Um ambiente aquecido é desejo unânime nos dias frios. Para obter tal conforto, os aquecedores elétricos são as opções mais práticas e acessíveis. A maioria dos consumidores, porém, só lembra de comprar o equipamento quando os termômetros baixam. Resultado: faltam opções nas lojas e o jeito é levar o que está disponível.
Na semana passada, por exemplo, quando a temperatura chegou a atingir cinco graus, alguns modelos de aquecedores sumiram do mercado. Várias lojas ouvidas pela FOLHA estavam sem o produto ou com o estoque desfalcado e aguardavam novas mercadorias para esta semana.
Para ambientes domésticos ou escritórios, o mercado oferece equipamentos elétricos com sistema de aquecimento por resistência e a óleo, nos modelos convencional ou torre. O tipo torre tem a vantagem de ocupar menos espaço e ser fácil de guardar quando não está em uso. Segundo as lojas que trabalham com os produtos, o modelo a óleo é o mais procurado, pois tem como ponto positivo o fato de não "tirar a umidade" do ambiente, assim como acontece com os demais.
"A maioria das nossas vendas (em geral) nos últimos dias foi de aquecedor", diz Agnaldo Maminhaqui, vendedor das Lojas Colombo que em cinco dias comercializou cerca de 30 unidades. Ele afirma que em outras épocas do ano a comercialização destes esquipamentos é "praticamente zero". Os modelos pequenos, com menor potência e mais baratos, atraem quem quer aquecer ambientes de até 10 metros quadrados (como banheiros).
"Nos dias bem frios muita gente chega dizendo que quer um equipamento para utilizar na hora do banho", conta Maminhaqui. Segundo o vendedor, o modelo pequeno foi um dos mais vendidos. O preço promocional de R$ 79 agradou os consumidores. O vendedor destaca que o equipamento com sistema de aquecimento a óleo (R$ 219) sumiu das prateleiras na semana passada. A loja, que trabalha com uma única marca, espera receber mais mercadoria nesta semana.
Em uma loja da rede Ponto Frio consultada pela reportagem só restaram duas peças de mostruário. "Aquecedor foi a principal venda da semana (passada). Saiu tudo que tínhamos no estoque, em torno de 50 unidades", afirma a vendedora Mirian Queiron. "Logo cedo, quando abríamos a loja, o pessoal já vinha louco atrás de aquecedor. Muitas pessoas também ligavam para pedir informações sobre o produto", completa.
O modelo mais procurado foi o com sistema de aquecimeto a óleo (R$ 239). "É muito bom para quarto porque não queima oxigênio, não deixa o ambiente ressecado", diz a vendedora. Segundo o sub-gerente José Osmar Beneventi, aquecedores são o carro-chefe do inverno. "As geladeiras vão lá para trás e os aquecedores vêm para a frente, em primeiro plano na loja. Mas no verão ninguém lembra deles, as vendas são insignificantes", observa.
Técnico avalia modelos
O mercado oferece produtos versáteis com design moderno e compacto. Alguns podem ser facilmente transportados para todos os ambientes da casa, pois possuem alça ou rodas. Também há equipamentos com dispositivo de segurança com desligamento automático em caso de queda e seletor de potência com indicador luminoso de funcionamento. Em alguns casos, existe a possibilidade de uso na parede.
Segundo Jair Moreira Júnior, que trabalha com assistência técnica há 10 anos, os aquecedores com sistema de aquecimento a óleo funcionam como se fossem um radiador e trabalham com óleo e resistência. "Quando o equipamento é ligado na tomada, o óleo é aquecido e gera calor", explica. Ele confirma que este modelo não resseca o ambiente, mas diz que é um dos mais caros do mercado. É bastante utilizado na Europa e nos Estados Unidos. Como trabalha pouco com este tipo de aparelho, o técnico não soube informar em quanto tempo o óleo precisa ser trocado.
Entre os aparelhos com sistema de aquecimento por resistência, Moreira Júnior explica que existem dois tipos: o que funciona com ventilação e o que propaga calor por reflexão (lâmpadas). Este último também não retira a umidade do ambiente, segundo ele. "Tenho um desse há mais de dez anos e recomendo. Geralmente, tem um preço bom", observa. Já os equipamentos que funcionam com ventilação são os mais baratos do mercado e os que mais ressecam o ambiente. "Isso acontece porque a resistência está mais exposta e eles trabalham como se fossem um ventilador mesmo", observa.
Segundo o técnico, independentemente do modelo, o aquecedor é um equipamento que consome bastante energia elétrica dentro de casa, assim como o ferro de passar roupa e o chuveiro. "Mas o gasto também vai depender da potência do aparelho e da utilização. Um modelo de 1.200 watts ligado a noite inteira é como se fosse um ferro ligado esse tempo todo", compara.
Moreira Júnior indica que os aquecedores com sistema de seleção de temperatura independente são interessantes porque podem consumir menos energia dependendo do estágio.
Dicas
- Antes de comprar um aquecedor de ambiente o consumidor deve sempre estimar a área que pretende ver climatizada, os custos do tipo de energia utilizada e a segurança que o equipamento proporciona.
- A marca escolhida deve garantir equipamentos capazes de produzir um bom aquecimento do ambiente, além de assistência técnica acessível.
- Verifique se a rede elétrica da sua residência possibilita a ligação do aquecedor de modo a manter a segurança;
- Sempre utilize na sua casa tomadas de energia com selo de qualidade comprovado pelo Inmetro;
- Evite colocar o aquecedor atrás de cortinas e em lugares molhados;
- Evite a utilização do aquecedor ligado com benjamins ou junto com outros aparelhos elétricos;
- Nunca seque roupas, calçados, ou qualquer outro objeto sobre o aquecedor;
- Quando chegar o verão e for guardar o aparelho, lembre-se de protegê-lo com um plástico para evitar o acúmulo de poeira.