Tato, olfato, audição, paladar e visão são os cinco sentidos do homem que guardam muitos segredos. Mas quando utilizados com destreza, é possível afirmar que são fortes aliados na hora de acalmar aquele incômodo estresse. Para isso, variar cheiros e sons tanto em casa quanto no ambiente de trabalho é a saída para quem quer fugir do ar carregado da vida cotidiana.
Para muitos a sensação de harmonia e bem-estar pode ser traduzida em frangrâncias aromatizadas. No ramo há 14 anos, a empresária Sônia Wild lista opções como lavanda, almíscar, erva-doce, hortelã, limão. No seu enfoque estão produtos como difusores elétricos ou à base de velas, incensos, sinos, prismas de cristal, candelábros, perfumes, mandalas, travesseiros perfumados e músicas com intuito de relaxar.
Os preços variam de R$ 2,00 para os incensos até R$ 100 para perfumes importados. Segundo a proprietária da Zona do Aroma, é importante encontrar o equilíbrio – seja no trabalho ou em casa – e para isto buscar a sensação de bem-estar é fundamental.
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Dentre as particularidades dos aromas e sons, cultivar os sentidos é uma possibilidade de perceber o cotidiano de outra perspectiva. Por isso, determinados cheiros possuem finalidades terapêuticas desde que estimulados de forma apropriada. ‘Pode ser um objeto que emocione, um aroma que inebrie, algum som que lhe transporte ou uma massagem que aconchegue’, exemplifica.
Quanto à definição do público-alvo, Sônia acredita que o rótulo de esotérico está em desuso. No passado, a indústria utilizava o termo, porém hoje em dia o mais apropriado é oferecer bem-estar. ‘Já tive clientes que achavam que eu deveria vender imagens de santos e orixás na loja, mas essa nunca foi a minha proposta’, ressalta.
‘Esoterismo tem haver com você se sentir bem consigo mesmo. Não é buscar uma religião, mas o equilíbrio no seu bem estar’, definiu a personal trainner Daniela Alberti, enquanto comprava lembranças de Natal para alunos e familiares.
Ela garante que, tanto na sua casa quanto na academia, a ambientação é feita com vasos, sinos e aromas. A proposta é oferecer um ambiente mais confortável e harmônico. ‘Quando venho aqui, busco coisas que agradem o olfato e o olhar’, detalha Daniela. Quanto aos gastos, diz que a média é R$ 80, mas já chegou aos R$200.
Vanda Mara é outra consumidora que usa aromas e objetos diferentes na decoração de sua casa quando está em busca de paz. Ela é vendedora e seu trabalho exige contato intenso com pessoas durante o dia todo. Por isso, acha fundamental ter um momento de relaxamento para meditar e se acalmar.
Tudo começou quando estava numa fase em que buscava ‘alguma coisa diferente’ na vida. ‘É bom para trazer paz interior e energias positivas. Sem contar também que promove uma terapia coletiva, porque os outros também sentem prazer e se acalman quando percebem os aromas’, destaca.
A advogada Célia Regina Pereira também é adepta da terapia dos cheiros na hora de enfrentar o stress da rotina. Seus preferidos são os travesseiros odorizados, que estimulam um sono tranqüilo após um dia muito agitado.
Segundo ela, a música é outra aliada na hora de meditar.‘O som leva para outro nível de consciência e traz paz e clareza na hora de tomar decisões. Sempre que eu entro aqui estou em busca de tranqüilidade’, destaca.
O poder de cura das essências
Ouro, mirra e incenso. Com estas três oferendas os reis magos presentearam o menino Jesus, no dia do seu nascimento, há mais de 2000 anos. Seria uma mera lembrança, se hoje não fizesse parte de uma das religiões mais difundidas pelo planeta - o cristianismo. É por isso que Sônia Wild acredita no poder de cura pelos cheiros das essências. Mas alerta para as precauções quanto ao uso dos incensos na hora de perfumar os ambientes.
Há 15 anos, havia poucas notas olfativas disponíveis no mercado. Hoje, elas passeiam por uma ampla gama que vai desde as misturas sintéticas até as matérias-primas naturais. ''Existem aromas como hortelã e almíscar que são indicados para auxiliar em processos alérgicos respiratórios, mas é preciso cuidado com a maneira de difundir'', orienta.
Ela conta que existem pessoas que não conseguem ficar em ambientes fechados com incenso aceso. Quando a fumaça apresenta reações alérgicas, sua utilização é contra-indicada. Isto é muito comum com os aromas sintéticos, que são mais pesados. ''Por isso, algumas moléculas 'grudam' no seu nariz e proporcionam uma sensação desagradável em quem tem sensibilidade aguçada'', completa.
A solução do problema são os difusores elétricos e à vela. Hoje, são os mais procurados porque não exalam fumaça. O sistema funciona por meio de essências que evaporaram com o calor do fogo ou pelo aparelho ligado na tomada. Esse sistema é o mais usual atualmente porque evita alergias ou irritações nasais. Dentre as fragrâncias naturais, a lavanda é a mais vendida. No leque de opções das sintéticas, as cítricas e as notas de baunilha concentram a preferência dos clientes.
Perigos da fumaça do incenso, alerta especialista
Segundo a aromaterapeuta Maria Angélica Abramo, a relação entre a molécula do aroma com o organismo humano ocorre via sentidos internos. Ela explica que existe uma placa porosa formada por enervações localizada entre a região nasal e o cérebro, que lê os aromas da mesma maneira que um sabor é assimilado pelo paladar. ‘Quando você percebe que sentiu um cheiro isso quer dizer entrou uma molécula neste espaço.’
Depois de acessado, esse sistema tem influência sobre as glândulas secretoras, que após receber os estímulos envia mensagens para o sistema límbico que é responsável liberar substâncias com objetivo de promover curas no organismo. ‘Essa é a função de glândulas como a pituitária e a tireóide. Elas secretarem os remédios.’, completa.
Quanto ao uso de incensos, a aromaterapeuta alerta que as substâncias contidas na maioria das opções disponíveis irritam as narinas e são cancerígenas. As variedades existentes no mercado são consideradas artificiais se comparadas aos originais utilizados por indianos ou japoneses. ‘Eles não são naturais, porque os legítimos são feitos de ervas e raízes moídas. Por isso custam mais que os disponíveis que costuma ser artificiais’, alerta.
Além dos difusores elétricos e à vela, que utilizam as essências como matéria-prima, a aromaterapeuta dá uma dica para deixar a casa com um cheiro mais agradável. ‘A alternativa mais barata é diluir as essências em água e borrifar pelo ambiente para deixar o lugar mais agradável, sem precisar recorrer à fumaça‘, finaliza.