciocínio

Gisele Mendonça/Equipe Folha
22 set 2009 às 12:00

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Alunas do Kumon, as irmãs Marina e Carolina vão à escola sem sofrimento: boa capacidade de raciocínio lógico, facilidade para línguas e escrita - Eduardo Anizelli/Equipe Folha
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Estimular a autonomia e o raciocínio, levando o aluno a desenvolver o prazer de estudar, de buscar conhecimentos. São alguns dos objetivos dos cursos que oferecem aulas particulares ou estudo individualizado. Para frequentar, não importa a idade nem o nível do ensino regular. Também não é preciso apresentar dificuldade específica em alguma disciplina. O aluno pode matricular-se para desenvolver habilidades ou reforçar conteúdo.

''As crianças, muitas vezes, precisam de atendimento individualizado. Na aula particular o professor tem condições de analisar o que está acontecendo e sanar as dificuldades para o aluno deslanchar na escola'', observa Shigueko Ariji, diretora do Paralelo Aulas Particulares, que funciona há 26 anos em Londrina.

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O curso oferece todas as disciplinas dos níveis fundamental e médio e algumas de ensino de terceiro grau, além de preparação para vestibular e concursos públicos. Dependendo do caso, pode-se optar por aulas individuais ou em pequenos grupos. A maior procura, segundo Shigueko, é de estudantes que cursam os níveis fundamental e médio ou que vão prestar vestibular. O objetivo é levar o aluno a raciocinar.

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''Trabalhamos de acordo com o grau de dificuldade da pessoa. É um processo mais lento (do que na escola) até a obtenção do resultado. O aluno exercita o conteúdo aqui e também leva tarefa para casa'', avalia Shigueko. Existe ainda o trabalho de acompanhamento escolar (para estudantes do fundamental), onde o professor ajuda o aluno a criar o hábito dos estudos.

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Há casos de crianças que são encaminhadas para aulas particulares por psicólogos ou neurologistas. E também existe o contrário. ''Quando percebemos um caso grave de déficit de atenção recomendamos a ajuda clínica ou psicológica'', diz Shigueko.


Ela afirma que muitos alunos que estão prestes a entrar na faculdade procuram aulas particulares no início do ano para um aprofundamento nos estudos. O principal problema da maioria, no entanto, é a preocupação com nota no segundo semestre. ''No nosso entendimento nota é uma consequência da aprendizagem'', repara.

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Para a diretora, a aula particular não cria dependência, já que estimula o raciocínio e automaticamente resulta no melhor rendimento em sala de aula. Os preços no Paralelo são em média R$ 35 a hora da aula individual. Há outras opções como um pacote com direito a 10 aulas por R$ 320.


Método japonês

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Criado no Japão há 51 anos e difundido em diversos países como franquia, o método Kumon de estudo individualizado oferece no Brasil cursos de português, matemática, inglês e japonês (em algumas regiões). ''Não substitui a escola. O objetivo é ajudar o aluno a assimilar o conteúdo, desenvolvendo autonomia e concentração nos estudos'', explica Ednaldo Ribeiro, gerente da filial em Londrina, que coordena as atividades do Kumon no Norte do Paraná.


O método individualizado, segundo ele, não significa um professor por aluno. ''São vários estudantes fazendo atividades ao mesmo tempo, com material próprio do curso. Não temos professores, mas orientadores, e não existe lousa'', diz. A proposta, conforme Ribeiro, é respeitar o ritmo do aluno.

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A maior procura é de estudantes entre a terceira e a quinta série do fundamental e entre os principais problemas está a falta de base no conteúdo, de concentração e de motivação para o estudo. Ednaldo diz que o curso aceita matrícula de crianças a partir de 3 anos de idade, com objetivo de desenvolver habilidades cognitivas.


O tempo para conclusão dos cursos depende do aluno, mas a média é de três a seis anos para matemática, de um a dois anos para português, e de dois a três anos para inglês. ''Muitas vezes o estudante está vendo um conteúdo que só vai ver futuramente na escola'', destaca Ribeiro. Ele diz que o aluno se compromete a estudar em casa e a participação dos pais é fundamental. ''A ideia é que eles mostrem interesse, elogiem o que o filho faz''.

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O preço da mensalidade (são duas aulas por semana) no Kumon varia entre R$ 120 e R$ 130, dependendo da cidade. O material é incluso.


Alunos destacam vantagens

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Os irmãos Alexandre, 16 anos, e Anna Carolina Antunes, 18, frequentam curso de aulas particulares desde o ensino fundamental. Os dois destacam como principais vantagens o desenvolvimento do prazer de estudar e a melhor assimilação dos conteúdos em sala de aula.


''O interessante é que você pega rápido determinados conteúdos que não consegue assimilar totalmente no colégio. Às vezes, a escola coloca muita pressão para estudar, e na aula particular você aprende com liberdade'', destaca Alexandre, que cursa o terceiro ano do ensino médio, já foi aprovado em Administração na PUC, em Londrina, e vai prestar vestibular para Música na UEL. Caso passe, pretende levar os dois cursos.


Anna Carolina afirma que as aulas particulares a ajudaram a vencer as dificuldades em matemática. ''Me levaram a escolher a profissão que eu vou seguir e que gosto tanto. Comecei na sexta série e hoje ainda faço algumas aulas particulares para tirar dúvidas de matemática financeira'', conta ela, que cursa Administração na PUC.


Na família da gerente de compras Cássia Ito, o estudo individualizado, por meio de método japonês, faz parte da rotina. As filhas Marina, 13 anos, e Carolina, 8, começaram a frequentar o curso antes dos 3 anos de idade e seguem até hoje. ''Hoje colho os resultados. Minhas filhas vão para a escola sem sofrimento nenhum. A mais velha tem boa capacidade de raciocínio lógico, facilidade para línguas, para escrita. E a mais nova segue no mesmo caminho'', conta Cássia, destacando que o incentivo da família é fundamental.

Marina diz que o curso a ajuda a compreender facilmente novos assuntos em sala de aula. ''A gente fica muito autodidata, concentrada, atenta. E isso você leva para a vida'', observa.


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