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Restauração

Arte sobre quatro rodas

Victor Lopes/Especial para Folha
20 ago 2009 às 11:47

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­Braz Aqui­no Ju­nior res­tau­ra e cons­trói car­ros há ­mais de 20 ­anos - Celso Pacheco/Equipe Folha
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Quanto vale a realização de um sonho? Bem, se a paixão em questão for pela restauração e personalização de carros antigos, calcular essa quantia não é tão simples assim. Aficionados por automóveis de época investem um bom dinheiro para deixarem seus carros fieis aos de antigamente ou ainda tão diferenciados e modernos que é praticamente impossível encontrar similares andando pelas ruas da cidade.

Entretanto, antes de deixar o ''possante da velha guarda'' do jeito que se deseja, é necessário entender conceitos que fazem parte desse universo sobre quatro rodas. Braz Aquino Junior é restaurador e construtor de carros há mais de 20 anos. Ele possui uma oficina de restauração na cidade e explica como funciona a arte de resgatar e modificar automóveis antigos.

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''O cliente precisa entender determinados detalhes: a restauração está ligada a deixar o carro mais próximo de como ele saiu de fábrica, original. Já a personalização trata da reconstrução do veículo, de acordo com as preferências de cada um'', retrata Braz.

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No caso do resgate autêntico do automóvel, o investimento é elevado devido à dificuldade de recuperar e encontrar peças originais. ''É um processo que pode levar de um a mais de três anos na oficina. Algumas pessoas chegam a importar peças de fora pela dificuldade de achá-las no Brasil'', comenta o construtor.

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Já os que preferem misturar o estilo dos carros antigos com toda a tecnologia que a indústria automobilística oferece atualmente, a melhor opção é a personalização do veículo, conhecida em uma de suas vertentes por ''hot rod'' (biela quente, em português).


Esse termo é utilizado quando se adapta um automóvel de décadas passadas com peças de carros mais novos, dando a ele um melhor desempenho e estética única. ''Não há limites financeiros quando falamos dos hot rods. Os gastos podem ultrapassar muitas vezes o valor de aquisição inicial'', certifica Aquino.

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O empresário Everaldo Barbosa da Silva é fascinado por pick-ups e sempre gostou de carros antigos. Há seis anos ele adquiriu uma Ford F100, ano 1959, por R$ 13 mil e começou a modificá-la. ''Deixei a parte externa original, mas mudei toda sua mecânica e interior. Coloquei banco de couro, DVD, painel com marcadores de pressão de óleo e combustível, volante, manopla do câmbio, pedaleira... O para-choque foi cromado em Curitiba'', afirma Everaldo.


Outro detalhe interessante é que Barbosa optou por refazer certos serviços em sua camionete por não ter ficado satisfeito com o trabalho. ''A parte elétrica foi feita quatro vezes. Refiz também a lataria por não ter ficado contente com o resultado. Na verdade, não existe personalização terminada, sempre se acrescenta algo de novo. Considero um hobby muito gostoso, até a minha esposa e filho já foram contaminados com a ferrugem no sangue'', brinca o empresário, que quando pode participa de eventos de hot rods.

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Modelos raros podem ser reproduzidos


Nem todos os automóveis de época estão facilmente disponíveis para serem restaurados ou personalizados. Certas relíquias podem custar milhões de dólares e encontram-se nas mãos de poucos colecionadores pelo mundo.


Entretanto, é possível dirigir uma dessas máquinas, ou pelo menos uma réplica delas. O construtor e restaurador Braz Aquino Junior desenvolveu em sua oficina uma réplica perfeita do modelo Shelby Cobra, produzido nos Estados Unidos na década de 60. ''Como poucos carros desse foram lançados, fizemos um inteiro em fibra de vidro'', comenta o especialista.

O próximo projeto de Braz é criar, junto com seu sócio, réplicas do famoso Jaguar SSK (um original vale em torno de três milhões de libras), só que agora em alumínio. ''Foram produzidos em uma série de apenas 16. Queremos lançar o mesmo número de veículos, que ficarão em torno de R$ 100 mil cada'', finaliza.


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